RIO - Não está fácil para ninguém. Até David Luiz está gramando para conseguir a figurinha número 37 do álbum oficial da Copa, a que retrata a carinha — e a cabeleira — dele próprio.
— Já estou quase completando o álbum e ainda não me encontrei — diverte-se o zagueiro da seleção brasileira e do Chelsea.
A saga para completar o álbum fez o atleta de 27 anos lembrar a infância em Diadema, São Paulo, quando sonhava em se tornar jogador de futebol:
— Quando tinha 10 anos, falei para a minha mãe: “Um dia você ainda vai me ver em um álbum de figurinha, pode acreditar!”. Fico muito feliz que isso virou realidade e que minha figurinha é uma das mais procuradas. Meu sonho desde criança era ser jogador de futebol. Poder participar de uma Copa do Mundo e representar meu povo é motivo de muito orgulho.
No comércio paralelo da Rua Uruguaiana, no Centro do Rio, o cromo do camisa 4 da seleção é considerado “raro”.
— O David Luiz está mais difícil do que o Neymar! Soube que está em falta até na fábrica da Panini — exagera um vendedor antigo na praça, conhecido como Angolano, que vende o zagueiro por R$ 3 (nas bancas, cada pacotinho custa R$ 1 e contém cinco figurinhas).
Nos principais pontos de encontro de colecionadores tem sempre um “cambista” vendendo os cromos abertos, organizados em fichários. Os preços variam de R$ 0,30 (ilustres desconhecidos, como o goleiro da Coreia do Sul, Jung Sung-Ryong) a R$ 15 (Neymar).
Por sua vez, a Panini garante que a tiragem de todos os cromos é igual.
— As 649 figurinhas que fazem parte do álbum são produzidas na mesma quantidade, intercaladas e distribuídas de maneira uniforme nos envelopes desde o início da produção. Não há figurinhas mais raras. Porém, como a proporção de cromos brilhantes (40) em relação aos cromos comuns (609) é bem menor, há uma falsa sensação de que são mais raros — explica José Eduardo Severo Martins, diretor-presidente da Panini.
A reportagem completa sobre a mobilização em torno das figurinhas do álbum da Copa será publicada domingo na Revista O GLOBO.