Exclusivo para Assinantes
Esportes Copa 2018

Análise: Suécia tem jogo de pouca posse e defesa forte

Time avança com vitória por 1 a 0 sobre a Suíça
Suecos comemoram a vaga nas quartas de final da Copa Foto: PAUL ELLIS / AFP
Suecos comemoram a vaga nas quartas de final da Copa Foto: PAUL ELLIS / AFP

Nem tudo é diversão numa Copa do Mundo em que os gols saem, há jogos decididos nos minutos finais e carga de dramaticidade até na definição da fase de grupos. Por vezes, deparamos com um Espanha x Rússia, um Croácia x Dinamarca ou o Suécia x Suíça. É até natural quando o Mundial chega nas etapas de mata-mata e são raros os times que assumem muitos riscos. Mas, em São Petersburgo, o que se viu foi um duelo de estilos muito distintos, e uma expectativa se confirmou: se a estratégia sueca se sobrepusesse ao estilo da Suíça, que tenta tocar mais a bola, a tendência era mesmo um jogo amarrado, confortável para os nórdicos. Aconteceu, e a Suécia vai adiante.

LEIA MAIS: Bem fechada, Suécia segura Suíça para avançar às quartas

Nas quartas da Copa, Suécia chega mais longe sem o ídolo Ibrahimovic

A Copa do Mundo que impôs tantos problemas a times que apostam em posses de bola longas, terá entre os oito finalistas ao menos dois representantes de um jogo físico, direto, de poucos passes e muita aposta na  solidez defensiva: aos russos, donos da casa, agora se juntam  os suecos.

LEIA TAMBÉM: Saiba como 'mistura belga' pode ser ameaça ao Brasil nas quartas

Na seleção brasileira, Douglas Costa é liberado para treinar sem limitações

FLUXO DE PASSES: Gráfico: Liberdade de Willian equilibra seleção contra o México

Dificilmente este time transformará seus jogos em algo esteticamente agradável.  Mas vem provando ao longo da  Copa que não é fácil de ser batido. E curioso que, apesar de sua devoção à  sua forma de jogar, sem nenhum apego à posse de bola, foi através do que tem de melhor em qualidade técnica que a Suécia construiu seu gol. A começar pela corajosa arrancada do zagueiro Lindelof para iniciar a jogada e quebrar a marcação suíça. Ele conduziu a bola até o campo ofensivo e, ao chamar a atenção dos suíços, desequilibrou o sistema defensivo rival. E foi de Forsberg, de longe o mais capacitado jogador sueco, a ótima jogada e a finalização, que contou com o desvio de Akanji. Forsberg, meia do Leipzig, da Alemanha, parece ter despertado para o Mundial num momento importante.

BOLÃO DA COPA: Tudo o que você precisa saber sobre os jogos de hoje

O que prova que jogar de forma diferente não é, para os suecos, uma impossibilidade total. Trata-se de opção. E, admita-se, é uma escolha realmente mais adequada às características de seus jogadores. Berg e Toivonen cansaram de ganhar duelos pelo alto no ataque, escorando bolas para a aproximação dos meio-campistas. Quando isto ocorre, a Suécia, que passa boa parte do tempo com suas linhas recuadas, consegue avançar rapidamente e povoar a área para criar melhores condições para os cruzamentos.

MAIS COPA: Herói russo, Akinfeev não treinou pênaltis na véspera: 'Tive sorte'

Após atropelamento, meia marroquino será julgado por homicídio culposo

Entenda por que Xhaka e Shaqiri, da Suíça, não jogam pelo Kosovo

Capitão da Nigéria revela sequestro do pai antes de jogo com a Argentina

E, basicamente, foi a disciplina com que o time se organiza para defender que fez a Suécia ganhar o duelo de estilos contra uma Suíça que tentava construir através de passes. Mas nunca encontrava meios de progredir no campo. Embora quase sempre marcando atrás, chamava atenção o sincronismo com que os suecos se moviam em dados momentos para pressionar o rival em sua saída de bola.

A Suécia teve só 37% de posse de bola e trocou apenas 200 passes durante o jogo. Mas raramente pareceu realmente dominada. No primeiro tempo, com uma marcação mais adiantada, a Suécia prevaleceu por um bom tempo.  E sempre ao seu estilo: uma disputa aérea permitiu o rebote aproveitado por Berg, que quase marcou; mais tarde, uma bola longa ofereceu a Ekdal outra ótima chance.

No segundo, coube à Suíça buscar ter iniciativa contra um rival bem mais conservador, mas o espaço nunca apareceu. E as melhores chances ainda foram suecas. Forsberg, antes de marcar seu gol, já criara ótima chance perdida por Berg. No fim, em desvantagem, os suíços tentaram a sorte com menos bola no chão e dois centroavantes na área. Levaram o jogo para o terreno que a Suécia domina. Mesmo assim, Seferovic assustou.Não é atraente ver a Suécia, tampouco fácil batê-la.