Para boa parte do planeta, esse é o jogo mais fraco da história da abertura das Copas do Mundo. Mas, em casa, os russos preferem ver o copo de vodca pela metade cheia. Sem vencer há sete partidas, a anfitriã despencou para a 70ª posição do ranking da Fifa, resultado que a transforma na pior classificada entre as 32 participantes desta edição. Do outro lado está uma adversária que parece definida sob medida para afastar a crise. Diariamente, na véspera de cada confronto, o GLOBO trará informações para você tomar as melhores decisões e brilhar no seu bolão.
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Segunda pior, a Arábia Saudita surge em 67º lugar. Uma classificação que induz a interpretações equivocadas: sob o comando do argentino Juan Antonio Pizzi, contratado em novembro, os asiáticos se tornaram um time mais seguro no controle da bola e aplicado nos contra-ataques. Esse estilo de jogo pode funcionar como uma armadilha para os russos, pressionados pela necessidade de vitória na estreia: um tropeço os faria depender de uma improvável vitória sobre o Uruguai para chegarem às oitavas de final.
COTAÇÃO DO GLOBO
Márvio dos Anjos, editor de Esportes: "Acho que dá 0 a 0. Esse jogo tem tudo para ser inesquecivelmente péssimo".
Miguel Caballero, administrador do bolão interno O GLOBO e "Extra": "O jogo de abertura já é, de certa forma, a primeira decisão dessa Copa. A Rússia não tem um bom time e vem de resultados ruins, mas o sorteio ajudou e passar de fase é viável. Ou cumpre a obrigação de vencer a Arábia Saudita, ou se encaminha para ser o primeiro fiasco do Mundial".
Carlos Eduardo Mansur, colunista do GLOBO: "Além de ser a menos atraente abertura da história das Copas e candidata a pior jogo, a partida apresenta um dilema: no encontro de dois times que se sentem confortáveis no contra-ataque, alguém tomará a iniciativa?".
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As semelhanças entre Rússia e Arábia se limitam às classificações ruins no ranking. Com maior média de altura, jogadores mais habilidosos e experientes que os do elenco saudita, predominantemente formado por atletas da liga doméstica, os russos contam com uma superioridade técnica que não tem se refletido em resultados, enquanto os adversários apresentaram desempenho mais consistente nos amistosos preparatórios. No cargo desde 2016, o treinador russo Stanislav Cherchesov conhece há mais tempo as deficiências de seu elenco que Pizzi, o que pode contribuir no momento de fazer ajustes.
A FACE DOS ANFITRIÕES
Igor Akinfeev: Aos 32 anos, o dono da camisa 1 carrega no currículo um único clube: o CSKA. A carreira do maior ídolo da seleção russa é um manancial de contrastes: seus 245 jogos sem sofrer gol são um recorde no futebol russo. No entanto, o jogador também traz na bagagem uma marca indesejável: foi superado em 43 jogos consecutivos da Liga dos Campeões. A sequência só foi interrompida em novembro do ano passado, quando o CSKA superou o Benfica por 2 a 0, ainda pela fase de grupos.
Aleksandr Golovin: O meia-direita de 22 anos nasceu na pequena e isolada cidade de Kaltan, o que lhe rendeu o apelido carinhoso de "Diamante Siberiano". O fato de ser o jogador mais jovem da equipe reforça seu status de joia, sustentado por um amplo repertório de habilidades: seguro, é considerado implacável nas finalizações e distribui passes de qualidade sem sentir qualquer pressão.
Fedor Smolov: Há poucos anos, o atacante era mais conhecido pelo relacionamento que mantinha com a modelo russa Victoria Lopyreya que pelo desempenho em campo. Rápido e técnico, marcou 14 gols em 22 partidas disputadas pelo Krasnodar na última temporada do campeonato russo e surge como opção para um setor problemático da equipe.
A ARTE DOS DESAFIANTES
Al-Sahlawi: Os 16 gols marcados nas 15 partidas das eliminatórias asiáticas fizeram de Al-Shalawi o maior artilheiro do torneio qualificatório continental, aos 31 anos. A marca de gols (1,06 por jogo) impressiona, mas o nível técnico dos adversários provoca desconfiança sobre a capacidade de finalização do atacante. Metade de seus gols foram anotados contra o Timor Leste. Contra as principais potências continentais, só balançou a rede da Austrália. É o momento de testar o real poder de fogo do jogador do Al-Nassr.
Yaya Al-Sheri: A velha máxima "os melhores perfumes estão nos menores frascos" faz sentido na escalação dos Falcões Verdes. O bom futebol do meia do Al Hilal, de apenas 1,64m, rendeu ao atleta de 27 anos o apelido de "Messi Saudita". Um acordo entre a federação local e a liga espanhola o colocou no Leganés onde, desde janeiro, pode observar mais de perto as atuações do ídolo argentino e aprender, em uma rara oportunidade de intercâmbio esportivo para atletas nascidos na Arábia.
Fawad Al-Muwallad: A presença de três jogadores de ataque entre os destaques da Arábia Saudita representa uma mudança de concepção de jogo de uma seleção historicamente frágil no setor. Aos 23 anos, o atacante do Al-Ittihad é atleta mais promissor do elenco. Bom finalizador e habilidoso, é frequentemente utilizado na segunda etapa como arma para mudar o jogo contra adversários já extenuados.