Catar 2022
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Por Bruno Marinho — Doha

Quando, em maio de 2021, Karim Benzema voltou a ser convocado pela seleção da França depois de um hiato de cinco anos nunca suficientemente bem explicado, Olivier Giroud parecia acabado. O herdeiro da posição de centroavante, sempre questionado, campeão do mundo em 2018 sem marcar um gol sequer, voltaria a ser reserva, relegado a uma condição de coadjuvante no grupo de Didier Deschamps. Um ano e sete meses se passaram e quem estará na final da Copa do Mundo do Catar, entre os titulares que tentarão o tricampeonato mundial, é o patinho feio da história. O melhor de tudo: mais bonito do que nunca.

Em uma Copa do Mundo que prometia tanto em termos de centroavantes, foi um dos menos cotados quem mais se destacou. Era o Mundial de Benzema, atual vencedor da Bola de Ouro da France Football, de Lewandowski, duas vezes eleito o melhor do mundo da Fifa. O primeiro nem chegou a disputar a competição, depois de sofrer lesão muscular semanas antes da Copa. O segundo foi ofuscado pelo nível técnico pobre da seleção polonesa.

Guinada

Harry Kane, da Inglaterra, fez grande Copa do Mundo, e era outro candidato ao protagonismo no Mundial, vindo da artilharia na edição passada, na Rússia. Mas foi eliminado nas quartas de final. Ainda por cima, perdendo pênalti decisivo contra os franceses. Acabou sendo ofuscado por Giroud, autor do gol da vitória.

A guinada é impressionante, por se tratar de um atacante de 36 anos, na reta final da carreira, já numa liga de nível não tão elevado assim na Europa, a italiana. Giroud é o vice-artilheiro da Copa do Mundo, com quatro gols — um a menos que Kylian Mbappé e Messi. Na última rodada, sabe-se lá o que pode acontecer. A artilharia está a um palmo de distância. E o técnico Didier Deschamps se preocupa em mantê-lo saudável para a final. É o jogador de linha mais velho do grupo francês no Catar.

Giroud é o vice-artilheiro da Copa do Mundo, com quatro gols — um a menos que Mbappé e Messi  — Foto: Adrian Dennis / AFP
Giroud é o vice-artilheiro da Copa do Mundo, com quatro gols — um a menos que Mbappé e Messi — Foto: Adrian Dennis / AFP

— Como Giroud havia jogado quatro dias atrás, preferi tirá-lo ao longo da partida contra o Marrocos. Ele sofreu uma pancada no joelho. Precisamos poupá-lo — explicou o treinador da França, depois da vitória na semifinal.

Olivier Giroud é homem de confiança de Deschamps, de longa data. Desde que o treinador assumiu a seleção, depois da Euro de 2012, ele esteve entre os convocados. Assim como Gabriel Jesus, que foi bombardeado por críticas por não fazer gols na Copa da Rússia e protegido por Tite, o técnico da França e os outros jogadores saíram em defesa do camisa 9 francês.

Agora, ninguém mais precisa fazer isso. Os gols perdidos, que viraram motivo para piadas na internet, praticamente não aconteceram no Catar. Além de ser vice-artilheiro do Mundial, é o segundo atacante que, entre os finalistas, menos desperdiçou boas chances de gol, melhor nesse quesito que Messi e Mbappé, atrás apenas de Julián Álvarez.

Além de viver lua de mel com as redes, é importante referência dentro de um grupo francês que tem sido obrigado, por conta dos seguidos casos de lesão, a escalar jogadores jovens entre os titulares. É, ao lado de Lloris e Griezmann, a principal liderança no elenco.

— Estou muito feliz com o que fizemos até aqui. É um prazer trabalhar com esse grupo — afirmou o centroavante.

Sombra de Benzema

Ele tem sido o oposto de Karim Benzema para o técnico Didier Deschamps, em termos de incômodo. Ainda que o centroavante do Real Madrid tenha se desligado do grupo depois da lesão muscular que sofreu e retornado à Espanha, vira e mexe ele volta a ser pauta entre os franceses. Algo que claramente incomoda o treinador neste período no Catar.

Primeiro, com o avanço da recuperação de Benzema em Madri, especulou-se que ele poderia ser chamado para voltar à seleção — algo que seria possível, uma vez que não foi cortado da lista de jogadores inscritos pela França na Copa.

Agora, depois da classificação francesa para a final contra a Argentina, Didier Deschamps se viu às voltas com a mesma questão. Benzema já voltou a jogar pelo Real Madrid — participou de um amistoso contra o Leganés — e recebeu carta branca do clube espanhol para viajar para o Catar para assistir no Lusail a final da Copa. A decisão cabe ao atacante e à seleção francesa. Mas Deschamps segue irritadiço quando o nome do jogador vem à roda:

— Eu me recuso a responder essa pergunta.

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