Vincent Aboubakar, camisa 10 da seleção de Camarões, foi marcante na campanha da equipe nesta Copa do Mundo. Autor de dois do quatro gols marcados por Camarões no Catar, além de uma assistência, foi algoz do Brasil ao ser quem balançou as redes no 1 a 0 desta sexta-feira. O ídolo camaronês está atrás apenas de Roger Milla e Samuel Eto'o, este atualmente presidente da federação, na artilharia da seleção. Mas fora de campo, é conhecido também por declarações polêmicas, no microfones — inclusive relacionadas ao Brasil — e por atitudes em seus clubes.
Atualmente atuando no Al Nassr, da Arábia Saudita, Aboubakar fez carreira em clubes da Europa. Em Portugal, foi bicampeão do campeonato nacional pelo Porto. Já no Besikitas, levantou duas vezes a taça do campeonato turco. Foi, inclusive, eleito duas vezes o atleta mais promissor do continente africano.
Convocado pela primeira vez em 2010, ano em que também marcou seu primeiro gol por Camarões, em 2022 jogou sua terceira Copa do Mundo, que se somou às edições de 2010 e 2014. Ao Catar, Aboubkar chegou com 37 gols e ampliou a marca no decorrer do torneio ao balançar as redes duas vezes, providenciais para todos os pontos conquistados pelo país no mundial.
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Na partida diante da Sérvia, Camarões chegou a estar perdendo por 3 a 1 e Aboubakar foi essencial para que seu time empatasse a partida. Saindo do banco, foi de seus pés um dos mais lindos gols da Copa: lançado por trás da defesa, deixou o zagueiro — que tentara a interceptação com um carrinho — na saudade e, de frente para o goleiro, fez o gol com uma cavadinha. O terceiro e, portanto, gol do empate, saiu de um cruzamento do camisa 10 para Choupo-Moting.
Já contra o Brasil, foi titular e, no apagar das luzes, fez o 1 a 0 que decidiu o jogo, mas que não foram suficientes para classificar o time, devido a vitória da Suíça contra a Sérvia na outra partida do grupo. Camarões foi eliminado da Copa do Mundo do Catar e mesmo assim fez história: foi a primeira vitória de Camarões sobre a seleção brasileira em Copas do Mundo.
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Polêmico
Expulso de campo após receber o segundo cartão amarelo ao comemorar o gol diante do Brasil, o atacante tem um histórico de polêmicas na carreira.
Em 2017, enquanto jogador do Porto, enfrentou o Besikitas, da Turquia, seu ex-clube, pela Champions League. No entanto, ao fim da partida — que terminou com derrota de 3 a 1 para os portugueses — Aboubakar foi gravado se divertindo como os ex-companheiros do Besikitas, o que não pegou bem com a torcida.
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Antes desta Copa, em entrevista divulgada pela Fifa, o camisa 10 disse não temer o Brasil.
"Não vamos ter medo do Brasil porque o time atual não é o Brasil de antigamente. É verdade que eles têm alguns jogadores de qualidade, mas você precisa de um elenco unido para ir longe em um torneio. Uma equipe com grandes nomes, mas sem unidade não significa nada", afirmou Aboubakar, que ainda lembrou do sofrido 7 a 1 para a Alemanha na semifinal em 2014 para pontuar que a seleção brasileira disputaria o mundial com "fome de título".
No início do ano, antes de enfrentar o Egito pela Copa Africana de Nações, jogo válido pela semifinal do torneio, alfinetou o craque rival Mohamed Salah. Disse que o adversário era "bom jogador", mas que não no mesmo nível que Mbappé. Camarões acabou sendo eliminado, nos pênaltis, pelos egípcios.