RIO — Ninguém brilhou tanto nos gramados brasileiros até agora como James Rodríguez, eleito pela Fifa como o melhor jogador da primeira fase e que nas oitavas de final, contra o Uruguai, no Maracanã, conduziu a Colômbia a uma classificação jamais alcançada pelo país na história das Copas do Mundo. O camisa 10 colombiano fez os dois gols da vitória por 2 a 0 - um deles golaço, com enorme categoria, ao matar a bola no peito e bater de canhota antes que ela quicasse, acertando o ângulo de Muslera.
Artilheiro da Copa, com 5 gols, tendo marcado em todos os quatro jogos da campanha colombiana, Rodríguez não tem só a pontaria afiada. Aparece bem também na função de "garçom", servindo os companheiros no ataque. São duas assistências para gols até agora na Copa.
— Estou feliz por estarmos fazendo história. Para mim, desde pequenino, sempre quis estar aqui. Esperamos ir mais longe, queremos fazer história — afirmou a estrela colombiana.
Criado na pequena Ibagué, nos Andes colombianos, Rodríguez chegou com 17 anos ao Banfield, e rapidamente se tornou uma peça fundamental para que o clube, pouco acostumado a títulos, levantasse a taça de campeão do Torneio Apertura 2009. Em 2011, pouco antes de completar 20 anos, Rodríguez trocou o futebol argentino pela Europa, sendo contratado pelo Porto por cinco milhões de euros. Dois anos depois, seu destino era o Monaco, da França, que desembolsou 45 milhões de euros para contar com o craque.
Na Copa, a ausência do astro Radamel Falcao parecia condenar a Colômbia, pela primeira vez cabeça de chave de um grupo, a mais um retorno prematuro de um Mundial. No entanto, a surpresa veio da melhor maneira. Com quatro vitórias em quatro jogos, a Colômbia se apresenta como um duro adversário para o Brasil. James parece temer o adversário da Colômbia nas quartas de final.
— Não sinto pressão. É preciso tomar cuidado porque o Brasil tem bons jogadores e uma grande história no futebol. Mas penso que eles também têm que tomar cuidado conosco. Temos bons jogadores. vai ser um jogo lindo — disse o jogador, que não revelou nenhum plano especial para derrotar o Brasil nas quartas de final. — O plano é o de jogo, cada um na sua posição cada um faz seu próprio plano em cada jogo, e contra o Brasil será assim também.
Herdeiro da camisa 10 de Carlos Valderrama, principal nome do futebol colombiano nas Copas de 1990, 1994 e 1998, Rodríguez ganhou grandes elogios do ex-astro.
— James é nossa maior referência, e demonstrou que é a nossa estrela neste Mundial para confirmar que é um jogador de nível internacional.
No topo da lista de goleadores, e pronto para enfrentar o Brasil, Rodríguez diz não se preocupar com marcas individuais.
— Quero somente ajudar a Colômbia a chegar longe, fazendo gols ou não. Contra o Brasil teremos um jogo duro. É uma seleção que tem grandes jogadores — afirmou o craque após a vitória contra o Uruguai. — Sempre sonhei em jogar no Maracanã. Fazer dois gols e sair aplaudido deste estádio é uma sensação maravilhosa.