Esportes Copa 2018

Casemiro é o terceiro da Copa que mais corre com a bola dominada

Seleção brasileira está atrás apenas de Alemanha e Espanha no quesito
O volante Casemiro é um dos destaques do Brasil na Copa Foto: Adrian Dennis/29-6-2018 / AFP
O volante Casemiro é um dos destaques do Brasil na Copa Foto: Adrian Dennis/29-6-2018 / AFP

Entre os cinco atletas que percorreram as maiores distâncias com a posse da bola em toda a fase de grupos da Copa do Mundo, dois deles são brasileiros. O primeiro é Philippe Coutinho, meia de armação que conduz a bola até o ataque. O segundo é uma surpresa: Casemiro.

LEIA MAIS: Uruguai segura pressão, vence Portugal e vai às quartas de final

Espanha e Rússia se enfrentam com responsabilidades diferentes

Após show francês Mbappé posa com o prêmio de melhor do jogo

Danilo é confirmado no grupo que enfrenta o México em Samara

As estatísticas geradas pela Fifa apontam que Casemiro correu 11,146km durante os 99 minutos contra a Costa Rica. Considerada a distância percorrida, com ou sem a bola nos pés, o volante brasileiro não ficaria nem entre os 50 jogadores que mais correram. A estatística muda de figura, porém, quando são considerados apenas quilômetros percorridos com a posse. Naquele jogo contra a Costa Rica, Casemiro conduziu a bola por 6,365 km, abaixo apenas de Coutinho (6,278km), também contra a Costa Rica, e do lateral alemão Kimmich (6,399km) diante da Suécia.

Os maiores condutores da 1ª fase
As marcas em um jogo
Distância percorrida
Com a posse da bola
11,58 Km
KIMMICH
Alemanha
6,39 Km
11,33 Km
PHILIPPE COUTINHO
Brasil
6,36 Km
11,14 Km
CASEMIRO
Brasil
6,27 Km
ENTRE AS SELEÇÕES
MÉDIA
EM KM
DISTÂNCIA
PERCORRIDA
COM A
BOLA
MÉDIA
EM KM
DISTÂNCIA
PERCORRIDA
COM A
BOLA
Alemanha
Suécia
7,99
7,42
7,45
4,01
3,75
3,57
7,47
6,93
7,10
2,10
2,10
1,71
AS QUE MAIS
CORREM COM
A BOLA
AS QUE MENOS
CORREM COM
A BOLA
Espanha
Panamá
Brasil
Irã
Fonte: Fifa
Os maiores condutores
da 1ª fase
As marcas em um jogo
Distância percorrida
Com a posse da bola
KIMMICH
Alemanha
11,58 Km
6,39 Km
PHILIPPE COUTINHO
Brasil
11,33 Km
6,36 Km
CASEMIRO
Brasil
11,14 Km
6,27 Km
ENTRE AS SELEÇÕES
AS QUE MAIS CORREM COM A BOLA
MÉDIA
EM KM
DISTÂNCIA
PERCORRIDA
COM A
BOLA
Alemanha
7,99
7,42
7,45
4,01
3,75
3,57
Espanha
Brasil
AS QUE MENOS CORREM COM A BOLA
MÉDIA
EM KM
DISTÂNCIA
PERCORRIDA
COM A
BOLA
Suécia
7,47
6,93
7,10
2,10
2,10
1,71
Panamá
Irã
Fonte: Fifa

O volante foi uma das figuras que ganharam novas funções, competências e responsabilidades na era do futebol moderno. No passado recente, o meia defensivo tinha o dever de marcar os principais armadores da equipe adversária. A tarefa se limitava a acompanhar, roubar e passar de lado — o que não era pouco num futebol que dava muito espaço a dribladores no meio campo.

A Copa de 2018 mostra que hoje se joga outro futebol. A marcação individual foi substituída pela defesa por zona, em que jogadores impedem o avanço de adversários com o preenchimento de espaços. A superioridade numérica em todos os setores do campo se tornou imperativa. Logo, todo mundo precisa se deslocar mais, inclusive esse marcador.

Casemiro hoje preenche essa função como titular tanto da seleção brasileira dirigida por Tite quanto do Real Madrid treinado por Zinedine Zidane. A equipe espanhola se predispõe a atacar pela maior parte do tempo. Casemiro equilibra o sistema ofensivo com o defensivo com presença constante desde o campo de defesa até o ataque. O Brasil joga no 4-1-4-1, esquema no qual o volante é o jogador à frente da linha com quatro defensores. Ele protege a zaga, como faziam os grandes volantes do futebol brasileiro, e nem por isso abandona as subidas ao ataque, como mostra a sua condução de bola.

VEJA AINDA : Análise: França é poderosa quando abandona conservadorismo

Imprensa internacional repercute eliminação da Argentina para a França

Casemiro e Coutinho fazem parte de uma seleção brasileira que, na primeira fase da Copa, figurou como a terceira que mais metros percorre com a posse da bola. Cada jogador do Brasil correu 3,577 quilômetros com ela nos pés na média de seus jogos contra Suíça, Costa Rica e Sérvia. Acima, estão apenas Alemanha (4,017 quilômetros) e Espanha (3,755 quilômetros). É natural que essas duas seleções europeias conduzam a bola mais do que a brasileira, faz parte de suas estratégias. Alemães e espanhóis se propõem a sufocar os adversários com a presença no terço final do gramado o tempo todo. É por isso que correm mais com a bola do que qualquer outra equipe. Nem tão ofensivo, o Brasil surpreende por estar próximo delas e acima de outras seleções boas de meio-campo, como Croácia e Bélgica.

No outro extremo estão jogadores com muito menos quilometragem com a posse de bola. Alisson, o goleiro, obviamente encabeça esta lista. Além dele, destacam-se três jogadores: Thiago Silva, Miranda e Gabriel Jesus, por motivos distintos e também compreensíveis. Os zagueiros raramente invadem o campo adversário com a bola no pé. Eles tampouco precisam acompanhar atletas rivais por faixas demasiadas longas, uma vez que formam a última parede antes da baliza. No caso do centroavante, Jesus é o responsável por fazer pivô, tabelar com meias, achar espaços para chutar a gol. Por estar enfiado entre defensores adversários, o atacante que faz a referência no ataque raramente tem espaço para conduzir a bola, por mais rápido que seja.