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Dos prováveis adversários, Suécia é o que tem menos recursos técnicos

Confira os pontos fortes e fracos das seleções do Grupo F
O zagueiro Victor Lindelof reage à derrota para a Alemanha Foto: Jonathan Nackstrand/23-6-2018 / AFP
O zagueiro Victor Lindelof reage à derrota para a Alemanha Foto: Jonathan Nackstrand/23-6-2018 / AFP

Quando o Brasil entrar em campo nesta quarta-feira já saberá os prováveis adversários nas oitavas de final em caso de classificação — até poderia escolher com quem jogar a próxima fase não fosse o seu jogo com a Sérvia também decisivo. Tite, no entanto, jamais admitirá qual seria o melhor confronto com o velho discurso de quem quer ser campeão não escolhe rival.

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Mas dentro das possibilidades dificilmente a Alemanha seria a primeira escolha, por motivos óbvios. Pelo futebol apresentado até o momento, o confronto com a Suécia se mostra o menos perigoso (a Coreia do Sul ainda tem chances, mas são bem remotas). Não só pelo estilo de jogo mas por ter a equipe menos talentosa.

CONFIRA OS PONTOS FORTES E FRACOS

SUÉCIA

Além de um poder muito forte de marcação - quem não se lembra da retranca armada contra a Itália no playoff eliminatório da Europa? - a Suécia aposta muito em sua força aérea, tanto na defesa quanto no ataque. A dupla de zaga formada pelo capitão Granqvist (1,92m) e Jansson (1,94m) quase poderia estar atuando na NBA. Os laterais Agustinsson (1,81m) e Lustig (1,89m) também são altos, assim como os atacantes Berg (1,83m) e Toivonen (1,92m)

— Já mostramos que somos bons pelo alto, e detalhes assim podem fazer a diferença numa partida — analisou o capitão Andrea Granqvist.

O time nórdico é também muito forte fisicamente, o que pode ser um problema para o Brasil, que tem um meio-campo leve, de mais talento e menos porte atlético.

Por baixo, porém, a zaga sueca tende a encontrar dificuldades diante de um time veloz. As tramas de Neymar, Philippe Coutinho e Willian poderiam achar espaços no time comandado pelo técnico Janne Anderson. E ofensivamente a Suécia não apresenta grandes opções e variações. O time não costuma propor muito o jogo, preferindo se fechar e apostar nos contra-ataques.

Além disso, o histórico do confronto é amplamente favorável à seleção brasileira. As duas seleções já se enfrentaram sete vezes em Copas do Mundo, com cinco vitórias do Brasil, incluindo uma na final, em 1958, e dois empates.

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MÉXICO

O técnico Juan Carlos Osorio aponta que esta talvez seja a melhor geração mexicana. O ataque é muito forte e veloz, com Lozano, Carlos Vela e o destaque Chicharito Hernández, e já mostrou a que veio nesta Copa, com os três já balançando as redes adversárias. A velocidade na transição do ataque pode ser um grande risco para a defesa brasileira.

A seleção azteca também ganhou em competitividade, com uma transformação em relação aos conceitos de Juan Carlos Osorio. O técnico sempre teve tradição de montar times ofensivos - e eventualmente desbalanceados - mas agora o México está mais equilibrado.

O experiente Chicharito destaca ainda outro fator importante: o câmbio na mentalidade. Para o atacante do West Ham, o México sempre teve times talentosos, mas o grupo de agora tem uma união acima do normal. Para exemplificar, na coletiva de imprensa antes do jogo contra a Suécia ele fez questão de citar os nomes dos jogadores que ainda não entraram em campo, dizendo que todos estão colaborando para o sucesso da campanha.

A oscilação da intensidade do time é um ponto fraco. Após um primeiro tempo muito bom contra a Alemanha, o México sofreu no segundo tempo e cedeu muitos espaços quando tentou se fechar.

No histórico do confronto, a vantagem é do Brasil. Em Copas, já foram quatro partidas, com três vitórias e um empate, em 0 a 0, na Copa de 2014. O Brasil nunca levou gols do México em Copas. Ainda está viva na memória, porém, a derrota para os mexicanos na final olímpica em Londres-2012, por 2 a 1.

ALEMANHA

A possibilidade de a revanche do 7 a 1 vir logo nas oitavas de final faz qualquer brasileiro tremer. Mas é fato que tanto o Brasil quanto a Alemanha não são os mesmos de quatro anos atrás. O time de Joachim Löw continua intenso e forte no ataque. A ponto de não se estressar com uma forte retranca e pressionar, com qualidade, até conseguir o gol. Foi o que fez contra a Suécia.

O ataque atual conta com um jogador de mais mobilidade. Ao contrário de Klose, o centroavante clássico, Werner sabe jogar pelos lados do campo. Junto de Mario Gomez e Müller, faz bem flutuação e abre espaço para os companheiros.

Porém, a Alemanha não tem dois dos grandes craques da seleção tetracampeã. Sem Philip Lahm e Schweinsteiger, a defesa  está menos segura ainda do que em 2014. Se sabe tocar muito bem a bola no meio-campo e atacar com vigor, não faz o mesmo quando perde a bola para impedir o contra-ataque.

Sobretudo com o meio-campo formado por Kross, Khedira e Özil que não têm a sagacidade na rápida recuperação de bola. Logo, diante de um time veloz, não custa nada ser surpreendido na velocidade.

COREIA DO SUL

A Coreia do Sul sempre foi o azarão do Grupo D. E não mostrou nada até aqui que desminta tal fato, tendo perdido os dois primeiros jogos. Ainda que tenha chegado à última rodada com chances de classificação, por circunstâncias dos adversários.

De qualquer forma, faz jus ao estilo veloz da escola asiática. Principalmente com Son Heung-Min, que jogou no futebol alemão por cinco anos, e joga atrás da linha da defesa para receber a bola em profundidade.

Mas ele não é o único “corredor” do time. A Coreia ainda tem outros dois jogadores fortes nesse quesito.

— Temos que aproveitar os espaços com contra-ataques rápidos de Seung-woo ou Seon-min — diz o meia Ju Se-jong.

O Brasil nunca encarou os sul-coreanos em Copas do Mundo.