Esportes Copa 2018

Noite com ar de despedida para Fernandinho na seleção

Quatro anos depois de 7 a 1, jogador volta a ter atuação desastrosa em Mundial
Fernandinho deita no campo após a eliminação brasileira em Kazan Foto: MANAN VATSYAYANA / AFP
Fernandinho deita no campo após a eliminação brasileira em Kazan Foto: MANAN VATSYAYANA / AFP


KAZAN - Fernandinho passou tão rápido pela zona mista depois da derrota do Brasil para a Bélgica que sequer foi visto. Enquanto os jornalistas se perguntavam incrédulos por onde andava o volante do Manchester City, surgiu um comentário mais malicioso: 'Ele já passou, estava no bolso do Lukaku'. Um dos personagens negativos da eliminação brasileira em Kazan, o jogador não quis saber de entrevistas. Dá para compreender perfeitamente. Aos 33 anos, pode ter se despedido da seleção pela porta dos fundos.

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Quatro anos depois, viu o filme se repetir. Se a derrota coletiva é incomparável, o desempenho individual foi negativamente semelhante ao que teve na histórica goleada da Alemanha sobre o Brasil, na semifinal da Copa passada. Personagem do 7 a 1, daqueles que ficaram atônitos no meio de campo enquanto o trator passava por cima da equipe, Fernandinho novamente foi abaixo da crítica quando mais a seleção brasileira precisou dele.

- Fernandinho joga muito, exerce na seleção a mesma função que tem no City, uma das melhores equipes do mundo, talvez a que jogue o melhor futebol - saiu em defesa Tite.

O gol marcado em cabeçada contra o próprio patrimônio já seria um fardo pesado demais para carregar na partida, algo que só seria amenizado em caso de classificação brasileira para a semifinal. O problema é que esse erro foi apenas o primeiro de uma série de jogadas em que foi infeliz. Seja com a bola, seja sem ela, Fernandinho rateou.

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No primeiro tempo, sofreu drible desmoralizante de Hazard. Bem mais simples foi a finta que levou de Lukaku. A consequência, porém, foi terrível. Depois de não esboçar reação diante do avanço do atacante, viu a bola sobrar para De Bruyne fazer o segundo gol da Bélgica.

- Talvez o time precisava ter tido mais agressividade no lance, mas não podemos culpar ninguém. Quando perdemos, perdemos juntos. Assim como ganhamos - contemporizou Miranda.

Escalado na vaga de Casemiro, suspenso com dois cartões amarelos, Fernandinho ainda tinha a possibilidade de tentar se redimir com a bola nos pés. Sua maior mobilidade e capacidade com a bola em relação ao titular foi uma teoria que não se concretizou. Com o Brasil atrás no placar, Fernandinho participou muito do jogo, mas errou passes bobos, matou ataques que contribuíram para o fato de a equipe de Tite não ter conseguido fazer o abafa sobre os belgas.