Esportes Copa das Confederações

Com Neymar discreto, moicano de El Shaarawy vira o centro das atenções

Sobrancelha de jogador italiano desagrada especialistas no assunto

El Shaarawy: o visual mais comentado da Copa das Confederações
Foto: Cezar Loureiro/ Agência O Globo
El Shaarawy: o visual mais comentado da Copa das Confederações Foto: Cezar Loureiro/ Agência O Globo

RIO — Neymar e o atacante italiano Stephan El Shaarawy têm mais em comum do que imaginam. Além de jogarem na mesma posição, terem quase a mesma idade (o brasileiro tem 21 anos, e o italiano 20) e atravessarem uma fase ruim — Neymar não marca há dez jogos, e El Shaarawy não balança a rede desde o dia 24 de fevereiro —, os atletas, que irão disputar sua primeira Copa das Confederações, também são donos dos moicanos mais comentados do futebol.

Entretanto, Neymar tem tudo para ser ofuscado pelo Pequeno Faraó — o apelido tem a ver com a origem egípcia do atacante do Milan. Desde que assinou com o Barcelona, o paulista adotou um visual mais discreto, deixando um pouco de lado suas extravagâncias. Enquanto isso, o moicano de El Shaarawy não para de crescer, chegando a virar protagonista dentro de campo — vide o amistoso contra o Haiti. O penteado, contudo, não é unanimidade entre a turma que entende do riscado. O cabeleireiro Rodrigo Costa, por exemplo, reprovou o look.

— Não sei quem fica pior com este corte: El Shaarawy ou Neymar. Este cabelo não é para qualquer pessoa. E o italiano, definitivamente, não é uma das exceções — comentou Costa.

— O corte de cabelo do jogador está bem melhor do que muitos adotados por Neymar — disse o profissional das tesouras Krisna Carvalho, que não deixou de reparar nas sobrancelhas de El Shaarawy. — Estão feitas demais. Os atletas estão muito vaidosos. Eu não gosto.

— As sobrancelhas conseguem ser piores do que o moicano com laterais raspadas — concordou Costa.

Mas nem todos estão contra o cabelo de El Shaarawy. O estilista Silvio Halleck apoia as extravagâncias do jogador.

— O mais curioso do visual do atacante é a “linha” que começa na testa, que divide o cabelo e pode parecer um erro ou um truque de design ao mesmo tempo. Duelo de estilo com o Neymar. Mas o brasileiro leva, já que experimenta mais e consegue estar sempre diferente e inovando — avaliou Halleck.

Os olhos de Halleck também estão voltados para as roupas que as seleções estão usando extra-campo. Sem titubear, ele destaca a seleção italiana como a mais bem vestida até o momento. Faz todo sentido. Os ternos usados pelos jogadores na chegada ao Brasil foram desenhados pela grife Dolce & Gabbana, que mantém um longo relacionamento com o time nacional.

— Os italianos estão mais acostumados a usar a alfaiataria. Os brasileiros, como estão jogando em casa, estão mais à vontade para vestir peças que fazem parte do guarda-roupa do dia a dia — palpitou Halleck.

— As seleções são mesmo um retrato das culturas de seus países. A elegância da alfaiataria da delegação italiana reforça a tradição de qualidade e sofisticação clássica do vestuário masculino do país. O Brasil mostra toda a influência da moda esportiva americana, exibindo logos em camisas, camisetas e jaquetas, combinadas com bonés e fones de ouvido — analisou a estilista Yamê Reis.

— No Brasil, os "novos ricos" precisam se afirmar nos ícones, nos brilhantes e nas grandes marcas. Como não há uniformidade, cada um chegou à concentração de um jeito — criticou o designer Beto Neves, referindo-se a variedade de estilos que os integrantes da seleção exibiram em Goiânia.