Esportes Rio 2016

Doda Miranda e Rodrigo Pessoa trocam farpas após quinto lugar do Brasil nos saltos

Polêmica 'respingou' em outros cavaleiros da equipe
Doda de Miranda, montando Cornetto K, na prova de saltos por equipe do hipismo, em Deodoro, na manha desta quarta-feira. Foto: Daniel Marenco / Agencia O Globo
Doda de Miranda, montando Cornetto K, na prova de saltos por equipe do hipismo, em Deodoro, na manha desta quarta-feira. Foto: Daniel Marenco / Agencia O Globo

RIO— O quinto lugar do Brasil nos saltos trouxe à tona, novamente, a polêmica decisão do técnico americano George Morris em convocar Rodrigo Pessoa apenas como reserva — o brasileiro desistiu de representar o Brasil nos Jogos Rio-2016. Ao ser perguntado sobre a falta do cavaleiro campeão olímpico, Doda Miranda foi categórico: "Ele passaria vergonha".

A justificativa de Morris para não convocar Pessoa como titular por causa do nível da sua égua foi corroborada por Doda, que, até então, dera respostas políticas sobre o caso.

— Ele não fez falta. A égua não estava bem, e, provavelmente, não estaríamos na final de hoje. O Rodrigo é um craque, mas era provável que com essa égua derrubasse todos os obstáculos. Ele passaria vergonha aqui, e não merece isso — disse Doda, logo após sua prova.

Pessoa, que comenta as provas de saltos para uma TV francesa, prontamente rebateu as críticas.

— Nunca saberemos se eu derrubaria todos os obstáculos ou zeraria, pois não me deram a oportunidade - alfinetou Pessoa, que comemorou o título francês da tribuna de imprensa: — Não vou entrar nessa polêmica com o Doda, pois está de cabeça quente.

O cavaleiro brasileiro, no entanto, não tem a mesma parcimônia com o técnico George Morris. Segundo ele, não há chances de fazer parte da equipe sob comando do americano.

— Ele entrou como uma lenda, e sai daqui como uma lêndea — detonou Rodrigo, que não culpou os cavaleiros pelo resultado: — Os cavalos estavam bem, eles saltaram bem. Mas a perda de um conjunto foi determinante, é ir à final com um jogador a menos. Mas a regra é essa, e tem acontecido com frequência.

Apesar de não entrar em confronto com os cavaleiros brasileiros, Pessoa foi irônico ao comentar se o caso de Stephan Barcha, desclassificado por causa de um ferimento de espora no cavalo Landpeter do Feroleto, poderia acontecer com qualquer um.

— Comigo não aconteceria, pois eu não monto com espora — afirmou.