RIO— O quinto lugar do Brasil nos saltos trouxe à tona, novamente, a polêmica decisão do técnico americano George Morris em convocar Rodrigo Pessoa apenas como reserva — o brasileiro desistiu de representar o Brasil nos Jogos Rio-2016. Ao ser perguntado sobre a falta do cavaleiro campeão olímpico, Doda Miranda foi categórico: "Ele passaria vergonha".
A justificativa de Morris para não convocar Pessoa como titular por causa do nível da sua égua foi corroborada por Doda, que, até então, dera respostas políticas sobre o caso.
— Ele não fez falta. A égua não estava bem, e, provavelmente, não estaríamos na final de hoje. O Rodrigo é um craque, mas era provável que com essa égua derrubasse todos os obstáculos. Ele passaria vergonha aqui, e não merece isso — disse Doda, logo após sua prova.
Pessoa, que comenta as provas de saltos para uma TV francesa, prontamente rebateu as críticas.
— Nunca saberemos se eu derrubaria todos os obstáculos ou zeraria, pois não me deram a oportunidade - alfinetou Pessoa, que comemorou o título francês da tribuna de imprensa: — Não vou entrar nessa polêmica com o Doda, pois está de cabeça quente.
O cavaleiro brasileiro, no entanto, não tem a mesma parcimônia com o técnico George Morris. Segundo ele, não há chances de fazer parte da equipe sob comando do americano.
— Ele entrou como uma lenda, e sai daqui como uma lêndea — detonou Rodrigo, que não culpou os cavaleiros pelo resultado: — Os cavalos estavam bem, eles saltaram bem. Mas a perda de um conjunto foi determinante, é ir à final com um jogador a menos. Mas a regra é essa, e tem acontecido com frequência.
Apesar de não entrar em confronto com os cavaleiros brasileiros, Pessoa foi irônico ao comentar se o caso de Stephan Barcha, desclassificado por causa de um ferimento de espora no cavalo Landpeter do Feroleto, poderia acontecer com qualquer um.
— Comigo não aconteceria, pois eu não monto com espora — afirmou.