Esportes Copa 2018

Ele vai: Al-Sahlawi, uma miragem no deserto de atacantes da Arábia

Atacante foi artilheiro das eliminatórias locais e comanda seleção em setor historicamente crítico
Al-Sahlawi, destaque da Arábia Saudita Foto: STR / Agência O Globo
Al-Sahlawi, destaque da Arábia Saudita Foto: STR / Agência O Globo

As explicações para a ausência da Arábia Saudita dos últimos três mundiais são as mesmas das más campanhas nas participações anteriores. A falta de equilíbrio defensivo, combinada com o baixo poder de fogo do ataque, transforma os Falcões Verdes em presas fáceis fora do ambiente continental. Mas, pelo menos para o segundo problema, a equipe tem um remédio para apresentar na Rússia: Mohammad Al-Sahlawi.

Autor de 16 gols nas 15 partidas das eliminatórias asiáticas, das quais foi o artilheiro, o atacante é um veterano pouco conhecido pelo público internacional por conta dos anos de ostracismo da seleção saudita. Contribui para isto fato de atuar na liga doméstica, que tem perdido força nas competições continentais para vizinhos emergentes. Al-Sahlawi atua no Al Nassr e funciona como termômetro de uma seleção que encontra dificuldades para subir de nível.

Principal aposta de gols sauditas nesta que será a Copa do Mundo com mais países árabes na história, Al-Sahlawi é habilidoso e veloz. Apesar disso, tem sido inconsistente. Seu desempenho oscila junto com a equipe, geralmente soberana contra adversárias mais frágeis, mas que cai de desempenho nos grandes jogos.

A instabilidade marca também o temperamento dos príncipes sauditas, mais semelhante ao dos dirigentes de clubes brasileiros, o que faz o tempo passar de modo diferente para os treinadores. Al-Sahlawi e seus companheiros serão comandados pelo argentino Juan Antonio Pizzi, terceiro treinador em três meses. Chegou em novembro, para substituir o compatriota Eduardo Bauza.