Com a bola entre os braços, Cristiano Ronaldo olhou para cima. Estava em seus pés a chance de marcar o segundo gol de Portugal, matar o jogo contra o Irã e, assim, garantir a classificação dos lusitanos. Mas entre ele e a rede pairava um gigante, que se adiantou para o lado esquerdo e espalmou a forte finalização do vice-artilheiro da Copa. Alireza Beiranvand pegou o pênalti e manteve vivas as esperanças do Irã.
LEIA TAMBÉM: Tite testa Neymar como centroavante em treino
Neymar tem média de cartões maior do que soma de CR7, Messi, Ronaldo e Klose
Filho mais velho em uma família nômade e de pastores de ovelhas, se acostumou a ajudar os pais no trabalho rural. Por esse motivo, teve de enfrentar a resistência de seu pai quando começou a jogar futebol e se viu forçado a fugir de casa, aos 12 anos de idade. No ônibus a caminho de Teerã, em busca de um clube maior, Alireza encontrou um técnico. Estava ali sua chance de continuar se dedicando ao futebol.
ANÁLISE: Mais resultado do que jogo de um Uruguai que sabe competir
Com dois brasileiros e Harry Kane, a seleção da 2ª rodada da Copa do Mundo
Sem lugar para morar, teve de acumular bicos e empregos informais para garantir sua sobrevivência na cidade. Antes de se fixar como jogador, foi gari, vendedor de pizza, lavador de carro e chegou a dormir na rua em momentos de mais vulnerabilidade. Isso não tirou a fé do goleiro.
Tamanha perseverança rendeu, finalmente, uma oportunidade. No time sub-23 do Naft Teerã, chamou a atenção de todos por suas defesas e por uma característica bem peculiar: seus lançamentos de 70 metros de distância. Não demorou muito para que chegasse à seleção de seu país, pela qual viveu o maior momento de sua carreira: defender um pênalti do melhor jogador do mundo.