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Esportes Copa 2018

Suíço nascido na Macedônia, Dzemaili é um dos ‘estrangeiros’ do rival de estreia do Brasil

Na copa de 2014, meia quase levou o jogo contra a Argentina para os pênaltis
Blerim Dzemaili, meia da Suíça, em ação na Euro-2016 Foto: Laurent Cipriani / Agência O Globo
Blerim Dzemaili, meia da Suíça, em ação na Euro-2016 Foto: Laurent Cipriani / Agência O Globo

Do adversário de estreia do Brasil, na Copa da Rússia, o torcedor pouco deve ter ouvido falar de Blerim Dzemaili. Porém, deve se lembrar de uma bola cabeceada na trave argentina nos minutos finais da prorrogação das oitavas de final do Mundial de 2014, que, se tivesse entrado, levaria o jogo para os pênaltis. Foi do meia de 31 anos, que vai disputar a competição pela terceira vez com a camisa da Suíça.

Se a fama não é a mesma dos companheiros Shaqiri, Behrami e Xhaqa, há outras semelhanças entre eles. Todos são nascidos fora das fronteiras suíças e de origem muçulmana. Dzemaili faz parte do contingente de estrangeiros naturalizados ou com dupla nacionalidade — o país teve oito jogadores na última Eurocopa não nascido em seu território.

A história de Dzemailli repete o drama de quem vivia na antiga Iugoslávia nos anos 1990. Seus pais migraram da cidade de Bogoninge, na Macedônia, em fuga da guerra civil, para Zurique, na Suíça, quando ele tinha apenas 4 anos. A mudança de país, no entanto, não tirou o desejo do menino em jogar futebol. Com 8 anos, já estava jogando em categorias de base de clubes da cidade.

A precocidade surpreendeu o futebol suíço, e Dzemailli foi considerado uma das grandes promessas no início dos anos 2000. Antes de completar a maioridade, o meio-campo de passes certeiros e agressivo no ataque estreou nos profissionais do Zurick. Logo depois, com 19 anos, já usava a braçadeira de capitão do time — um dos mais jovens da história do país. Sua liderança ajudou a equipe levantar os troféus nacionais das temporadas de 2005/2006 e 2006/2007.

O futebol aguerrido de Dzemaili chamou a atenção da comissão técnica suíça. Aos 20 anos, foi à sua primeira Copa do Mundo, na Alemanha, mas não teve oportunidade de jogar. Só em 2014, ele pôde entrar em campo para defender a seleção. Até o momento, foram 59 jogos e sete gols, sendo um deles no Mundial do Brasil, na derrota para a França, na fase de grupos. Nas eliminatórias, conquistou a posição de titular e jogou todas as partidas.

Agora, bem mais experiente e rodado — passou pelo Bolton, da Inglaterra; Torino, Napoli, Genoa, Bolonha, da Itália, e Galatasaray, da Turquia —, o jogador do Impact Montreal, do Canadá, espera ter mais pontaria se a bola novamente surgir na sua frente num momento crucial. Resta a Allison ter a mesma sorte que o goleiro argentino Romero.