Saúde
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Por O Globo — Rio de Janeiro

Temos boas notícias para quem morre de medo de ser atingido por um raio durante uma tempestade: estar com a cabeça molhada da água da chuva pode aumentar a sua chance de sobrevivência em até 90%.

Essa é a conclusão a que chegou uma equipe de cientistas que construiu cabeças humanas falsas, eletrocutou-as com poderosos raios elétricos e mediu os resultados. As cabeças falsas que estavam molhadas apresentavam significativamente menos danos e menor exposição interna à corrente elétrica.

Os resultados sugerem que ficar encharcado pode melhorar muito suas chances em uma tempestade com raios – embora sua melhor aposta seja não sair em uma, é claro.

“As nossas experiências com falsas cabeças humanas fornecem provas práticas do efeito teoricamente postulado de que a pele molhada pela chuva pode ter um melhor comportamento protetor contra raios do que a pele seca", diz o autor do estudo, o engenheiro René Machts, da Universidade de Tecnologia de Ilmenau, na Alemanha, em um comunicado.

Os relâmpagos não são um fenômeno com que se possa brincar. Podem fornecer correntes superiores a 200 mil amperes – muito, muito superiores à potência necessária para matar um ser humano.

Mais de um estudo já sugeriu que a água pode reduzir o efeito. A análise teórica sugere que a pele molhada pode reduzir a exposição do corpo, enquanto outro estudo descobriu que os animais molhados sobreviveram a quedas de raios com mais frequência do que os secos.

Sobre o estudo

No entanto, estudos experimentais não haviam examinado a variável da pele humana molhada. Machts e seus colegas procuraram preencher esta lacuna na nossa compreensão dos efeitos dos raios, especificamente, como a umidade da superfície pode mudar a forma como o raio viaja pela cabeça humana nua.

Eles construíram duas cabeças humanas falsas, projetadas para imitar as propriedades de condutividade elétrica de cabeças humanas reais. Modelado com base em dados de tomografia computadorizada, cada um consistia em couro cabeludo, crânio e volume de tecido dentro do crânio. Os materiais de construção foram cuidadosamente escolhidos para terem propriedades semelhantes às do tecido humano: cloreto de sódio, água, grafite e agarose.

Em seguida, as cabeças fantasmas foram colocadas em conjuntos de eletrodos. A equipe manteve uma cabeça seca, borrifou a outra com água da chuva artificial e explodiu ambas com a corrente máxima disponível em seu gerador de pulsos de 42 mil amperes (a maioria dos relâmpagos nuvem-solo tem uma corrente de cerca de 30 mil amperes).

A cabeça molhada teve menos “lesões” e menos graves do que a seca. Mas isso não é tudo. O conjunto de eletrodos também mediu as correntes que atravessam por dentro e pela superfície das duas cabeças. Quando um raio atinge uma pessoa, ela pode experimentar algo chamado "flashover de superfície", um caminho de descarga na superfície da pele causado por uma diferença de alta tensão entre o ponto de entrada e o ponto de saída da corrente através do corpo. A maior parte da corrente do raio viaja ao longo do flashover e muito pouca entra no corpo.

Os resultados da equipe mostraram que um flashover (passagem de um fogo localizado para um generalizado) ocorre quer a cabeça esteja molhada ou seca. No entanto, para a cabeça molhada, significativamente menos corrente entrou na cabeça; especificamente, a energia que entrou na cavidade cerebral foi 32,5% menor na cabeça molhada do que na seca.

Esta exposição reduzida do cérebro, combinada com menos lesões físicas, poderia aumentar significativamente as probabilidades de sobrevivência de uma pessoa molhada, em até 70% a 90% por cento, disseram os pesquisadores.

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