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Camisas coladas: disputa que arranca suspiros na Copa

Os uniformes estão mais justos, modelando o corpo dos jogadores. Entenda a tecnologia por trás das roupas que fazem a alegria do público feminino

A forma arredondada do atacante Walter, do Fluminense, não teria a menor chance – ou graça. Adriano, que já foi até imperador, nem precisa provar. Ronaldo Fenômeno nunca vestiu nada parecido – mesmo antes de começar a eterna luta contra a balança. Os barrigudos que nos perdoem, mas abdômen sarado é fundamental nesta Copa do Mundo. Em nenhuma outra edição as camisas dos jogadores estiveram tão grudadas ao corpo, e eles nunca estiveram em tão boa forma. Das 32 seleções que entraram em campo na fase de grupos do Mundial, oito se destacaram por vestirem um uniforme ainda mais colado do que as demais. Itália, Gana, Costa do Marfim e Camarões foram eliminadas cedo demais. Mas Suíça, Argélia, Chile e (principalmente) Uruguai voltam para arrancar mais suspiros nas oitavas de final, que começam neste sábado.

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As mulheres agradecem, os gays suspiram, os héteros invejam – tudo bem, alguns nem ligam. Mas se engana quem pensa que a razão para um formato tão justo seja apenas estética. “Existe uma tecnologia por trás disso”, afirmou ao site de VEJA João Diago, responsável pela área de futebol da Puma, a empresa que fabrica os uniformes das oito seleções citadas acima. A inovação tem nome: ACTV (lê-se ‘active’). “A camisa tem faixas de silicone elásticas, que fazem micromassagens e reduzem a vibração muscular. O objetivo é que o atleta economize energia e melhore sua performance. Para funcionar, a camisa precisa estar justa ao corpo, para que as fitas se posicionem junto ao músculo”, explica Diago. Para se chegar a esse modelo, a empresa realizou pesquisas com jogadores de vários países, desde meados de 2011. No Brasil, o Botafogo foi escolhido.

Há quatro anos, no Mundial da África do Sul, a Puma já havia ajustado as camisas das seleções africanas. “Mas nada parecido com o que temos agora, mesmo porque não havia essa tecnologia em 2010”, ressalva Diago. E o sucesso não é medido apenas pelo aumento das vendas – números que a empresa não abre, mas garante: são bastante expressivos. Apesar do mesmo princípio ter sido usado para todas as seleções, a empresa respeitou a individualidade de cada uma, desenvolvendo modelos bastante diferentes. O que explica por que, por exemplo, a do Uruguai parece a mais justa de todas. “Esperávamos um bom retorno do produto, mas não tínhamos noção de quão boa seria a aceitação da parte visual e do belo design, principalmente entre o público feminino”, revela o responsável pela área de futebol da Puma.

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Nas redes sociais, até as mulheres que entendem e gostam de futebol admitem perder a concentração quando uma dessas camisas passa desfilando pela TV. E há aquelas (e aqueles) cuja última preocupação é para que lado foi a bola. “Temos que agradecer para sempre por essa camisa do uniforme colada no Lugano”, exagerou, no Twitter, uma fã do zagueiro uruguaio. Tem quem encontre, claro, uma brecha para fazer piada – os homens, em sua maioria. “Mais justa que a camisa do Uruguai só a justiça divina”, escreveu um perfil. “A camisa do time de Gana é tão colada que se tiver de fazer um raio-x nem vai precisar tirar”, brincou outro. A torcida feminina não se importa. Ao contrário: cresce no microblog o pedido para que todas as seleções adotem o modelito ‘slim’. “Nossa equipe de inovação já está preocupada com 2016”, garante Diago.

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