Publicidade
Publicidade

‘Perdemos para quem deveríamos perder’, afirma uruguaio

Técnico diz ter apelado à ‘vergonha e à honra’ para melhorar no segundo tempo. Mesmo em solo brasileiro, Lugano não quis saber de diplomacia: ‘Essa Espanha é bem melhor que o Brasil que enfrentamos’

“Eles têm outro conceito tático e detêm a posse de bola como nenhuma outra equipe no mundo jamais o fez. Quando o time adversário consegue pegar a bola, já está cansado”, disse Lugano

No confronto entre os campeões europeus e sul-americanos, houve vencedores e vencidos – mas, ao menos na leitura dos treinadores Vicente del Bosque e Óscar Tabárez, todos saíram satisfeitos. Apesar de ter visto seu time desperdiçar um caminhão de chances na partida e ainda ter tirado o pé do acelerador no segundo tempo, o técnico espanhol considerou normal esse relaxamento, que impediu uma vitória ainda mais elástica na estreia da Copa das Confederações. “Faz parte do jogo”, declarou, tranquilo, Del Bosque. Já o comandante da Celeste aplaudiu a postura de sua equipe na etapa final, que, em sua opinião, devolveu a dignidade quase perdida com o baile do primeiro tempo. “Apelamos para a vergonha e para a honra. Se continuássemos levando gols, a situação ficaria crítica. Mas recuperamos a imagem e não saímos de mãos vazias: perdemos para quem deveríamos perder. E chegamos de cabeça erguida para o próximo jogo”, garantiu Tabárez.

Publicidade

Leia também:

Espanha passeia na Arena Pernambuco diante do Uruguai

Espanha mostra no Recife a eficácia da posse de bola

Cléber Machado pergunta ibope de rival – no ar

Um pouco menos satisfeito, contudo, estava o capitão uruguaio Diego Lugano – para quem o desgaste das Eliminatórias, somado à qualidade da Espanha, foi determinante para o resultado. “O time não se recuperou bem fisicamente da partida das Eliminatórias contra a Venezuela, onde jogamos com um clima ainda mais quente que o de hoje. Como a Espanha é tecnicamente muito superior ao Uruguai, teríamos de correr o dobro deles. A gente até tentou, mas estávamos sem força e sem pernas”, justificou o ex-são-paulino. Ao ser questionado sobre a razão de o Uruguai jogar de igual para igual com as seleções argentina e brasileira, que também são técnicas, mas não conseguir fazer frente à Espanha, Lugano deixou a diplomacia de lado. “Este time espanhol é muito superior aos times de Brasil e Argentina que já enfrentamos. Eles têm outro conceito tático e detêm a posse de bola como nenhuma outra equipe no mundo jamais o fez. Quando o time adversário consegue pegar a bola, já está cansado e não consegue mais resolver”, explicou. As palavras de Lugano são um retrato fiel da partida deste domingo.

Sem política – Durante a entrevista coletiva de Vicente del Bosque, um jornalista perguntou ao treinador espanhol sobre uma possível divisão do elenco entre jogadores do Real Madrid e Barcelona – e tentou, ainda que de forma estranha, costurar a questão com os protestos que ocorrem no Brasil contra a Copa do Mundo. Imediatamente, na mesa de entrevista, iradas carrancas surgiram nos rostos dos assessores da Espanha e da Fifa. Del Bosque, como era de se esperar, saiu pela tangente, dizendo que só fala de futebol. Ao final da entrevista – e antes de Óscar Tabárez subir para o tablado -, o representante da Fifa, Leslie Dickens, deu um recado à imprensa: “Não façam perguntas de cunho político”.

Publicidade

Continua após a publicidade

Publicidade