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Luan e Wallace deram o equilíbrio que Micale tanto procurava na Seleção

Os jogadores do Grêmio tiveram destaque na vitória sobre a Dinamarca, e colocaram uma dúvida saudável na cabeça do treinador

11/08/2016 08:30

Por Tauan Ambrosio 


A Seleção Olímpica masculina estava cercada de dúvidas. E elas eram justificadas, afinal de contas o Brasil vinha de 180 minutos sem balançar as redes na Olimpíada. Os dois empates colocavam em cheque a classificação para as quartas de final. A partida contra a Dinamarca, na Fonte Nova, tinha caráter decisivo: marcaria um vexame ou uma nova esperança.

E que bom que não foi um vexame!

O Brasil demorou um total de 46 arremates, considerando toda a competição, para balançar as redes pela primeira vez. Aos 26 minutos do primeiro tempo, Douglas Santos avançou pela esquerda e cruzou para Gabigol honrar o apelido e deixar a sua marca. Comemoração, gritos, sorrisos... mas sobretudo alívio. Naquele momento, acabava a tensão.

No mesmo lance, um jogador participou sem nem mesmo tocar na bola. Antes de Gabigol completar o cruzamento, Luan havia tentado dar um carrinho. Não conseguiu, mas depois começou a mostrar o seu caráter decisivo. O jogador do Grêmio, artilheiro do Tricolor no Brasileirão (5 gols), tabelou com Gabigol. Recebeu a bola em velocidade na esquerda e cruzou com precisão para Gabriel Jesus enfim fazer o seu. Mais tranquilidade, e alívio maior para o atacante do Palmeiras.

Luan comemora um dos gols da Seleção contra a Dinamarca (Foto: Lucas Figueiredo / MoWA Press)

Contra a Dinamarca, Luan foi titular pela primeira vez na Olimpíada. O quarteto de ataque, com Neymar e os Gabriéis, estava formado desde o início. E o camisa 7 mostrou toda a sua polivalência nas posições de ataque: estava às vezes na direita, várias outras pela esquerda. Voltava para recompor no 4-2-3-1 e também se lançava ao ataque mostrando o 4-2-4 que muitos achavam impossível de funcionar.

Posição média da Seleção mostra o 4-2-4 com Luan em campo (Foto: Opta)

Correndo para o abraço (Foto: NELSON ALMEIDA/AFP/Getty Images)

Foi como um verdadeiro camisa 9 que Luan deixou a sua marca, no início do segundo tempo, aproveitando boa jogada de Neymar e Douglas Santos – muito bem em campo, aliás. Dentro da área, o atacante completou o cruzamento rasteiro com apenas um toque. Era o 3 a 0, que deixava o (até agora) frágil time dinamarquês rendido. Aos 80’, Gabigol daria números finais.

Luan, que já está no radar do Barcelona, arriscou um total de quatro chutes (dois na mira, um nas redes) e criou três oportunidades (uma delas virou assistência). Foi um dos muitos destaques da mini forra tupiniquim no futebol masculino desta Olimpíada.

Um outro número que mostra muito bem os predicados do jogador está na recuperação da posse de bola. O gremista recuperou sete bolas para o Brasil. Apenas Wallace o superou, com oito.

Wallace, aliás, foi outro grato destaque. O volante, jogador do Grêmio assim como Luan, entrou em campo para substituir o suspenso Thiago Maia – que vinha sendo um dos grandes destaques do Brasil. E deu grande segurança para a defesa, apesar de o ataque dinamarquês ter muitas deficiências. Ao contrário de Thiago Maia, que sai mais para o jogo, Wallace faz mais o papel do clássico “primeiro volante”. Aquele mais defensivo.

Ao mesmo tempo e que o time de Micale ficou mais ofensivo, com a presença de quatro jogadores de ataque na frente, Wallace ajudou a equilibrar o sistema defensivo. Equilíbrio, vale lembrar, foi um dos pontos mais repetidos por Rogério Micale durante o período de preparação da Seleção Brasileira, na Granja Comary.

Vários foram os destaques da Seleção Olímpica na goleada sobre a Dinamarca. O lateral Douglas Santos teve atuação exuberante. Mas se Luan já vinha ganhando pontos com Micale, Wallace também colocou uma “dúvida saudável” para o treinador montar o seu time. A dupla gremista personificou o equilíbrio defesa/ataque que o Brasil tanto buscava.

Fonte: Esporte interativo
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