Como o ano eleitoral global pode moldar a política mundial-Xinhua

Como o ano eleitoral global pode moldar a política mundial

2024-01-14 11:39:12丨portuguese.xinhuanet.com

Beijing, 12 jan (Xinhua) -- O ano de 2024 poderá ser o maior ano eleitoral da história, com mais de 50 países e regiões em todo o mundo realizando eleições, incluindo países importantes como os Estados Unidos e a Rússia.

As eleições, que envolverão quase metade da população mundial, têm importância para a política interna destes países e regiões e poderão moldar o cenário político global.

Foto tirada em Arlington, Virgínia, Estados Unidos, no dia 22 de outubro de 2020, mostra transmissão ao vivo do C-SPAN do presidente dos EUA, Donald Trump (esquerda), e seu adversário democrata, Joe Biden, participando do debate final na corrida presidencial de 2020. (Xinhua/Liu Jie)

EUA: TRUMP ENFRENTA DESAFIOS

As eleições presidenciais dos EUA estão marcadas para novembro. Atualmente, o presidente dos EUA, Joe Biden, está concorrendo à reeleição, enquanto o ex-presidente Donald Trump lidera significativamente nas pesquisas sobre outros candidatos presidenciais republicanos.

No entanto, devido ao seu alegado envolvimento no motim do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, a elegibilidade de Trump para esta eleição está sendo contestada em vários estados, incluindo o Colorado.

Em 19 de dezembro de 2023, a Suprema Corte do Colorado decidiu que Trump seria removido da votação primária presidencial republicana de 2024 no estado. Poucos dias depois, o estado do Maine anunciou uma decisão semelhante.

Na semana passada, Trump recorreu ao Supremo Tribunal dos EUA, que concordou em decidir se o ex-presidente deveria ser desqualificado para concorrer às eleições primárias do Colorado. A decisão do Supremo Tribunal terá impacto significativo nas eleições presidenciais deste ano.

Trump também foi acusado de várias acusações criminais relacionadas ao motim do Capitólio e muitos outros casos, que, segundo a revista TIME em artigo recente, “darão forma às campanhas de 2024 e testarão a justiça e os sistemas políticos de uma forma inédita”.

Greg Cusack, ex-membro da Câmara dos Representantes de Iowa, disse à Xinhua que o motim no Capitólio continuará alimentando a turbulência política nos EUA três anos depois, e ele está preocupado com mais violência no país.

“Isso já começou”, disse Cusack, mencionou que algumas câmaras estaduais foram falsamente alertadas sobre bombas ou outras ameaças recentemente.

Presidente russo, Vladimir Putin, confirmou planos de concorrer à reeleição em 2024, disse o Kremlin no dia 8 de dezembro de 2023. (Foto por Alexander Zemlianichenko Jr/Xinhua)

RÚSSIA: PUTIN CONFIA QUE GANHARÁ

A Rússia fará suas eleições presidenciais de 15 a 17 de março. Nikolai Bulayev, vice-presidente da Comissão Eleitoral Central da Rússia (CEC), disse anteriormente à mídia que há 11 nomes na lista de possíveis candidatos presidenciais.

Enquanto participava na comemoração do Dia dos Heróis da Pátria no Kremlin, em 8 de dezembro de 2023, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o plano de concorrer à reeleição em 2024.

Mais tarde, Putin mostrou os documentos de registro à CEC para concorrer à presidência, e seu site de campanha foi lançado. Na Rússia, há uma crença generalizada de que Putin provavelmente vencerá.

O nível de confiança pública em Putin entre os russos atingiu 80%, mostrou uma pesquisa de opinião pública realizada em dezembro de 2023 pelo Centro Russo de Pesquisa de Opinião Pública.

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (esquerda), conversa com presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, enquanto participam da cúpula da UE em Bruxelas, Bélgica, no dia 27 de outubro de 2023. (Xinhua/Zhao Dingzhe)

EUROPA: AUMENTO DAS FORÇAS DA EXTREMA-DIREITA

As eleições para o Parlamento Europeu de 2024 estão programadas para 6 e 9 de junho. Serão as primeiras eleições para o Parlamento Europeu depois do Brexit e são consideradas um barômetro da política europeia.

As eleições para o Parlamento Europeu são feitas de cinco em cinco anos. Mais de 400 milhões de eleitores dos 27 países membros da União Europeia (UE) votarão para eleger cerca de 700 deputados para o Parlamento Europeu.

O Parlamento Europeu funciona como órgão legislativo, de supervisão, orçamental e consultivo da UE. A nomeação do novo presidente da Comissão Europeia, que exerce uma influência significativa sobre a tomada de decisões internas e externas da UE, deve ser aprovada pelo parlamento.

Dado que no ano passado vimos um aumento de forças de extrema-direita na política europeia, os especialistas expressaram preocupações de que o surgimento de partidos de extrema-direita em vários países possa impactar as eleições para o Parlamento Europeu deste ano.

As eleições no Reino Unido também são dignas de observação. Embora o Partido Trabalhista da oposição e os Liberais Democratas apelem a eleições gerais em maio, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak disse recentemente que seu pressuposto é realizar as eleições no segundo semestre do ano.

Há várias questões a serem abordadas, incluindo a gestão da economia, a redução de impostos e o combate à imigração ilegal, disse o primeiro-ministro.

Seu Partido Conservador está atrás do Partido Trabalhista por uma média de 18 pontos nas pesquisas, segundo um relatório do Financial Times. Presume-se que o primeiro-ministro esperaria até o outono para que desse tempo de a economia melhorar.

Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, reage durante coletiva de imprensa matinal no Palácio Nacional da Cidade do México, capital do México, no dia 6 de junho de 2022. (Foto por Francisco Canedo/Xinhua)

MÉXICO: PRIMEIRA POSSÍVEL PRESIDENTE

O México realizará eleições gerais em 2 de junho e o novo presidente tomará posse em outubro. Duas candidatas lideram em várias pesquisas, com Claudia Sheinbaum, a candidata do partido no poder Morena, com uma taxa de apoio superior a 48% e Xochitl Galvez, candidata da coligação da oposição, com uma taxa de apoio de cerca de 30%.

Sheinbaum, 61 anos, era climatologista e é considerada pela mídia como protegida do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador. Em 2018, ela se tornou prefeita da Cidade do México, comprometida com a construção de infraestruturas ecologicamente corretas e com o combate ao crime.

Galvez, 60 anos, vem de origem humilde e virou empresária. Depois de entrar na política, ocupou diversos cargos, como prefeita de um bairro da Cidade do México e senadora federal. Ela se opôs às políticas do atual governo na energia tradicional e em outras áreas.

Nos últimos seis anos, o índice de aprovação do atual presidente, López Obrador, manteve-se em 60% ou mais. Os analistas argumentam que com a aproximação das eleições gerais, a posição e as políticas de López Obrador influenciarão o resultado das eleições. É provável que o país tenha sua primeira mulher presidente.

 

 

Candidato presidencial indonésio Ganjar Pranowo (esquerda, frente) faz declaração à imprensa no prédio da comissão eleitoral em Jacarta, Indonésia, no dia 19 de outubro de 2023. (Xinhua/Zulkarnain)

INDONÉSIA: MÍDIAS SOCIAIS DESEMPENHAM UM PAPEL

Faltando um mês para as eleições presidenciais na Indonésia, a competição entre os três pares de candidatos presidenciais aumentou.

Os candidatos com mais destaque são Prabowo Subianto, atual ministro da Defesa e presidente do Partido Gerindra, e Gibran Rakabuming Raka, filho mais velho do presidente indonésio Joko Widodo.

Nas eleições de 2014 e 2019, Subianto perdeu para Widodo. Este ano, a união do ministro da Defesa, de 72 anos, com Gibran, 36 anos, pretende atrair os partidários ferrenhos de Widodo e a geração mais jovem.

Outra dupla de candidatos é Ganjar Pranowo, ex-governador de Java Central, e Muhammad Mahfud, ministro coordenador dos assuntos políticos, jurídicos e de segurança da Indonésia. A terceira dupla é composta por Anies Baswedan, ex-governador de Jacarta, e Muhaimin Iskandar, presidente do Partido do Despertar Nacional.

Plataformas de mídia social como o TikTok viraram um campo de batalha para os candidatos atraírem eleitores jovens. A conta oficial do TikTok de Pranowo tem 7,3 milhões de seguidores, e os vídeos curtos postados geraram milhões de visualizações.

Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa discursa sobre estado da nação de 2023 na Cidade do Cabo, África do Sul, no dia 9 de fevereiro de 2023. (Foto por Xabiso Mkhabela/Xinhua)

ÁFRICA DO SUL: PARTIDO GOVERNANTE SOB PRESSÃO

A África do Sul, membro do BRICS, realizará eleições em 2024. A Comissão Eleitoral Independente (CEI) da África do Sul anunciou que as eleições presidenciais e locais acontecerão entre maio e meados de agosto.

Detalhes específicos sobre os procedimentos eleitorais, o cronograma e os candidatos para as eleições de 2024 na África do Sul não foram divulgados.

A CEI lançou oficialmente o processo de eleições presidenciais e provinciais em 24 de outubro de 2023. O censo eleitoral ainda está em andamento, com a rodada final marcada para fevereiro.

Os observadores estão interessados em saber se o Congresso Nacional Africano (CNA), o partido no poder na África do Sul desde o fim do apartheid em 1994, garantirá a vitória nas próximas eleições. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, reconheceu que as eleições de 2024 serão intensas e sem precedentes e que o CNA enfrentará pressões e desafios significativos.

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