Comportamento

Por André Bernardo, edição: Luiza Monteiro

Brandon Sullivan é o nome do personagem do ator alemão Michael Fassbender em Shame (“Vergonha”), do diretor inglês Steve McQueen. No longa de 2011, ele é um executivo de 30 e poucos anos, viciado em sexo, que trabalha em Nova York.

Do momento em que acorda até a hora em que vai dormir, Brandon não pensa em outra coisa: acessa pornografia online, contrata garotas de programa, se masturba no banheiro do trabalho, flerta com desconhecidas no metrô, faz sexo em locais públicos... Em busca de novas aventuras sexuais, chega a dar em cima de uma garota bem na frente do namorado dela. Conclusão: leva uma surra em um beco escuro.

Brandon é também o nome fictício de um universitário de 22 anos que vive em São Paulo. Por telefone, ele contou a GALILEU que sua compulsão teve início aos 6 anos, quando foi abusado sexualmente por um primo adolescente. Aos 11, descobriu a pornografia e, passado tanto tempo, perdeu a conta das vezes em que se feriu de tanto se masturbar. Aos 14 anos, desconfiou de que havia algo errado, mas, sozinho, não conseguiu dar um novo rumo em sua vida. “Caramba, onde isso vai parar?”, vivia se perguntando.

Durante a pandemia, trocou o dia pela noite na frente do computador. Logo, passou a ligar para o disque-sexo e a assistir a cam girls — garotas que, na maior parte das vezes, fazem striptease pela internet. “Comparo meu vício a um carro em alta velocidade”, explica o rapaz. “Tentava frear, mas não conseguia. Perdi o controle da minha vida.”

O “carro em alta velocidade” a que Brandon se refere ganhou o nome de Transtorno do Comportamento Sexual Compulsivo (TCSC). Desde 2022, integra a 11ª edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID11), na categoria Transtorno do Controle de Impulso (TCI).

Como o nome já diz, TCI é todo e qualquer distúrbio psiquiátrico caracterizado pela incapacidade de se resistir a um impulso — seja ele o de provocar incêndios (piromania), furtar objetos (cleptomania) ou ter acessos de raiva (Transtorno Explosivo Intermitente), entre outros.

No caso do TCSC, a falta de controle resulta em comportamento sexual repetitivo, que pode ser solitário (masturbação) ou compartilhado (relações sexuais). O CID-11 aponta, entre outros sintomas, tentativas malsucedidas de controlar (ou reduzir) o vício e um tempo de persistência igual ou superior a seis meses.

“O número de vezes em que o indivíduo se masturba, o tempo que ele perde consumindo pornografia ou a quantidade de parceiros que tem não são critérios de diagnóstico”, explica o psiquiatra Lucas Naufal Macedo, do Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo e de Prevenção aos Desfechos Negativos Sexuais Associados ao Comportamento Sexual (AISEP), da Universidade de São Paulo (USP). “O que importa é o sofrimento e o prejuízo que esse comportamento traz para sua vida pessoal, familiar e social.”

Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o comportamento sexual compulsivo como transtorno, mas ainda não definiu se o distúrbio é um vício igual ao do abuso de drogas, por exemplo. Faltam mais estudos, alega a OMS. Em geral, os especialistas dividem as dependências em três categorias: as químicas, as não químicas e as relacionais.

No caso das químicas, o objeto de dependência é uma substância, como álcool, maconha e cocaína. Já nas não químicas, o que pega é um comportamento, como jogar, comer ou comprar. E, para as relacionais, o “problema” é outra pessoa.

O sexo compulsivo faz parte do segundo grupo. A classificação, porém, divide opiniões. “O conceito de ‘vício sexual’, embora difundido no senso comum, carece de evidências na literatura científica”, afirma o psicólogo Itor Finotelli Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (SBRASH). “O comportamento sexual compulsivo manifesta sintomas semelhantes aos de uma dependência, como recaídas, mas não apresenta semelhanças psiconeurológicas.”

"O comportamento sexual compulsivo manifesta sintomas semelhantes aos de uma dependência, como recaídas, mas sem semelhanças psiconeurológicas"
— Itor Finotelli Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

Já a psicóloga Michelle Sampaio, coordenadora do Departamento de Parafilias da Associação Brasileira de Estudos em Medicina e Saúde Sexual (ABEMSS), pensa diferente: “O comportamento sexual compulsivo é um vício como outro qualquer. Nos EUA, chegaram a criar o termo sex addiction para se referir aos adictos em sexo. Os compulsivos sexuais chegam a colocar a vida em risco ao ter inúmeros parceiros e ao transar sem preservativo.

Quando a compulsão por sexo pode ser um problema de saúde? — Foto: Ilustração: Ilê Machado/Design: Flavia Hashimoto
Quando a compulsão por sexo pode ser um problema de saúde? — Foto: Ilustração: Ilê Machado/Design: Flavia Hashimoto

Outros, ainda, defendem que o comportamento compulsivo sexual é um transtorno que não existe. Caso do psicólogo Paulo Tessarioli, presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde, Educação e Terapia Sexual (ABRASEX). “Nossa sociedade desenvolveu o hábito de rotular todo e qualquer comportamento sexual que se afaste daquele considerado moralmente certo: o sexo para fins reprodutivos”, afirma o terapeuta sexual. Independentemente da classificação, fato é que esse é um problema complexo, cujas causas ainda são um enigma para a ciência.

Do abuso à compulsão

Um mistério que intriga os cientistas que estudam a sexualidade humana é: por que vítimas de abuso sexual na infância tendem a se transformar em compulsivos sexuais na vida adulta? “Não é possível apontar um nexo de causalidade”, explica o psiquiatra Danilo Baltieri, coordenador do Ambulatório de Transtornos da Sexualidade da Faculdade de Medicina do ABC (ABSex), em Santo André (SP). “Existem fatores psicossociais, geralmente traumáticos e perniciosos, que colaboram para a formatação de determinados comportamentos de natureza compulsiva ou impulsiva.”

Um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, intitulado Violência Sexual Infantil, revela que, só em 2021, o Brasil registrou 45.994 estupros de crianças e adolescentes. O dado mais estarrecedor é que 82,5% dos abusadores eram conhecidos das vítimas: 40,8% deles eram pais ou padrastos, 37,2% irmãos ou primos e 8,7%, avós.

Outra pesquisa, essa realizada pelo médico estadunidense Patrick Carnes, autor do livro Isto Não é Amor (1989), revela que 81% dos compulsivos sofreram abuso na infância. O levantamento foi feito com 290 participantes, sendo 233 homens e 57 mulheres. Entre eles, o tipo mais relatado foi a carícia sexual (43%); entre elas, o ato sexual forçado (58%).

Traumas de negligência parental ou abuso sexual podem resultar em sequelas emocionais e provocar sentimentos de culpa, inadequação ou vergonha”, afirma a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da USP. “A compulsão pode ser entendida como uma tentativa de reparar alguma experiência traumática ou, ainda, estar associada à dificuldade de lidar com a própria intimidade sexual.”

Quando a compulsão por sexo pode ser um problema de saúde? — Foto: Ilustração: Ilê Machado/Design: Flavia Hashimoto
Quando a compulsão por sexo pode ser um problema de saúde? — Foto: Ilustração: Ilê Machado/Design: Flavia Hashimoto

Abuso sexual na infância, porém, é apenas uma das muitas respostas à pergunta: por que algumas pessoas têm compulsão por sexo e outras, não? O psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, um dos fundadores do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (PROAD), do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), chega a falar de “conjunção de predisposições genéticas e fatores psicológicos”, além de “possíveis influências do meio ambiente”. “Comportamentos sexuais são uma forma de lidar com estressores da vida ou de escapar da dor física ou emocional”, explica Silveira.

Um estudo de 2019, coordenado pelo médico Adrian Boström, do Instituto Karolinska, na Suécia, apontou uma causa neurobiológica para o problema. Ele analisou amostras de sangue de 102 voluntários — 64 compulsivos e 38 sem o transtorno — e descobriu níveis elevados de ocitocina, o “hormônio do amor”, no primeiro grupo. Produzida numa região do cérebro chamada hipotálamo, a ocitocina promove as contrações do útero no parto e estimula a produção do leite materno, por exemplo.

Outros “hormônios da felicidade”, como a dopamina, a endorfina e a serotonina, também estão por trás da dependência por sexo. Quem explica é a psicóloga Anna Lucia Spear King, fundadora do Instituto Delete, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que atende usuários abusivos de tecnologia. “Qualquer dependência age no sistema de recompensa do cérebro e libera substâncias químicas que dão sensação de prazer e bem-estar. Seja em um site de compras, jogos ou pornografia, os dependentes só estão ali porque precisam de alívio imediato para seus problemas.”

A um clique de distância

Nunca é demais repetir: não é a frequência ou a quantidade que define uma compulsão, e sim o sofrimento e o prejuízo que ela causa na vida do indivíduo. O Instituto Delete classifica o uso de tecnologia, fiel companheira de quem sofre de dependência por sexo, entre consciente, abusivo ou patológico. Consciente é quando o mundo virtual não atrapalha o real. Abusivo é quando atrapalha, mas (ainda) existe um nível de controle por parte do usuário. Patológico é quando atrapalha e não há mais controle.

Três em cada dez usuários apresentam sintomas de dependência e precisam de orientação profissional. Em 2022, a modelo e atriz britânica Cara Delevingne, de 31 anos, admitiu ser viciada em pornografia. Foi na série documental Planeta Sexo com Cara Delevingne. “Preciso assistir para ter um orgasmo. Então, acho que, à sua maneira, é um vício”, declarou a top.

“A compulsão pode ser entendida como uma tentativa de reparar alguma experiência traumática ou, ainda, estar associada à dificuldade de lidar com a própria intimidade sexual”
— Carmita Abdo, psiquiatra e coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex) do IPq-USP

Delevingne não foi a primeira celebridade a assumir publicamente a dependência. Em 2016, o ator estadunidense Terry Crews, de 55 anos, postou em suas redes sociais uma websérie que ele apelidou de Dirty Little Secrets (“Segredinhos Sujos”, em livre tradução). Nela, relatou o quanto a pornografia tinha bagunçado sua vida. “Cara, se o dia vira noite e você continua vendo pornografia, você, então, provavelmente tem um problema!”, alertou.

Em entrevista a um podcast, Crews explicou que começou a consumir pornografia aos 10 anos de idade, quando encontrou um baú cheio de revistas masculinas na casa de um tio. E só procurou ajuda em 2010, 32 anos depois, quando sua esposa, a cantora Rebecca King-Crews, ameaçou se separar dele. Pouco tempo depois, o casal reatou o relacionamento.

As revistas masculinas que o pequeno Terry encontrou na casa do tio, como Playboy, Hustler e Penthouse, viraram peça de colecionador. Mas, no auge do sucesso, chegaram a vender algo em torno de 7 milhões de exemplares por ano só no Brasil — a recordista é a edição de dezembro de 1999, que traz a ex-dançarina e modelo Joana Prado, a Feiticeira, na capa: 1.247.000 exemplares. Com o fim das publicações do gênero — a última edição da Playboy brasileira, a de nº 497, foi lançada em dezembro de 2017 —, os compulsivos sexuais migraram para os sites de pornografia.

Só o Pornhub, um dos maiores do mundo, com 20 milhões de inscritos, registra uma média de 100 milhões de visitas diárias, algo em torno de quase 70 mil por minuto! “São três os fatores que, combinados, tornam o consumo de pornografia online conveniente: o acesso fácil, o custo baixo e a garantia de anonimato”, explica a psiquiatria e psicoterapeuta Aline Rangel, pós-doutoranda em Estudos de Gênero na Universidade de Ciências Empresariais e Sociais (UCES), na Argentina. “Os usuários podem acessar de qualquer lugar e a qualquer horário. Está a um clique de distância.”

Segundo levantamento do Pornhub, o Brasil é o 10º país que mais consome “entretenimento adulto”. A última novidade do setor se chama Lexi Love. Modelo em início de carreira, ela tem 21 anos, é poliglota, adora sushi, pratica pole dance e... curte sexo oral. Tem um único problema: ela não existe. Foi criada por IA, sigla para inteligência artificial. Mesmo assim, recebe cerca de 20 pedidos de casamento por mês.

Compulsão ou apetite?

O Transtorno do Comportamento Sexual Compulsivo (TCSC) é um nome novo para um problema antigo. Mas não há como saber se figuras históricas famosas, como a imperatriz Valéria Messalina (22-48) e o escritor Giacomo Casanova (1725-1798), entre outros tantos, sofriam de compulsão ou tinham apenas um apetite sexual insaciável.

Entre outras proezas, Messalina, que virou sinônimo de “libertina” e “devassa” no dicionário Houaiss, teria desafiado uma famosa prostituta romana a uma disputa pouco convencional: com quantos homens cada uma delas transaria em 24 horas? Messalina levou a melhor: foram 25 parceiros, ou seja, mais de um por hora.

Já Casanova, descrito no dicionário como “mulherengo”, não fica atrás. Ao publicar suas memórias em 1789, declarou ter levado para a cama 132 mulheres, entre meretrizes, serviçais e religiosas. Por pouco, não se casou com a própria filha — no dia do casamento, a mãe dela apareceu na igreja, contou que tinha sido amante de Casanova e que ele era o pai da moça. Conclusão: o padre suspendeu o casamento.

“A compulsão sexual é o tipo de comportamento que, muito provavelmente, sempre existiu ao longo da história. Só não era classificado como tal. Mas, se a gente analisar bem alguns romances históricos dos séculos 18 ou 19, constata que já havia uma certa desregulação, isto é, uma dificuldade para controlar os impulsos”, analisa o psiquiatra Jairo Bouer, coautor do livro O Guia dos Curiosos – Sexo (2008), escrito com o jornalista Marcelo Duarte.

“A compulsão sexual é o tipo de comportamento que, muito provavelmente, sempre existiu ao longo da história. Só não era classificado como tal”
— Jairo Bouer, psiquiatra e coautor de O Guia dos Curiosos – Sexo (2008)

Um desses romances é A Filosofia na Alcova, escrito por Marquês de Sade (1740-1814) e publicado em 1795. A personagem Madame de Saint-Ange teria sido inspirada em Mademoiselle Dubois, nome artístico de Marie-Madeline Blouin (1746-1779), atriz francesa que garantia ter tido relações sexuais com 16.527 homens!

Houve um tempo em que a compulsão sexual masculina era chamada de satiríase e a feminina, de ninfomania. Sátiros e ninfas eram personagens da mitologia grega. O mais famoso deles, a propósito, se chamava Príapo, tinha o pênis avantajado e sempre ereto. Os dois termos, porém, caíram em desuso. Priapismo virou uma condição persistente, involuntária e dolorosa, e ninfomaníaca, o título de um filme do cineasta dinamarquês Lars von Trier.

Para quantificar o problema, a pesquisa Mosaico 2.0, de 2016, entrevistou 3 mil brasileiros entre 18 e 70 anos no Rio, em São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Belém, Porto Alegre e no Distrito Federal. Entre outros achados, descobriu que 6,5% dos homens e 2,1% das mulheres têm ou já tiveram comportamento sexual compulsivo.

Outro estudo, mais recente e abrangente, foi realizado em 2023 com 82.243 participantes de 42 países — 3.579 deles só do Brasil — e apurou que 4,8% apresentam alto risco de sofrer de compulsão sexual. Segundo a coordenadora do estudo, Beáta Böthe, do Departamento de Psicologia da Universidade de Montreal, no Canadá, dois dados lhe chamaram a atenção: primeiro, não houve diferenças significativas no nível de compulsão entre participantes de diferentes orientações sexuais (68,2% deles eram heterossexuais) e, segundo, apenas 13,7% dos compulsivos procuraram tratamento.

“Há várias razões por trás dessa baixa procura: não sabem que a compulsão é um problema a ser tratado, não se sentem confortáveis para falar disso na frente de estranhos, não fazem ideia de onde procurar ajuda ou não têm dinheiro para pagar o tratamento.”

Luz no fim do túnel

No Brasil, o PRO-AMITI, do Hospital das Clínicas da USP, é um dos ambulatórios que oferecem ajuda gratuita a pacientes com transtornos do controle de impulsos, dos já classificados pelo DSM-5 — a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, a “Bíblia da Psiquiatria” — aos que ainda estão em estudo, como compras compulsivas e impulso sexual excessivo.

Quando a compulsão por sexo pode ser um problema de saúde? — Foto: Ilustração: Ilê Machado/Design: Flavia Hashimoto
Quando a compulsão por sexo pode ser um problema de saúde? — Foto: Ilustração: Ilê Machado/Design: Flavia Hashimoto

O tratamento se baseia em dois pilares: acompanhamento psicoterápico e prescrição de remédios. No caso da psicoterapia, mais do que a busca pela abstinência, o objetivo é mudar o padrão de comportamento. Já o uso de medicamento pode ser indicado quando a pessoa apresenta um quadro psiquiátrico grave, como a depressão; ou, ainda, quando seu grau de compulsividade representa um risco para si ou para os outros.

“Não há cura, mas há controle”, pondera o médico Danilo Baltieri, da ABSex. “E o controle pode ser alcançado com três ingredientes essenciais: paciente que adere ao tratamento, equipe disposta a ajudar e familiares que impõem limites.”

Além do tratamento medicamentoso e psicoterápico, Dartiu Xavier da Silveira, da Unifesp, acrescenta um terceiro elemento: grupos de autoajuda, como o Sexólicos Anônimos (S.A.) ou o Dependentes de Amor e Sexo Anônimos (D.A.S.A.), que podem agir de forma complementar.

“A compulsão é uma válvula de escape. Aprendi outras formas de lidar com meus problemas sem ser através do sexo”
— Brandon, universitário de 22 anos que sofre com Transtorno do Comportamento Sexual Compulsivo (TCSC)

“Minha primeira reunião foi no dia 16 de dezembro de 2005. Só por hoje continuo frequentando o grupo que, literalmente, me ajuda a viver”, declarou, por e-mail, um membro do D.A.S.A., de São Paulo, que pediu para não ser identificado. “Já frequentei reuniões com três pessoas e outras com 52. Não há melhor terapia do que falar por sete minutos e ouvir por 113. Quando ensino o que aprendi, reforço esse aprendizado em mim.”

A vida de Brandon, o universitário citado no início da reportagem, voltou a dar uma guinada em fevereiro de 2021, quando ingressou no S.A.. Ele já tinha tentado de tudo: desde ficar sem internet até bloquear o celular. Nada adiantou. Entrou em depressão, perdeu cinco quilos, pensou em suicídio. “Não aguentava mais. Perdi a vontade de viver”, relata.

Na irmandade, conheceu homens e mulheres que ouviam e contavam histórias sem culpa, vergonha ou julgamento. Desde o dia 9 de junho de 2021, está sóbrio; ou seja, não consome pornografia, não se masturba, nem faz sexo fora do casamento. E ainda faz terapia, presta serviço voluntário e pratica esportes. “A compulsão é uma válvula de escape. Aprendi outras formas de lidar com meus problemas sem ser através do sexo”, orgulha-se, enfim.

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