Líbero, Serginho também assume como coordenador técnico do Corinthians

14/06/2018 às 6:00 | Publicado em Atleta, Clubes | Comentários desativados em Líbero, Serginho também assume como coordenador técnico do Corinthians
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Serginho terá dupla função na próxima temporada do vôlei brasileiro (Foto: Divulgação/Corinthians-Guarulhos)

O conhecimento conquistado por Serginho ao longo dos últimos anos como líbero também começará a ser aplicado fora das quadras. Ou melhor: oficialmente aplicado. Depois de informalmente contribuir com a comissão técnica do Corinthians-Guarulhos na temporada passada, o defensor agora também assumirá a função de coordenador técnico da equipe.

A novidade foi confirmada pelo gestor do projeto, Anderson Marsili. “A ideia é que ele possa contribuir com a experiência que tem”, comentou o dirigente, que fez questão de ressaltar que a palavra final sobre as decisões será do novo treinador, Gersinho, que chega para substituir Alexandre Stanzioni. “O Gersinho terá toda autonomia”, garantiu.

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Serginho não é o primeiro jogador do voleibol brasileiro a atuar dentro e fora das quadras ao mesmo tempo. Parceiro do líbero na conquista da Olimpíada de Atenas, em 2004, o levantador Ricardinho também segue jogando ao mesmo tempo em que é o presidente do Maringá Vôlei. “Mas o caso do Ricardo é um pouco diferente porque ele era o presidente. O Escada não vai se envolver com a parte de contratações, por exemplo”, esclareceu Marsili.

Depois de fazer uma campanha surpreendente em sua primeira temporada na elite do voleibol brasileiro, chegando à sexta colocação na Superliga, o Corinthians conseguiu manter os principais jogadores do elenco, caso dos centrais Sidão e Riad, do ponteiro Fábio e do oposto Rivaldo. A grande novidade é a chegada de um outro veterano, o levantador Marcelinho, de 43 anos.

Apesar dos bons resultados, a permanência do Corinthians na Superliga chegou a estar ameaçada por conta de um problema burocrático, mas a situação foi resolvida depois que o time de Montes Claros decidiu fazer uma pausa na próxima temporada e cedeu seu CNPJ para os paulistas participarem da competição.

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Desentendimento ameaça participação do Corinthians na próxima Superliga

07/04/2018 às 6:00 | Publicado em bastidores, Superliga | Comentários desativados em Desentendimento ameaça participação do Corinthians na próxima Superliga
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Apesar dos bons resultados, Corinthians decidiu não contar mais com o técnico Alê Stanzioni (Fotos: Reprodução/Instagram)

Concretização do sonho de várias pessoas, incluindo o líbero Serginho, o time de vôlei Corinthians-Guarulhos teve um excelente primeiro ano de existência: vice-campeão paulista, sexto lugar na Superliga e diversas horas de exposição dos patrocinadores na mídia. Tudo isso, porém, está ameaçado de sofrer uma enorme regressão por conta de um desentendimento interno.

Neste momento, por exemplo, a equipe sequer tem garantida sua participação na próxima edição da Superliga. Isso porque nesta sexta-feira (6) ficou acertada a ruptura do contrato entre o Timão e a Associação Desportiva e Cultural São Bernardo, dona do CNPJ usado pelos alvinegros este ano – a junção entre as duas partes foi a maneira encontrada para que o Corinthians-Guarulhos não precisasse começar seu caminho rumo à elite nacional do zero.

À época, foi a união do útil com o agradável. Rebaixado para a Superliga B com o nome fantasia de São Bernardo na temporada 2016/2017, o clube do ABC paulista vivia dificuldades para se manter com o vôlei de alto rendimento na ativa. Com um ídolo à frente, o licenciamento do uso da marca de um dos clubes mais populares do Brasil e apoio de patrocinadores, o projeto guarulhense  necessitava de um “atalho” para aparecer logo.

Só que, ao longo da temporada, desentendimentos entre as partes em relação à gestão começaram a aparecer. Ligado à ADC São Bernardo, o técnico Alexandre Stanzioni sabia há semanas que não seguiria no comando da equipe – a demissão foi oficializada na última quarta (4). A situação ficou insustentável a ponto de culminar com a rescisão do contrato de licenciamento e uso de marca com o Corinthians, fato que já está verbalmente acertado e deve ser colocado no papel no início da próxima semana.

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Como dona do CNPJ, o Associação agora pretende captar seus próprios patrocinadores e parcerias para jogar a próxima Superliga. “A ideia é nos mantermos na Superliga em um modelo mais enxuto. Provavelmente não faremos uma nova parceria com a prefeitura de São Bernardo, mas existem algumas possibilidades, inclusive com um outro time de futebol”, comentou Stanzioni ao SdR.

Gerente de voleibol masculino da ADC São Bernardo, o ex-jogador da seleção Joel Monteiro garante que a associação sempre cumpriu suas obrigações, mas ainda assim a nova gestão corintiana, agora sob o comando de Andrés Sanchez, optou pela ruptura com eles e a permanência apenas do acordo com a prefeitura de Guarulhos. Ele, porém, ressaltou a confiança de que todos os compromissos ainda em vigor, incluindo pagamentos a atletas, serão honrados. “Aí não terá problema, o principal patrocinador (Supermercados Naguno) tem feito os repasses com pontualidade britânica. São pessoas sérias”, destacou.

Serginho é o primeiro que deve ter o contrato renovado pela gestão que assume o time

TRANQUILIDADE

Apesar do momento de indefinição, o sentimento entre quem ficou no projeto do Corinthians-Guarulhos é de tranquilidade. O gestor Anderson Marsili, por exemplo, ressaltou que a questão burocrática é apenas uma questão de tempo – para participar da próxima Superliga, o Timão precisa chegar a um acordo para usar o CNPJ de algum dos dez primeiros colocados da atual temporada ou de um dos dois finalistas da Superliga B, que automaticamente ganham vaga na próxima Superliga A, completando os 12 times previstos no regulamento. Caso isso não aconteça, será necessário começar tudo de novo jogando a Taça Prata, espécie de terceira divisão do vôlei brasileiro, com um CNPJ próprio.

“Existem no mínimo outras três possibilidades (de uso de CNPJ de outros times). Inclusive, nem descarto com um acordo com a própria ADC para jogarmos a Superliga A, pois há divergências entre eles mesmos”, afirmou o dirigente. “Isso daí não me preocupa. O fato é que Corinthians e Guarulhos vão estar juntos”, destacou.

Segundo Marsili, o projeto inclusive já está acertando os nomes da nova comissão técnica e também tem feito propostas para os jogadores com os quais deseja contar na próxima Superliga. “A ideia é repetir o orçamento deste ano, mas mesclando um pouco mais as idades. Queremos renovar com alguns jogadores e trazer jovens talentos que não tem tanta oportunidade em equipes grandes”, explicou.

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Bom início do Corinthians não ilude Serginho: “Superliga é outra coisa”

15/10/2017 às 6:00 | Publicado em Atleta, Clubes, Superliga | Comentários desativados em Bom início do Corinthians não ilude Serginho: “Superliga é outra coisa”
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Serginho investiu dinheiro do próprio bolso para viabilizar time: “É o mínimo que eu tinha que fazer pela cidade que me deu muito no passado” (Foto: Reprodução/Instagram)

O Corinthians-Guarulhos ainda não completou nem cinco meses de existência, mas já acumula bons resultados: além da vaga na Superliga, obtida através da conquista da Taça Ouro, o time de vôlei criado pelo líbero Serginho obteve a medalha de prata no Campeonato Paulista, encerrado no último final de semana. Um início empolgante para qualquer um, certo? Não para o multicampeão. Ao projetar seu desempenho e dos companheiros para a disputa nacional, o defensor procurou minimizar os recentes feitos do Timão nas quadras.

“Para ser realista, eu acho que vai ser um campeonato bem difícil pra gente. Paulista é uma coisa, Superliga é outra coisa. Eu diria que na Superliga há uns seis ou sete times brigando por quatro vagas na semifinal, então não dá para comparar. Todos os jogos são bons: é difícil ganhar do Maringá lá no Paraná, do Vôlei Renata em Campinas, do Montes Claros, que, além de uma torcida maravilhosa, montou um time que chamamos de chato no vocabulário do voleibol…”, comentou o jogador, que ficou bastante insatisfeito com o desempenho corintiano na primeira partida da decisão. “O último jogo da final foi bom, ao contrário do anterior, onde não conseguimos fazer o mínimo no ataque o Taubaté aproveitou”, analisou.

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De acordo com Serginho, o cenário perfeito para o Corinthians na Superliga 2017/2018 seria terminar entre os quatro primeiros colocados. Ele próprio, porém, sabe que trata-se de um objetivo pouco provável de ser realizado. “Se conseguimos isso, teremos feito um trabalho bem legal. Então, é preciso se classificar bem para os playoffs, sem ficar em sétimo ou oitavo, evitando pegar de cara os três times de orçamento maior, que seriam o Sada Cruzeiro, Taubaté e Sesc RJ. Mas não vai dar pra fugir muito disso (risos)“, admitiu.

Corinthians deu trabalho para o Taubaté no segundo jogo da final do Paulista (Foto: Nicolas Ornellas/Corinthians-Guarulhos)

Uma prova desta realidade veio logo na estreia, quando o Corinthians foi derrotado pelo Sada Cruzeiro de virada por 3 sets a 1. Diante da dura realidade, o jeito é lembrar o motivo principal pelo qual Serginho insiste em continuar na ativa aos 41 anos.

“Estou em uma fase que jogo por amor mesmo. Se quisesse, já teria parado de jogar. Aí, a gente acaba fazendo as coisas por amor. Querendo ou não, nosso time acabou gerando mais de 40 empregos direta e indiretamente. E isso é tudo por amor ao voleibol. Hoje, não comportamos mais tantas crianças no nosso ginásio, são 360 treinando lá. Vai mais gente e temos que falar “não””, contou o atleta, orgulhoso de um projeto no qual investiu dinheiro do próprio bolso. “É o mínimo que eu tinha que fazer por uma cidade que me deu muita coisa no passado”, afirmou Serginho.

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Dez anos depois, entenda a briga com Bernardinho que fez Ricardinho ser cortado da seleção

21/07/2017 às 10:17 | Publicado em bastidores, Seleção masculina | Comentários desativados em Dez anos depois, entenda a briga com Bernardinho que fez Ricardinho ser cortado da seleção
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Ricardinho e Bernardinho fizeram as pazes em 2012, mas jogador não voltou a brilhar na seleção (Foto: Divulgação/FIVB)

Era o oitavo dia dos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007. Naquele sábado, 21 de julho, o torcedor brasileiro comemorou a sexta medalha de ouro do nadador Thiago Pereira na piscina do Maria Lenk, o título no handebol feminino e também o de Juliana e Larissa nas areias de Copacabana. No mesmo dia, contudo, além da eliminação precoce no futebol masculino, o público nacional foi surpreendido por uma notícia tão impactante quanto uma cravada na linha de três metros: Ricardinho estava cortado da seleção brasileira de vôlei. O reserva Marcelinho foi elevado à condição de titular da equipe e Bruno, então com 19 anos de idade, convocado para a vaga aberta.

As primeiras informações, confusas, chegaram quando já havia escurecido. Chefe de missão da delegação brasileira, Marcus Vinícius Freire teve o nome envolvido em um jogo de confirma e desmente e nem a própria assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) dava uma explicação clara. Idem para o então presidente Ary Graça. Foi só por volta de 23 horas que finalmente a certeza veio.

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Exatos dez anos após o ocorrido, debates e especulações seguem na mente dos torcedores, algo que nem mesmo o retorno do então capitão ao time em 2012 encerrou. Briga por dinheiro? Desentendimentos em relação às folgas? Nepotismo de Bernardinho, pai de Bruno? A situação foi tão mal conduzida por todos os lados que uma década depois ainda é preciso juntar peças para entender o que realmente aconteceu na mais longa novela do vôlei brasileiro.

Se Bernardinho nunca falou detalhadamente sobre o assunto, o jeito é recorrer a duas peças importantes daquela equipe, o ponteiro Giba e o líbero Serginho. Em suas biografias, ambos trazem a mesma versão: Ricardinho, que já vinha dando claros sinais de insatisfação com outros aspectos do time (como o hotel em que os jogadores estavam hospedados na etapa da Finlândia da Liga Mundial 2007), decidiu não se apresentar para os treinos no Pan no dia marcado, 20 de julho. Isso porque os atletas perderam um dia de folga na volta da Polônia, onde foram campeões do torneio, ao não conseguirem pegar uma conexão em Paris.

Apesar de vitoriosa, relação entre as partes sempre foi marcada por conflitos (Foto: Jorge Silva/Reuters)

Para aumentar o estresse de todos, quando desembarcaram em São Paulo o acidente com o voo 3054 da TAM dificultou os deslocamentos de diversos atletas para suas cidades, entre os quais estava Ricardinho. Ainda assim, o grupo decidiu manter a data de reapresentação no Rio. Voto vencido, o levantador optou por permanecer com a família em Maringá e se apresentar somente quando achava que era o certo, no dia 21 de julho. O caos aéreo vivido pelo Brasil naquela semana também afetou o ponta Dante, outro a só chegar no sábado, mas os conflitos anteriores com o armador culminaram na radical decisão da comissão técnica.

E a questão do dinheiro? De fato, houve uma discussão interna naquela seleção sobre o assunto. A exigência do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) em contar com o badalado time no Pan-americano em casa fez com que os atletas exigissem de forma unânime uma contrapartida financeira, já que perderiam dias de descanso do puxado calendário do vôlei internacional. Houve uma discussão sobre o assunto na Finlândia e, após uma certa resistência, Ary Graça concordou em pagar premiação aos atletas. Apesar de estarem do mesmo lado nesta briga específica, Giba diz que Ricardinho já havia irritado os companheiros ao ameaçar deixar a delegação no país nórdico: “Ricardo desistiu de ir embora. Ficou um clima de merda. (…) Pouco depois, ele chamou Bernardinho para outra conversa a sós e pediu desculpas. Mas, naquele momento, o grupo inteiro já havia sido prejudicado. Todos tinham ficado acordados a madrugada inteira e o pedido de desculpas foi direcionado somente ao comandante”.

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Em entrevista ao Yahoo Esporte Interativo em 2013, Rodrigão corroborou a versão: “O Ricardo não estava errado, ele tinha razão em algumas coisas que ele falava, ele tinha uma ideia certa, é um cara muito inteligente, muito observador. Só que fazia da forma errada, de uma forma pública, no meio de todo mundo, de pessoas que talvez não precisavam saber da intimidade do grupo, da conversa, e eu acho que esse foi o grande erro dele”.

Em sua biografia, “Levantando a Vida”, Ricardinho confirma o dito pelos demais jogadores, mas acrescenta que o grupo já estava irritado por ter sido obrigado a participar da etapa finlandesa da Liga 2007, algo sem necessidade uma vez que a classificação para a fase final na Polônia foi assegurada na rodada anterior, no Canadá. Além de permanecer um mês longe de casa, o hotel onde eles ficaram no norte na Europa servia uma comida, nas palavras do atleta, “péssima e vinha fria”. O quarto, “que eu me lembro, foi limpo só duas vezes”, e “não tinha ar condicionado, tinha um ventilador que não funcionava”. Isso no verão local. Ele ainda confirma que gostava de provocar os outros jogadores, mas trata tudo como uma brincadeira.

Em biografia lançada em 2007, Ricardinho falou sobre o assunto (Foto: Reprodução)

Ricardinho conta também que, já no Brasil, só conseguiu chegar a Maringá quase no fim da folga, na quarta à tarde, pois teve que viajar de carro por conta do acidente aéreo em São Paulo. Ligou para José Inácio Salles, preparador físico e responsável pelas passagens/folgas da seleção, pedindo para ir ao Rio só no sábado e não na sexta. Foi autorizado a chegar no sábado pela manhã: “Antes de desligarmos o telefone, ele disse: ‘Fica tranquilo. Curta sua família’”. Mas, ao chegar lá, não havia reservas para ele no hotel marcado, assim como não havia a mala com uniformes, o que o faz desconfiar que o corte já estava certo quando falou com Salles. Em uma reunião, Bernardinho lhe comunicou a decisão: “É claro que fiquei arrasado. Deixaram-me ir para o Rio para dizerem que eu não sirvo mais para a seleção? Se houve o tal desgaste, por que não fui informado ainda na Europa?”

O retorno

Ainda que irritado com a forma como a qual sua dispensa foi conduzida, Ricardinho inicialmente não agiu de maneira impetuosa. Chegou até a dizer que respeitava Bernardo e que iria “aceitar sua decisão, matar no peito, como dizem”. O técnico também tratou de colocar o assunto em panos quentes e afirmou que entendia a mágoa do jogador, mas “temos de tomar as decisões baseados naquilo que achamos certo”.

Pego de surpresa, o grupo precisou lidar com o terremoto ao longo de todo o torneio. Já na estreia, contra o Canadá, Bruno ouviu o Maracanãzinho inteiro gritar o nome de Ricardinho ao entrar na primeira inversão 5-1, pressão que se seguiu nas partidas seguintes. No pódio, com a medalha de ouro no peito, Giba teve a ideia de tentar amenizar o climão levando uma bandeira no Brasil com os dizeres “Pequim 08”, “17”, “lembre-se do nosso pacto” e “você faz parte da nossa família”, um claro recado ao amigo. Nas entrevistas pós-jogo, o atacante, Serginho e Gustavo elogiaram o armador.

Bernardinho nunca quis falar abertamente sobre o assunto por julgá-lo ser um problema interno da seleção (Foto: Divulgação/FIVB)

Só que a recíproca não era verdadeira. Sentindo-se traído pelos demais atletas, Ricardinho cortou relações com eles e passou a distribuir declarações polêmicas. “Fui humilhado”, “O Bernardinho morreu pra mim” e “Giba não era o amigo que eu pensava que fosse” foram algumas das frases ditas pelo atleta ao longo dos meses seguintes.

Em outubro de 2007, Bernardinho fez a primeira tentativa de reaproximação com o craque, relacionando o nome dele entre os pré-convocados para a Copa do Mundo. Mas, com uma nota oficial à imprensa, impôs condições para o retorno: que fizesse uma retratação com o grupo e seguisse as regras e rotinas planejadas. O jogador não gostou novamente de como a situação foi conduzida e ignorou a tentativa.

Ele era o sucessor de Giba, mas o ombro o impediu de chegar lá

Desconfiado, focado e polêmico: como Bernardinho se tornou uma referência

Em 2010, uma nova investida com Ricardinho sendo inscrito entre os 22 atletas da Liga Mundial. Na ocasião, o pedido foi melhor recebido, mas o levantador preferiu ficar de fora do torneio, pois queria resolver questões particulares antes de se dedicar à seleção. Pediu para começar a se preparar visando à disputa do Campeonato Mundial daquele ano, mas desta vez quem não aceitou foi Bernardinho.

O retorno mesmo só foi ocorrer em 2012. De volta ao Brasil, onde foi vice-campeão da Superliga com o Vôlei Futuro, os dois lados se encontraram e finalmente se acertaram. O levantador participou da Liga Mundial daquele ano, mas não conseguiu tirar a titularidade de Bruno, que também permaneceu na equipe durante a campanha do vice em Londres 2012. Com a prata olímpica no peito, mas jogando pouco, encerrou de forma discreta sua trajetória no time nacional.

Atualmente, Ricardinho é dirigente e levantador de uma equipe que estruturou no Paraná, a Copel Telecom/Maringá. Aos 41 anos, evidentemente não é o mesmo jogador que encantou o mundo com seu estilo acelerado, mas ainda mantém um nível razoável de jogo. Bernardinho, por sua vez, só foi deixar a seleção nacional em janeiro deste ano, com o ouro da Olimpíada do Rio, mas segue como treinador da equipe feminina do Sesc-RJ. Dos demais atletas que participaram do ouro no Pan, seguem na ativa os levantadores Bruno (Modena – Itália), Marcelinho (Botafogo), os pontas Samuel (Minas), Murilo (Sesi) e Dante (Funvic Taubaté), o oposto André Nascimento (Itapetininga) e o líbero Serginho (Corinthians). André Heller (Vôlei Renata, ex-Brasil Kirin) e Gustavo (Lebes/Gedore/Canoas) viraram dirigentes, enquanto Giba trabalha nos bastidores apoiando a equipe feminina do Madero CWB e como presidente da comissão dos atletas da FIVB (Federação Internacional de Vôlei). Rodrigão toca uma escolinha de vôlei na Praia Grande, onde também se envolve com projetos da prefeitura local, além de disputar torneios menores de vôlei de praia. Anderson Rodrigues foi o único que virou técnico: após conduzir o Terracap/BRB/Brasília às quartas da última Superliga feminina, assinou com o Volero Zurich, da Suíça, para a temporada 2017/2018.

* Colaborou João Batista Jr.

Biografia de Serginho revela briga com Bernardinho às vésperas da Rio-2016 e furúnculo em final de Mundial

27/06/2017 às 6:00 | Publicado em Atleta, bastidores, Seleção masculina | Comentários desativados em Biografia de Serginho revela briga com Bernardinho às vésperas da Rio-2016 e furúnculo em final de Mundial
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Livro que conta a vida do líbero já está à venda (Foto: Divulgação)

Talentoso, maloqueiro, campeão e corintiano com orgulho das raízes de Pirituba, bairro pobre da zona norte de São Paulo. A história do líbero Serginho (Escadinha para os mais antigos) é bem conhecida por qualquer fã de vôlei que se preze. Será que é possível descobrir novas faces e histórias diferentes de um dos principais expoentes da incrível geração que marcou o esporte mundial no começo deste século? O jornalista Daniel Bortoletto provou que sim em Degrau por degrau – a trajetória de Serginho, de Pirituba ao Olimpo.

O Saída de Rede teve acesso ao livro antes mesmo de ele ser publicado e te antecipa alguns dos principais pontos da obra escrita pelo colunista de vôlei e atual editor-executivo do jornal Lance! Com prefácio escrito pelo técnico Bernardinho, a biografia autorizada de Serginho pertence ao catálogo da editora Planeta, tem 256 páginas e já está à venda por R$ 41,90 nas principais livrarias do país.

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Abaixo, cinco das boas histórias que compõem o livro:

1.Sérgio, não: Valdeci

Nascido em uma casa simples em uma fazenda do interior do Paraná, o bicampeão olímpico seria batizado com o nome de Valdeci. A mãe, porém, mudou de ideia depois do nascimento do menino. “Ele não tinha cara de Valdeci. Então resolvi mudar”, justificou dona Didi. A inspiração para o novo nome veio de um dos apresentadores do Jornal Nacional à época, Sérgio Chapelin.

2. Vestindo a camisa do Palmeiras

Corintiano fanático, ironicamente Serginho teve que vestir muito a camisa do arquirrival Palmeiras. E não foi por sacanagem dos amigos ou por apostas futebolísticas perdidas: é que, considerado baixinho para o vôlei, o jogador recebeu muitos “nãos” antes de ganhar sua primeira oportunidade profissional justamente no Verdão. Como à época a função de líbero ainda não existia, ele se tornou o terceiro levantador do time

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3. Raiva por ir ao Faustão

O frenesi causado pela conquista da medalha de ouro em Atenas se converteu em fama e bons contratos, mas também teve um lado incômodo: o assédio insistente da imprensa. Ao voltar da Grécia, o defensor só queria ficar com a família e os amigos de Pirituba, mas acabou obrigado a ir ao “Domingão do Faustão”. “Arrumei uma briga com a CBV, os clubes, pois não queria ir. Ia perder meu domingo (…) Me chamavam de louco. Briguei com um monte de gente, mas não teve jeito. Os caras me levaram, fui quase arrastado. Fiquei com uma raiva”.

Quinze anos depois da estreia, Serginho deixou a seleção brasileira em 2016 (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)


4. Furúnculo na virilha quase tira o líbero de final do Mundial

A conquista do Mundial de 2002, na Argentina, está até hoje guardada na memória dos torcedores brasileiros por conta do saque na linha de Giovane, que encerrou o tie-break contra a Rússia 15 a 13. Mas o que quase ninguém sabe é que o líbero quase não esteve em quadra por um motivo inusitado: o repentino aparecimento de um furúnculo na virilha que, além de dolorido, prejudicava seus movimentos. “Não dava tempo de levá-lo ao hospital. Se fôssemos fazer isso ele estaria fora da decisão. Então, resolvemos drenar o furúnculo a seco. Ele aguentou a dor e fizemos o procedimento”, afirmou Alvaro Chamecki, médico da seleção.

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5. Brigas e revolta com Bernardinho às vésperas da Rio 2016

Serginho fala abertamente de diversas brigas ocorridas com outros jogadores e o técnico Bernardinho ao longo da trajetória de ambos na seleção. Inclusive, dá sua versão para o polêmico corte de Ricardinho em 2007. No livro, o jogador revelou ainda que também ficou revoltado com a decisão do treinador em escalar Tiago Brendle na final da Liga Mundial de 2016, último torneio antes da Olimpíada do Rio de Janeiro.

“O Bernardinho veio me pedir desculpas, explicando que precisava testar o Tiago. Eu vi que ele estava mal com aquela situação. Mas eu também estava e me alterei um pouco, respondi em voz alta. ‘Você me tirou da final. E o fato é que perdemos’. Tabach e Rubinho (assistentes da seleção masculina) vieram me acalmar. Eu misturava nervosismo com frustração”, comentou o líbero.

Serviço:

Degrau por degrau – a trajetória de Serginho, de Pirituba ao Olimpo
Daniel Bortoletto
256 páginas
R$ 41,90

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