Felipe Melo teve a sua carreira marcada por um lance. O Brasil enfrentava a Holanda pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. O volante abriu o caminho para a vitória canarinho ao lançar Robinho no meio da zaga laranja para o ex-santista abrir o placar para o Brasil. Mas no segundo tempo, tudo deu errado. O Brasil levou a virada, Felipe pisou em Robben, foi expulso e o time, comandado na ocasião por Dunga, foi eliminado da competição. De lá para cá, o volante, que pertence ao Juventus, da Itália, não voltou a ser convocado. Mas o jogador de 29 anos não perde as esperanças de jogar a Copa do Mundo de 2014.
- Seleção tem que estar na cabeça de todos os jogadores. Tive o privilégio de jogar pela Seleção, de ganhar títulos. Continuo com o objetivo de poder voltar. Trabalhando quietinho, com muita humildade e com esperança de poder voltar – afirmou em entrevista ao “Arena SporTV”.
Felipe Melo pisa em Robben: expulsão lembrada até hoje (Foto: AFP)
Questionado se o seu temperamento explosivo o deixa mais longe da Seleção, Felipe acredita que não.
- De forma alguma. Ao contrário do que pensam, fiz uma ótima Copa. O erro aconteceu na expulsão, mas a partida já estava 2 a 1. Foi um jogo atípico, fizemos um primeiro tempo primoroso. Eu brinco que se o goleiro da Holanda tivesse três centímetros a menos, a bola do Kaká teria entrado e a gente teria matado o jogo no primeiro tempo. No segundo tempo, tomamos dois gols que a equipe não estava acostumada a levar, de bola parada, e acabamos perdendo o jogo. Eu acabei perdendo a linha, mas não acredito que tenha sido por isso que a gente perdeu, e sim porque se perde e se vence e naquele dia acabamos perdendo.
O volante afirma que tinha total confiança que o Brasil seria campeão na África do Sul. E revela que nunca quis assistir à reprise do duelo contra os holandeses.
- Foi um sofrimento muito grande, nunca mais vi esse jogo, porque eu tinha certeza que seríamos campeões do mundo. Vínhamos muito bem, vencemos a Copa América, a Copa das Confederações, era um time compacto, sabia jogar, sabia marcar. Então perder um jogo que estava na mão, é complicado, triste. Então foram dias de muito sofrimento – revelou o jogador.
Felipe jogou as duas últimas temporadas no Galatasaray, da Turquia, por empréstimo. O jogador ainda tem contrato com o Juventus, mas ele não quer voltar para o clube italiano, que também quer negociá-lo. São Paulo e Manchester City já demonstraram interesse. Mas independentemente do lugar em que escolher para jogar, Felipe acredita que continuará sendo visto e que poderá ter outra oportunidade na Seleção.
- Quando se trata de seleção brasileira, não é uma comissão técnica só. É uma equipe. Acho que jogar no Brasil, tanto quanto jogando na Itália, Ucrânia e Turquia, está sempre sendo visto. O importante é ter sempre uma regularidade, fazer um bom trabalho e esperar que a oportunidade chegue - finalizou.
