Marily dos Santos: de Pojuca para a São Silvestre

Redação Webrun | Corridas de Rua · 20 dez, 2005

Marily se prepara para a São Silvestre (foto: Divulgação)
Marily se prepara para a São Silvestre (foto: Divulgação)

A alagoana Marily dos Santos tem 27 anos é casada e adora correr. Atleta de elite desde 1997, ano em que disputou a sua primeira prova e venceu, Marily quer ficar no pódio da São Silvestre, ao menos para repetir o quinto lugar de 2004.

Atualmente ela treina com o técnico e também marido, Gilmário Mendes. Os dois moram na cidade de Pojuca na Bahia. Lá eles mantêm uma casa com características da fazenda. “Marily é muito caseira. Ela gosta de ficar em casa num ambiente com cachorro, galinha e plantação. E isso beneficia muito a sua corrida. Ela corre para manter a sua qualidade de vida”, conta Gilmário.

Talvez esse seja o segredo de tantas conquistas. Só em 2005, Marily foi campeã da Corrida de São Sebastião, campeã da Corrida de Aracajú, quinto lugar na Maratona Internacional de São Paulo, terceira colocada no Troféu Cidade de São Paulo, terceiro lugar na Meia Maratona da Bahia entre outros. O seu melhor resultado da São Silvestre foi a quinta colocação na edição do ano passado.

Por ter participado de seis corridas de São Silvestre, ela conhece bem o percurso da prova, principalmente a tão temida subida da avenida Brigadeiro Luis Antônio. “A dificuldade maior é a Brigadeiro. Ali a gente já está com a perna cansada. Não tem como não cansar mais”, conta a atleta.

O treino em ladeira é um item importante para quem participa da prova e quer vencer. “O treinamento da subida melhora a performance do atleta. Se você não treina ladeira você paga um preço mais alto durante os últimos quilômetros da São Silvestre”, revela Marily.

De olho na subida da Brigadeiro, Gilmário enfatizou o seu treino para que ela tenha um bom desempenho nas ladeiras. “Trabalhei com ela força e potência, por isso ela participou dos três mil metros com obstáculos do Circuito Caixa. A São Silvestre tem muitas subidinhas e a subidona no final. Todos os anos ela leva vantagem quando está descendo e no final é mais complicado”, conta Gilmário. “A São Silvestre é uma prova ingrata. Você vem bem e ali na hora da subida tudo pode acontecer. No ano que ela foi sétima colocada, até o 14º quilômetro ela estava no pódio. Faltando um quilômetro a Ednalva Laureano passou a Marily. E você subir o último quilômetro sofrendo por saber que perdeu o pódio é muito difícil. Ninguém merece”, acrescenta.

Por isso os dois não buscam uma determinada posição no pódio. ”Eu gosto de fazer planos de tempo para a Marily e não de colocação. Ela fez 55min33s em 2004. Se esse ano ela fizer em 54min ou 53min30 está muito bom. Eu não gosto de fixar a meta do pódio porque se o atleta não consegue fica muito frustrado”, diz Gilmário. Mesmo assim conquistar o pódio é um desejo da atleta. “Tenho vontade de subir no pódio de novo. Acredito que ter a crença de chegar lá funciona”, revela Marily.

O técnico de Marily acredita que esse ano ela terá mais adversárias de peso se comparado com 2004. “A concorrência da São Silvestre esse ano está muito maior. Terá muito mais queniana e as brasileiras que não participaram no ano passado como Sirlene Pinho, Marizete Resende, Pretinha vão estar na prova”, conta.

“Cada ano o nível da São Silvestre aumenta. Sempre chega algum corredor mais difícil. A São Silvestre é uma loteria. Às vezes a gente está bem, pensa que vai ganhar a corrida, e no final pode ser ultrapassada. Mesmo treinada a gente não sabe se vai conseguir garantir a posição ali no final, principalmente com a subida da Brigadeiro”, acrescenta a atleta.

As últimas semanas de treino serão focadas em velocidade. Até a São Silvestre, Marily não irá fazer treinos longos e só deve ir para São Paulo no dia 28 de dezembro.

Este texto foi escrito por: Donata Lustosa

Redação Webrun

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