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    Comitê Olímpico Brasileiro elege próximo presidente nesta quarta-feira

    Com três chapas, será a primeira vez desde 1979 que eleição terá mais de um concorrente. Escolhido comandará entidade pelos próximos quatro anos

    Delegação brasileira na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2019
    Delegação brasileira na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2019 Foto: Comitê Olímpico Brasileiro/ Reprodução

    De Juliano Justo,

    da Agência Brasil

    Nesta quarta-feira (7) acontece a eleição para presidente e vice do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Os dirigentes escolhidos comandarão a entidade pelos próximos quatro anos. O período englobará a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021, e a Olimpíada de Paris, em 2024.  

    O curioso é que o pleito desta quarta será o primeiro desde 1979 com mais de um concorrente. São três chapas. A situação é representada pela “União é Força”, que tem o atual presidente Paulo Wanderley e o vice-presidente Marco La Porta.

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    Duas chapas concorrem pela oposição. Uma delas é a “COB+Forte”, com o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Rafael Westrupp, e Emanuel Rego, campeão olímpico em 2004 no vôlei de praia. A outra é a “Vem Ser”, formada pelo presidente da Confederação Brasileira do Pentatlo Moderno, Helio Mereilles, e Robson Caetano, recordista sul-americano dos 100 metros rasos e medalhista olímpico e mundial.

    Além das três chapas, o pleito poderia contar com mais uma concorrente. O advogado e ex-presidente do Conselho de Ética do COB Alberto Murray foi forçado a abandonar a disputa após o candidato a vice, Mauro Silva, da Confederação Brasileira de Boxe, deixar o pleito. A decisão foi tomada dois dias depois do encerramento do prazo para as inscrições de novas chapas.

    Colégio eleitoral

    O colégio eleitoral para a votação terá 49 votos. São 35 presidentes de Confederações esportivas, dois membros do Comitê Olímpico Internacional (Bernard Rajzman e Andrew Parsons) e os 12 integrantes da comissão de atletas.

    Para Katia Rubio, professora da Faculdade de Educação da USP e estudiosa do movimento olímpico, a participação dos atletas pode ser decisiva: “Através da Comissão, eles têm em mãos o poder de desequilibrar uma eleição. Esses 12 votos representam quase um terço do colégio eleitoral. Pudemos observar que, nos últimos dias, houve uma série de reveses no processo. E esperamos que os atletas façam valer o seu direito de voto, e que eles mudem os rumos do COB. Que não sejam apenas um brinquedo nas mãos dos dirigentes. Que eles possam fazer o COB ser uma instância representativa do esporte olímpico no Brasil”.

    Yane Marques, bronze no Pentatlo Moderno em Londres 2012 e vice-presidente da Comissão de Atletas, garante que eles têm consciência do peso que terão nessa eleição: “O momento é histórico. Nosso voto será construído em conjunto. Nós votaremos em bloco. Entendemos que a Comissão representa um segmento. (…). Torço para que façamos as escolhas certas”.

    Se no primeiro turno nenhuma das chapas chegar a maioria de 25 votos, será realizado um segundo pleito, depois do intervalo necessário para a distribuição de novas cédulas e logística de novo escrutínio. Essa será a primeira vez em mais de 40 anos que os atletas terão uma participação tão destacada na eleição do COB.

    Além de eleger o novo presidente e o vice do COB, o colégio eleitoral escolherá os sete representantes de Entidades Nacionais de Administração do Desporto (ENADs), que representarão as modalidades que fazem parte dos programas olímpicos de Verão e de Inverno, e o membro independente no Conselho de Administração no próximo mandato. Esse conselho define a estratégia e as práticas de governança do COB.

    O COB foi fundado em 8 de Junho de 1914. Mas, em razão da Primeira Guerra Mundial e de conflitos internos, a entidade passou a atuar oficialmente apenas em 1935.

    Nesses 85 anos, oito pessoas ocuparam o cargo de presidente: Antônio Prado Júnior (1935/1946), Arnaldo Guinle (1947/1950), José Ferreira Santos (1951/1962), Attila Aché (janeiro a outubro de 1963), Sylvio de Magalhães Padilha (1963/1990), André Gustavo Ritcher (1990/1995), Carlos Arthur Nuzman (1996/2017) e Paulo Wanderley (desde 2017).