Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Jogador norte-coreano que surpreendeu no futebol segue desaparecido

    Han Kwang Song chegou a assinar com a Juventus italiana e jogou pela última vez no Catar durante a pandemia

    Alberto Mier/CNN

    Gawon BaeAndrew McNicolda CNN

    Em 2017, Han Kwang Song tornou-se o primeiro norte-coreano a marcar um gol em uma das cinco principais ligas de futebol da Europa. Ele até protagonizou uma transferência surpreendente para a gigante italiana Juventus em 2019, indo depois para o Al-Duhail do Catar.

    Mas sua promissora carreira foi interrompida com seu desaparecimento do palco mundial de futebol em 2020, deixando os torcedores com uma pergunta: “Onde foi parar aquele jogador norte-coreano?”

    O pequeno norte-coreano”, como um comentarista italiano descreveu uma vez, não era especialmente alto, mas, com seu ritmo alucinante, força e ataque letal na frente do gol, Han conseguiu competir entre os melhores da Europa.

    O jovem atacante de Pyongyang rapidamente chamou a atenção de especialistas e torcedores, não apenas por sua experiência única, mas também por sua proeza técnica.

    “Seu físico não era grande coisa, mas ele era rápido no posicionamento e era bom de cabeceio”, disse o comentarista de futebol sul-coreano Hahn June-Hea à CNN.

    Han foi elogiado em seu país como “um jogador promissor que chamou a atenção do mundo do futebol europeu”, de acordo com o veículo da mídia estatal Sogwang.

    Mas os bons tempos não duraram depois que o Conselho de Segurança (CS) das Organização das Nações Unidas impôs sanções contra a Coreia do Norte por realizar seu sexto teste nuclear em 2017.

    As sanções ordenaram que os estados membros repatriassem todos os cidadãos norte-coreanos que trabalham em suas respectivas jurisdições. A preocupação era que o dinheiro estrangeiro estava sendo transferido para apoiar os programas nucleares e de armas de Kim Jong Un. A resolução do CS definiu o fim de 2019 como o prazo para o repatriamento.

    Mas a pandemia de Covid-19 levou a Coreia do Norte a fechar totalmente as suas fronteiras, tornando impossível para Han e outros cidadãos norte-coreanos repatriados voltarem para casa. Ele estava prestes a sair do Catar em 2021, de acordo com as sanções da ONU – e desde então não foi mais visto. Uma investigação da CNN sobre sua história lançou uma nova luz sobre o desaparecimento.

    Pyongyang

    Han nasceu na capital norte-coreana de Pyongyang em 1998. Pouco se sabe sobre sua vida além de sua inscrição na prestigiada Escola Internacional de Futebol Pyongyang, criada a partir do conhecido amor de Kim Jong Un pelo esporte.

    Quando Kim assumiu o regime em 2012, o esporte se tornou uma janela rara para um país escondido do resto do mundo.

    O líder norte-coreano usou o esporte como um exercício de poder brando, investindo em categorias de elite para promover seu país internacionalmente e na prática esportiva pública para aumentar a defesa e a força de trabalho, de acordo com um relatório do ministério da unificação da Coreia do Sul.

    Han Kwang Song em ilustração. Crédito: Alberto Mier/CNN.

     

    A Coreia do Norte começou a aumentar a participação em grandes eventos esportivos internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos de 2012 em Londres e os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, organizados pela Coreia do Sul – que tecnicamente permanece em guerra com seu vizinho do norte.

    Em PyeongChang 2018, no entanto, as duas nações até marcharam juntas sob a bandeira da unificação coreana durante a cerimônia de abertura e participaram como uma equipe coreana unificada no hóquei no gelo feminino. A abertura da Coreia do Norte através do esporte parecia uma porta que não seria fechada em breve.

    “Todos os esportes são populares [no país]. Eles acompanharam as Olimpíadas e o futebol”, disse o ex-treinador da seleção norte-coreana Jørn Andersen, acrescentando que ele teve contato limitado com o povo norte-coreano durante seu tempo em Pyongyang entre 2016 e 2018.

    “Havia alguns canais de TV locais, nunca com jogos ao vivo, que às vezes mostravam futebol europeu na semana. Talvez um da Bundesliga [na Alemanha], um da La Liga [da Espanha], um da Itália, Inglaterra… Acho que muitos assistiam”, explicou Andersen sobre os eventos esportivos que circulam na emissora estatal norte-coreana KCTV quase todos os dias.

    Em 2013, Kim fundou a Pyongyang International Football School na Rungna Islet, na capital do país, para promover o talento do futebol, enviar estudantes para o exterior e receber especialistas. Representantes do órgão dirigente mundial de futebol, a FIFA, foram convidados para Pyongyang em 2014 para ajudar a educar equipes e instrutores locais. O órgão também enviava jogadores de futebol ao exterior, em um esforço para elevar o padrão do país no esporte “para o nível mundial”, de acordo com a agência estatal de notícias KCNA.

    Como funcionava também como escola de futebol, o local também contou com instalações e programas exclusivos projetados para ajudar a nutrir jovens talentos.

    Poucos meses após sua fundação, 14 estudantes foram enviados para a Espanha e 15 para a Itália, à custa do estado, para aprender com clubes de futebol estabelecidos, de acordo com Sogwang. Entre os muitos que se formaram no prestigiado programa de elite, Han Kwang Song foi o maior destaque. 

    Sua fama nacional é evidente em vídeo do YouTube publicado em um canal dirigido por YuMi, um vlogger que provavelmente está relacionado a autoridades norte-coreanas e que pode fazer parte de uma campanha de propaganda destinada a remarcar a imagem internacional do país.

    “Eu gosto de Han. Suas habilidades são sólidas e ele é muito bom no drible”, comenta um cidadão de Pyongyang no vídeo.

    Han se tornou a maior história de sucesso dos esforços de Kim para transformar o país em uma potência esportiva quando foi recrutado pelo centro italiano de treinamento para jovens Academia ISM através de seu Programa de Identificação de Talentos.

    Em 2015, o então ambicioso adolescente fez suas malas para sua base em Perugia (a capital da região central da Umbria, localizada a cerca de 160 quilômetros ao norte de Roma) ao lado de Choe Song Hyok.

    Mudança para a Europa

    Na Academia ISM, a dupla se juntou a jovens jogadores de todo o mundo, partilhando o mesmo sonho de trilhar o caminho competitivo para o futebol profissional numa das principais ligas da Europa.

    A academia orgulhosamente mostra uma foto de Han em seu site como um jogador que “atingiu seu objetivo e entrou no mundo do futebol profissional”. Outro destaque é o amigo de Han, Choe, que passou a jogar pelo AC Perugia Calcio, nas ligas mais baixas da Itália.

    Han passou pelo menos um ano na academia antes de uma tentativa bem-sucedida com a equipe de jovens do Cagliari F.C. O movimento colocou-o no mapa e deu-lhe reconhecimento regional.

    “Lembro-me do meu diretor Mario Berreta dizer que tínhamos um norte-coreano tentando uma chance e ele me pediu para ver se ele era bom o suficiente”, contou Max Canzi, treinador então do sub-19 do Cagliari.

    “Eu fiquei meio chateado porque tivemos uma partida importante naquele sábado”, lembrou Canzi, que inicialmente se recusou a ver o jogador.

    “Ele começou a treinar, e depois de 20 minutos, olhei para o meu treinador assistente e disse: ‘Diga a Mario que ele tem que sair. Temos um problema: ele é muito bom’”.

    Mas a formalização, no entanto, levou mais tempo do que o habitual, dado o que Canzi descreveu como “problemas burocráticos” e os “rumores que circulavam”.

    “Alguém no parlamento italiano até perguntou se era certo assinar com ele, porque nós [a Itália] tínhamos um embargo contra a assinatura de contratos com norte-coreanos”, disse.

    No entanto, a luta valeu a pena para o Cagliari.

    O atacante norte-coreano, que se juntou à equipe juvenil do clube sob o comando de Canzi em março de 2017, rapidamente provou o seu valor ao marcar na primeira partida de jovens, o que lhe valeu uma promoção imediata para o time principal da Série A, de acordo com Canzi.

    Han fez seu primeiro gol importante – a primeira vez que um jogador norte-coreano marcou em uma das cinco principais ligas da Europa – apenas uma semana após sua estreia profissional em 2 de abril de 2017.

    Han tinha chegado da Coreia do Norte sem saber falar inglês ou italiano, mas não demorou muito para se adaptar à cultura ocidental – algo proibido em sua terra natal.

    “No início, não foi fácil porque ele não conhecia inglês ou italiano. Mas ele aprendeu italiano muito rápido”, lembrou Canzi.

    Nicholas Pennington, um ex-companheiro do time juvenil do Cagliari, lembra Han como “um jogador muito, muito bom” em campo e “um pouco tímido, mas muito legal” fora dele.

    “Eu fui um dos primeiros a falar com ele e ajudá-lo a se integrar. Eu dei carona para ele algumas vezes para o treino”, contou.

    Pennington perguntou a Han e Choe sobre a Coreia do Norte várias vezes.

    “Mas eles não diziam nada. Eu acho que dava para ver que eles estavam um pouco assustados para dizer qualquer coisa. Eles respondiam com ‘não sei’ para pequenas coisas, eram muito reservados e não queriam dizer nada”, disse.

    Pennington lembra também que o jogador norte-coreano também pouco falou sobre sua família em Pyongyang.

    “Eu me lembro de Han falando sobre sua família, dizendo que sua família estava lá, que sentia falta deles, não sabia quando iria para casa vê-los, porque obviamente na época não seria fácil para ele apenas ir e voltar de casa e para a Itália. Lembro-me de pensar que doideira o quanto ele falava pouco de casa em comparação com o que eu fazia”, disse.

    Canzi, que viveu em Seul por três anos quando criança, também disse que Han era “muito tímido, muito educado”.

    “Quando Han chegou pela primeira vez, usei as poucas palavras coreanas que conhecia e disse annyeonghasaeyo [olá em coreano], e ele ficou surpreso. Quando ele me passou a água na nossa primeira refeição, eu disse kamsahabnida [obrigado em coreano]”, lembrou Canzi.

    “O futebol é estranho, porque quando você joga num time e é um bom jogador, todo mundo gosta de você. Ele chegou e todos viram imediatamente que ele era um bom jogador”, contou Canzi.

    “Aqui em Cagliari, todo mundo me ama. Sinto que estou em casa”, disse Han em italiano fluente em um vídeo postado por Cagliari em 2018.

    Enquanto estava sob contrato com Cagliari, Han foi enviado em empréstimo para o AC Perugia e para o sub-23 da Juventus antes de a Juventus ter garantido a sua transferência por incríveis US$ 3,74 milhões (cerca de R$ 18 milhões) em janeiro de 2020, de acordo com o site Transfermarkt.

    “Foi uma grande pechincha para Cagliari porque ele chegou de graça”, disse Canzi.

    “Sim, fiquei bastante surpreso [que a Juventus estava interessada nele]. Eu o considerava um jogador muito bom, mas ele era jovem e eu não conseguia imaginar o quanto podia alcançar. Tivemos alguns outros jogadores na equipe muito semelhantes a ele que, claro, eram menos mencionados, pois o fato de ele ser um norte-coreano era uma grande questão”.

    Jogar na Série A foi um marco para Han, mas mudar-se para os Bianconeri – como os fãs chamam a Juventus – foi uma conquista ainda maior.

    “Tem sido um longo caminho, mas finalmente posso dizer que o meu sonho se concretizou depois de marcar o meu primeiro gol na Série A e me tornar o primeiro norte-coreano a vestir uma camisa tão importante como a da Juventus. Meu sonho se tornou realidade!” Han escreveu num post da ISM.

    Alberto Mier/CNN

     

     

    O sonho de Han de usar a famosa camisa alvinegra, no entanto, durou apenas uma semana, já que a Juventus posteriormente o vendeu ao Al-Duhail do Catar naquele mesmo mês por uma taxa de transferência de US$ 7,7 milhões (cerca de R$ 37 milhões), de acordo com o Painel de Especialistas do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS da ONU).

    Enquanto Han começava sua jornada para o topo do futebol europeu em 2017 – assinalando vários marcos para a Coreia do Norte – seu país estava aumentando as tensões na Península Coreana ao testar o que teria sido seu primeiro míssil balístico intercontinental.

    Então, em 3 de setembro de 2017, o país realizou seu sexto teste nuclear, que levou o CS da ONU a impor uma lista de sanções, já que as preocupações de que as “atividades em curso relacionadas com mísseis nucleares e balísticos da nação reclusa desestabilizaram a região e além dela”.

    As sanções exigiam que todos os estados-membros deixassem de fornecer autorizações de trabalho para os cidadãos norte-coreanos em suas jurisdições. Três meses depois, o CS decidiu ainda que todos os cidadãos norte-coreanos que trabalham no exterior e “geraram ganhos de exportação estrangeiros que a RPDC [República Popular Democrática da Coreia, ou Coreia do Norte] utiliza para apoiar os seus programas balísticos nucleares proibidos” fossem repatriados o mais tardar em 22 de dezembro de 2019.

    Com um passaporte norte-coreano, Han não foi exceção a essas sanções, apesar de seu talento natural para o futebol. Mas ainda não está claro como a Juventus e Al-Duhail avançaram com a transferência em janeiro de 2020, que saiu após o prazo da ONU.

    A CNN contatou o ex-agente de Han, Sandro Stemperini, e o Al-Duhail para um comentário, mas não obteve respostas.

    A Juventus disse que não comentaria sobre o assunto.

    “Não sei se ele estava no nível para jogar pela Juventus na época. Eu não sei o que aconteceu depois. Ele foi jogar em algum lugar no Catar”, disse Canzi.

    Mudança para o Catar

    A promissora carreira de Han na Itália terminou, mas o jovem talentoso foi calorosamente recebido pelo clube de elite catariano, Al-Duhail.

    Desde que entrou para o time em janeiro, no meio da temporada da Catar Stars League 2019/20, ele jogou dez partidas, marcando três gols e desempenhando um papel significativo na vitória no título da liga.

    O Catar assinou um contrato de cinco anos com o norte-coreano, no valor de US$ 4,60 milhões (cerca de R$ 22 milhões) até a temporada de 2023/24. Com isso, Han recebeu cerca de US$ 296,2 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) entre fevereiro e abril de 2020, de acordo com o relatório do painel de especialistas do Conselho de Segurança da ONU de meados de 2020.

    Embora Han estivesse se apresentando admiravelmente em campo, havia questões pendentes sobre se ele estava enviando dinheiro de volta para sua terra natal, como disse o CS a respeito de outros norte-coreanos que trabalham no exterior.

    O documento da ONU mostra que Han havia assinado uma promessa a um banco do Catar de não transferir “qualquer custo ou montante em dinheiro para a Coreia do Norte em nenhuma hipótese”.

    O companheiro de talento e amigo Choe, que viajou para a Itália com Han, perdeu a oportunidade de jogar pelo clube Fiorentina, da Série A, depois que o parlamento italiano abriu uma investigação sobre as preocupações de que seus salários estavam sendo apropriados pelo regime de Kim.

    A CNN entrou em contato com o Tribunal de Arbitragem para o Esporte (CAS, na sigla em inglês) para entender melhor um apelo que a Fiorentina teria feito, que violaria as sanções da UE em relação a Choe. Após verificar seus registros, o CAS disse que o caso de Choe “não parece ter sido encaminhado” à organização.

    Embora não esteja claro se Han enviou dinheiro de volta para o regime de Kim, é notório que a Coreia do Norte muitas vezes força seus trabalhadores no exterior a enviar dinheiro para o governo de volta para casa. Em outro relatório divulgado em março de 2020, o Painel de Especialistas do CS da ONU disse que está investigando os cidadãos da Coreia do Norte suspeitos de ganhar renda no exterior, que também incluem “especialistas como jogadores esportivos”.

    O último jogo de Han para Al-Duhail foi em 21 de agosto de 2020, quando ele saiu do banco contra Al-Ahli no final da temporada.

    Ilustração mostra Han Kwang Song / Alberto Mier/CNN

     

    Então com 21 anos, Han jogou as mãos no ar enquanto ele e seus companheiros de equipe do Al-Duhail ergueram o troféu da Liga das Estrelas do Catar, vestindo uma camiseta vermelha que dizia: “CAMPEÕES”.

    Foi a última vez que torcedores viram Han num jogo profissional. No momento em que a nova temporada começou no mês seguinte, Han havia ido embora – não estava mais entre os titulares ou no banco, e não havia notícias de qualquer transferência.

    Meses se passaram sem nenhuma atualização sobre o paradeiro de Han até que um relatório final do Painel de Especialistas da ONU divulgado em março de 2021 confirmou que o contrato do jogador havia sido encerrado com Al-Duhail no início daquele ano e ele fora deportado do Catar.

    A CNN contatou as autoridades do Al-Duhail e do Catar, mas não obteve resposta.

    No entanto, com o mundo entrando no segundo ano completo da pandemia de Covid-19 em 2021, a Coreia do Norte ainda manteve suas fronteiras fechadas e restringiu todas as pessoas e bens que entram no país por medo do vírus.

    Kim Jong Un até demitiu vários altos funcionários em 2021 que não conseguiram impor os rigorosos esforços de prevenção do Covid-19 do país. O fechamento da fronteira deixou Han preso.

    Han embarcou em um voo da Qatar Airways saindo de Doha em 26 de janeiro de 2021, quando foi deportado, de acordo com uma carta anexada ao relatório final do Painel de Especialistas da ONU. No entanto, sem casa para voltar, o voo levou Han de volta a Roma, de acordo com um oficial familiarizado com o assunto.

    “Eu sei que o gerente dele o levou de volta para a Itália. Acho que ele ainda está lá, mas não pode jogar mais futebol… Foi muito azar não jogar e melhorar ainda mais”, lamentou o ex-treinador de Han Andersen à CNN.

    A CNN procurou ao Ministério das Relações Exteriores italiano e a FIFA, mas ainda não recebeu respostas.

    A última notícia de Han é que ele estaria vivendo em uma embaixada norte-coreana não especificada em 2021, aguardando a retomada dos voos de volta para Pyongyang, de acordo com outro funcionário próximo ao assunto.

    Choe, que viajou para a Itália com Han, ainda estava no país em 2021 “devido à suspensão de voos internacionais para entrar na RPDC”, de acordo com o Painel de Especialistas.

    A autoridade acrescentou que algumas embaixadas norte-coreanas têm acomodado os cidadãos incapazes de voltar para casa, à medida que as fronteiras permanecem fechadas, com “alguns abrigando muitas dezenas [e mais] de norte-coreanos ‘em trânsito’ de longo prazo em blocos de alojamento”.

    Um funcionário do governo sul-coreano disse à CNN que, apesar das sanções da ONU, “mais de 100 mil trabalhadores norte-coreanos permanecem em cerca de 40 países, principalmente na China e na Rússia, ganhando mais de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões (de R$ 956 milhões a R$ 1,4 bilhão) em moeda estrangeira anualmente”.

    Embora o seu status atual continue sendo objeto de especulação, para Canzi e Andersen é o desaparecimento dos sonhos de Han de jogar por um célebre clube de futebol – apenas pela sua circunstância de nascimento – que talvez seja a maior tristeza do caso.

    “Não vai ser fácil voltar a esse nível, mas é possível. Se ele tiver a chance de voltar, é uma motivação muito boa. Claro, teria sido uma boa carreira e um bom dinheiro, por isso é um desperdício”, comentou Canzi.

    “Por quase dois anos, ele não jogou futebol, acho que ele só está treinando com um pequeno time, eu não sei qual, mas ele não está jogando futebol. Então, perdeu muito de sua qualidade”, lamentou Anderson.

    “Sinto muito por ele ter parado de jogar futebol. Ele era um grande talento”.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

    versão original