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O recomeço de Rosana; a jogadora que ia deixar o futebol para se dedicar ao noivo e o perdeu às vésperas de casar

Que Rosana foi destaque na seleção brasileira, todos já sabem. A meia de 36 anos foi peça importante para o futebol brasileiro, tendo sido convocada pela seleção a primeira vez aos 17 anos, já conseguido sua vaga de titular em sua primeira olimpíada, em Sidney (2000) e fazendo parte do time durante 18 anos. Ela já nos trouxe duas pratas olímpicas (2004 e 2008) e um ouro Pan-Americano (2007). Rosana também fez parte da equipe vice-campeã mundial de 2007, na China.

Em clubes, ela já passou por muitos: começou jogando no São Paulo, onde no início a intenção era jogar futsal, mas por ser muito longe de casa, ela tentou o campo e deu certo. Passou pelo Corinthians, quando logo em seguida o Campeonato Paulista Feminino parou de existir, partindo para o Rio Grande do Sul e jogando pelo Internacional. Do Sul, foi aos 20 anos para o clube austríaco SV Neulengbach, tornando-se artilheira e melhor jogadora do campeonato por alguns anos.

Aos 25 anos, foi para o Sky Blue FC, nos Estados Unidos, juntando sua vontade de aprender inglês com a de jogar na melhor liga do mundo. Voltou ao Brasil e, depois de ter sido destaque da Copa do Mundo de 2011, foi chamada pelo francês Lyon, o melhor time de futebol feminino do mundo, onde venceu a Champions League.

Após a temporada no Lyon, ela foi convidada a jogar no norueguês Avaldsnes IL e, junto com Debinha e Andréia Rosa, elas ajudaram o time a se reerguer. Em seguida, voltou ao Brasil por saudades da família e venceu a Libertadores e o Mundial, junto com o time paulista São José. Voltou para o Avaldsnes IL onde ficou por mais dois anos, não deixando a seleção de lado e, quando voltou ao Brasil para se aposentar, em 2016, ela recebeu uma proposta do PSG e foi.

Aos 32 anos, ela estava pronta para voltar ao Brasil e fechar sua carreira no São José. Sua vida pessoal falou mais alto e seu objetivo se tornou dedicar-se a sua família e ao seu noivo, mas dois meses antes de seu casamento, ele faleceu ao seu lado, na cama. Em texto escrito ao Diário do Peixe, Rosana conta: “Foi infarto fulminante. Foi muito difícil porque ele estava dormindo comigo. Ele sofreu o infarto e eu não entendo o que era no primeiro momento, até que eu percebi ele gelado. Aí eu comecei a entender, veio o SAMU, mas não deu tempo de salvar”.

Rosana conta que ele era seu maior incentivador e, em todos os momentos que ela dizia estar pensando em parar para viver a vida a dois, ele era quem a dizia para não parar nunca por estar em alto nível. “O futebol era minha missão. Eu tinha que continuar jogando por eles. Pelas pessoas que eu esperava” – escreveu em seu relato, onde conta sobre a quantidade de pessoas que a deram forças nesse momento.

Seus planos mudaram e ela não parou de jogar. Foi aos Estados Unidos novamente, para atuar pelo North Carolina Courage, mas decidiu em pouco tempo voltar ao Brasil por condições psicológicas, onde atuou pelo Audax. Neste ano, ela ficou fora da seleção, mas com o retorno de Emily Lima, ela voltou a ser convocada.

Com a crise que rondou a seleção feminina no ano passado, Emily saiu e jogadoras como Cristiane e Fran anunciaram se aposentar da camisa verde amarela. Rosana foi uma delas. Junto com a treinadora, que assumiu o Santos, Rosana foi chamada e aceitou a proposta das Sereias da Vila, passando assim a ter atuado pelos quatro grandes de São Paulo.

A ideia dela é se aposentar no final deste ano, mas ainda tem o que conquistar: ela agora está na semifinal do Paulista com o Santos, que já venceu o primeiro jogo contra o Rio Preto por 1 a 0 e manda o recado: “As Sereias da Vila não podem entrar para chegar na final, tem que entrar para vencer. Se for mesmo meu último ano, eu me imagino encerrando a carreira com conquistas” – finalizou sem texto no Diário do Peixe.

Você acompanha Santos e Rio Preto no domingo (23), às 10h, na ESPN Extra e Watch ESPN!