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Copa do Mundo feminina: Austrália e Nova Zelândia serão as sedes em 2023

A Austrália e a Nova Zelândia vão sediar a Copa do Mundo feminina da Fifa em 2023. Os países derrotaram a Colômbia na votação do conselho da entidade por 22 a 13.

Inicialmente, havia quatro propostas para sediar o torneio, mas Japão e Brasil desistiram antes da votação final, citando as implicações financeiras da pandemia do coronavírus.

A desistência do Japão foi vista como um impulso à oferta conjunta da Austrália e Nova Zelândia. No entanto, fontes disseram à ESPN na quarta-feira que a votação seria próxima, com até 12 votos indecisos para o resultado final de quinta-feira.

A oferta conjunta da Austrália e Nova Zelândia obteve a melhor classificação nas avaliações técnicas da Fifa, enquanto a Colômbia foi classificada como a pior entre três propostas avaliadas.

O nível de infraestrutura e oportunidades comerciais foi destacado no relatório como uma vantagem para a licitação conjunta, mas havia preocupações sobre a logística de sediar um torneio em dois países.

"Como a primeira tentativa conjunta (e entre confederações) de sediar uma Copa do Mundo Feminina da Fifa, também oferece a oportunidade de união e cooperação, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento do jogo feminino na região da Ásia e do Pacífico - que sediará o torneio pela primeira vez ", afirmou o relatório.

"Uma oferta conjunta, no entanto, também pode ser uma tarefa mais complexa, pois exige o gerenciamento de outros componentes para que o evento seja realizado".

A Colômbia cumpriu os requisitos mínimos para sediar um torneio, mas "precisaria de uma quantidade significativa de investimento e apoio" antes de estar pronta para receber a competição, de acordo com o relatório da Fifa.

O corpo diretivo também afirmou que haveria "riscos claros de que as melhorias necessárias não seriam realizadas" a tempo do torneio.

Nem Austrália, nem Nova Zelândia já organizaram uma Copa do Mundo. Em 2010, a Austrália fez uma oferta para sediar o Mundial masculino de 2022 - que será realizado no Catar - mas foi eliminada no primeiro turno depois de receber apenas um voto.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, e sua colega neozelandesa Jacinda Ardern escreveram em uma carta aberta à Fifa na terça-feira que os dois países fariam um torneio para se orgulhar.

"Uma Copa do Mundo Feminina da Fifa em Austrália/Nova Zelândia incorporaria nossa paixão pelo futebol feminino e um orgulhoso compromisso com a igualdade e a justiça, criando um legado profundo e duradouro para o futuro do futebol feminino na região e fora dela", disseram na carta.

O futebol australiano cresceu em popularidade nos últimos anos, com muitos grandes nomes mudando para a Europa e os EUA.

Sam Kerr assinou um acordo recorde para o futebol feminino com o Chelsea em janeiro, enquanto Ellie Carpenter recentemente trocou o Portland Thorns pelo Lyon.

A equipe francesa é considerada a melhor da Europa e venceu a Champions League seis vezes e conquistou o seu 14° título francês consecutivo em maio. A equipe também possui muitas das melhores jogadoras do mundo, incluindo Ada Hegerberg, Lucy Bronze e Eugenie Le Sommer.

No dia anterior à decisão, muitas pessoas conhecidas foram às redes sociais para apoiar a candidatura do país, enquanto monumentos nacionais como a Ópera de Sydney foram iluminados com imagens das conhecidas Matildas.

Escrevendo no Sydney Morning Herald antes do resultado, Moya Dodd, ex-Matilda e membro do comitê executivo da Fifa, disse que sediar a Copa do Mundo teria um "impacto profundo" no esporte na Austrália.

"A realização da Copa do Mundo Feminina da Fifa nos daria um evento icônico em torno do qual podemos envolver as ações, metas e incentivos para que isso aconteça", acrescentou.

"Seria um catalisador para nos fazer atingir o objetivo da Federação Australiana de Futebol de ter 600 mil mulheres e meninas australianas jogando futebol até 2027, com melhores caminhos para a W-League e para as Matildas".

O torneio de 2019 alcançou um público recorde, com 1,2 bilhão de pessoas assistindo ao longo do mês.

A final, que viu a seleção feminina dos EUA vencer a Holanda por 2 a 0 e garantir seu quarto título de Copa do Mundo, foi a partida mais assistida da Copa do Mundo feminina de todos os tempos.