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Após longa reformulação, Espanha disputa primeira final desde o fim da 'geração de ouro'

Última final da seleção espanhola foi na Copa das Confederações de 2013, quando perdeu para o Brasil.


Neste domingo (10), a Espanha volta a jogar uma final 8 anos depois de sua última decisão. La Roja enfrenta a França às 15h45 (de Brasília) em busca do título inédito da Uefa Nations League no San Siro, em Milão.

A última vez que a seleção espanhola disputou uma final foi em 2013. Na ocasião, o time comandado por Vicente del Bosque foi derrotado pelo Brasil por 3 a 0, no Maracanã, em resultado que marcou o 'início do fim' da melhor geração da história do futebol espanhol.

Isso porque, após a derrota para a seleção brasileira comandada por Fred e Neymar, a Espanha fez péssima campanha na Copa do Mundo de 2014, também no Brasil. Defendendo o título mundial conquistado na África do Sul em 2010, La Roja caiu na primeira fase ao perder para Holanda e Chile, vencendo somente a Austrália na última rodada.

A derrota para a Holanda logo na primeira rodada, em Salvador, foi um choque de realidade para o time. Após sair na frente com Xabi Alonso cobrando pênalti, a seleção espanhola acabou goleada por 5 a 1 com direito ao gol antológico de Robin van Persie, que ganhou o apelido de 'Holandês Voador' pelo lance.

Fim de uma era

Na última final que disputou, a Espanha era a melhor seleção do futebol mundial. La Roja havia conquistado consecutivamente a Euro 2008, a Copa do Mundo de 2010 e a Euro 2012, a última com direito a goleada por 4 a 0 na decisão contra a Itália.

O time que enfrentou o Brasil no Maracanã em 2013 era icônico. Os titulares de Vicente del Bosque na partida foram Casillas; Arbeloa, Sergio Ramos, Piqué e Jordi Alba; Busquets, Xavi e Iniesta; Juan Mata, Pedro e Fernando Torres. Azpilicueta, Jesús Navas e David Villa saíram do banco no segundo tempo.

Do outro lado, com a torcida a favor, a seleção brasileira foi escalada por Luiz Felipe Scolari com Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho, Luiz Gustavo e Oscar; Hulk, Neymar e Fred. Na etapa final, Felipão colocou em campo Jádson, Jô e Hernanes.

O resultado, vitória por 3 a 0 com dois gols de Fred e um de Neymar, gerou um alerta para o que viria na Copa do Mundo um ano depois. Após a eliminação precoce em 2014, a Espanha iniciou uma reformulação drástica e longa, que está gerando frutos sete anos depois.

Durante sua reconstrução, La Roja deu adeus a várias de suas estrelas. Casillas, David Villa, Fernando Torres, Iniesta, Xabi Alonso e Xavi foram alguns dos nomes de peso que se aposentaram da seleção desde então – a maioria, inclusive, já pendurou as chuteiras.

'Nova Espanha' com novos veteranos

Após eliminações nas oitavas de final na Euro 2016 e na Copa do Mundo de 2018, a Espanha foi semifinalista da Euro 2020, entre junho e julho de 2021, e poderá conquistar seu primeiro título desde o europeu de 2012.

O time que eliminou a Itália nas semifinais é bem diferente do elenco consagrado da 'geração de ouro' espanhola. Na última quarta-feira, Luis Enrique escalou Unai Simón; Azpilicueta, Laporte, Pau Torres e Marcos Alonso; Busquets, Koke e Gavi; Ferrán Torres, Sarabia e Oyarzabal. Pino, Bryan Gil, Merino e Sergi Roberto saíram do banco.

Dos 15 jogadores que entraram em campo, apenas Azpilicueta e Busquets estiveram no elenco da Copa das Confederações de 2013. O lateral do Chelsea era o mais jovem do time, com 23 anos na época, enquanto o volante do Barcelona tinha 24 anos.

No time atual, eles são justamente os dois jogadores mais experientes do time, com 32 e 33 anos, respectivamente. O veterano zagueiro Sergio Ramos, do Paris Saint-Germain, também poderia estar na equipe, mas ainda não atuou na temporada por lesão.

Neste domingo, em sua primeira final em 8 anos, a Espanha coloca à prova sua reformulação diante da poderosa França, atual campeã mundial, mas que vem de campanha decepcionante na Euro 2020, na qual foi eliminada ainda nas oitavas de final pela Suíça.