Entrevista Flashscore a Sebastián Coates: "Num Mundial não há favoritos"

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Entrevista Flashscore a Sebastián Coates: "Num Mundial não há favoritos"

Entrevista Flashscore a Sebastián Coates: "Num Mundial não há favoritos"
Entrevista Flashscore a Sebastián Coates: "Num Mundial não há favoritos"Profimedia
Sebastián Coates Nión, nascido a 7 de outubro de 1990, em Montevideo, no Uruguai. Chegou à Europa há mais de dez anos, pelas portas do Liverpool, e está desde 2016 no Sporting, onde é o capitão de equipa e já venceu todos os títulos do campeonato português. Na seleção principal do Uruguai a estreia aconteceu a 23 de junho de 2011, num particular com a Estónia. Desde aí são 47 internacionalizações, quatro Copas Américas, uma delas com título, e dois Campeonatos do Mundo (Brasil-2014 e Rússia-2018). Aos 32 anos, Coates vai para o terceiro Mundial e é no Flashscore, em exclusivo, que analisa a competição no Catar, o confronto com Portugal, a importância do jogo de estreia e, claro, os favoritos à conquista do principal troféu de seleções.
Sebastián Coates, 32 anos, capitão do Sporting, 47 internacionalizações pelo Uruguai
Sebastián Coates, 32 anos, capitão do Sporting, 47 internacionalizações pelo UruguaiFlashscore

- O Mundial está aí à porta e o Uruguai está novamente no grupo de Portugal, desta vez com Gana e também com Coreia do Sul. Quais são as tuas ambições, as tuas expectativas para o teu terceiro Campeonato do Mundo?

- Bom, acho que em primeiro lugar temos de estar focados e preparar-nos da melhor maneira. Obviamente com foco no primeiro jogo na fase de grupos com a Coreia do Sul. Porque, e falo já por experiência própria, o primeiro jogo do Mundial é sempre muito complicado, muitos nervos também, e as duas vezes que fui a um Campeonato do Mundo, o primeiro jogo acaba por não ser tão bonito mas devemos focar-nos em vencer a partida para depois enfrentar o segundo jogo da melhor maneira. Acho que o primeiro jogo é sempre o que mais marca o grupo, porque depois, e obviamente que vamos tentar ganhar todos os jogos, mas pode-se especular um pouco com os outros resultados também.

- É uma competição curta, a fase de grupos. São apenas três jogos e não ganhar o primeiro não hipoteca nada mas complica…

- Sim, exato. Por isso digo. No Brasil perdemos contra a Costa Rica no primeiro jogo e depois tivemos de ganhar os outros dois. Obviamente que quando se depende de um resultado por vezes torna-se muito complicado. Por isso acho que o melhor que podemos fazer, hoje em dia, é preparar-nos bem, estar com a mentalidade no primeiro jogo e não pensar no que se segue, não pensar já no jogo com Portugal, que é obviamente uma seleção com muitos jogadores a bom nível, muito bom nível e que vai ser muito complicado, tanto para eles como para nós.

Central de 32 anos sublinha a importância do jogo de estreia
Central de 32 anos sublinha a importância do jogo de estreiaAUF

- Antes de te pedir para falares dos adversários do Uruguai, este Campeonato do Mundo é diferente em tudo. Num lugar onde nunca foi realizado, com uma cultura muito própria, e numa altura do ano em que não é habitual. Temos ouvido muitos treinadores, também alguns jogadores, a não gostarem muito da data mas terão de o jogar. Sai um pouco da rotina, primeiro por um Campeonato do Mundo em novembro e dezembro, e depois para um país com uma cultura completamente diferente. Como é que vocês, profissionais e em grupo, lidam com isto?

- Sim, verdade. Acho que uma vez que se tomou uma decisão assim, de marcar um Mundial nesta data, e com tantos jogos num curto espaço de tempo, porque nós já começámos a Liga, já tivemos muitos jogos, e depois quando terminar o Mundial vai continuar a Liga e voltamos a ter muitos jogos… Mas uma vez que isso já está decidido, no meu caso pessoal trato de focar-me primeiro em estar bem fisicamente, obviamente, e focar-me também em coisas que eu posso controlar. Há coisas que não controlo e gastar energia nisso também tira o foco do que eu posso realmente fazer dentro de um Mundial. Tem coisas negativas, claro, mas tem outras que sim, que são positivas. Estamos a começar agora o campeonato, claro que já fizemos muitos jogos, mas está agora a começar e talvez essa é a principal diferença para outros Campeonatos do Mundo, onde nós, jogadores, já tínhamos acabado os campeonatos, num ano provavelmente muito duro, e tínhamos de parar durante 15 dias para voltar a competir de novo. Também não era o ideal. Por isso digo que de todas as coisas que podemos falar, e que não são habituais em Mundiais, também temos aspetos positivos.

Coates vai para o terceiro Campeonato do Mundo pelo Uruguai
Coates vai para o terceiro Campeonato do Mundo pelo UruguaiProfimedia

- Já falaste de Portugal, conheces o campeonato de Portugal, conheces os jogadores portugueses, a grande maioria joga fora de Portugal. No último Mundial o Uruguai ganhou a Portugal. Será o jogo grande do grupo, na tua opinião?

- Teoricamente sim, obviamente que Portugal tem grandes jogadores, que estão num momento espetacular. Nós, na nossa seleção, também temos isso. Temos uma mistura de jogadores experientes e jogadores novos que estão a um grande nível, casos de Valverde (Real Madrid), Bentancur (Tottenham), o caso de Darwin (Liverpool) também, temos jogadores que estão a um grande nível. O Ugarte também, claro. Vai ser um jogo interessante mas é como eu disse, nós temos de primeiro focar-nos no primeiro jogo que vamos ter e depois sim, vou ter de enfrentar muitos companheiros com quem já joguei. Esperemos que ganhe o Uruguai.

- A Coreia do Sul é a primeira adversária do Uruguai. Normalmente olha-se para o Oriente e não se associa muito o futebol ao Oriente. A verdade é que em alguns campeonatos europeus, como em Inglaterra e Alemanha, há muitos jogadores orientais. E eles mostram qualidade. Não convém ir descomprimido para esse jogo não é?

- Não, não, de todo. Por isso já o disse. Teoricamente o jogo, para muita gente, mais bonito, vai ser o Uruguai-Portugal, mas obviamente que não pensamos dessa maneira. Pensamos que tanto a Coreia do Sul como o Gana vão ser jogos muito difíceis. Já os defrontámos em outras ocasiões e foi sempre muito complicado. Já jogámos também com a Coreia depois do Mundial e são jogadores que fisicamente são bons e tecnicamente também. Sabemos disso, por isso falei de nos prepararmos bem para o primeiro jogo e tirar o foco dessa partida com Portugal. Temos de tentar ganhar o primeiro jogo para, depois sim, focar-nos no jogo com Portugal.

Coates vai reencontrar companheiros no Portugal-Uruguai
Coates vai reencontrar companheiros no Portugal-UruguaiAUF

- Com tudo isto que rodeia a competição, a data em que se realiza, a sobrecarga dos jogadores... Há seleções que nem sequer vão fazer jogos de preparação antes do Campeonato do Mundo. Atendendo a tudo isto, para ti quem é o principal favorito?

- Eu acho que num Mundial não há favoritos. Obviamente que há seleções que têm jogadores que estão num grande nível, que demonstram muitas vezes, fim-de-semana por fim-de-semana, que estão num grande nível, mas quando é um Mundial muda muita coisa. Por isso em todos os Mundiais existiu sempre uma seleção com que ninguém contava e chegou longe na competição. Obviamente que sim, há os favoritos de sempre, o Brasil, a Argentina, a Alemanha, mesmo Portugal, mesmo nós, eu gosto também da seleção que temos, acho que também podemos acreditar no que podemos fazer dentro de um Mundial… Mas depois tem a ver com o dia a dia. Num jogo podemos ter um dia não tão bom e tem essa coisa no Mundial, podes ficar logo de fora.

Carreira de Coates
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