Mais de quatro décadas separam o boxe brasileiro dos almejados três degraus do pódio olímpico. A primeira e única conquista do país na modalidade foi o bronze do paulista Servílio de Oliveira, nos já distantes Jogos da Cidade do México-1968.
Hoje o Brasil inicia uma nova rodada de desafios em busca da glória dentro do ringue. Às 10h30 (de Brasília), o gongo soa para o baiano Everton Lopes (peso meio-médio-ligeiro, até 64 kg), que encara o cubano Roniel Iglesias Sotolongo, medalhista de bronze em Pequim. Atual campeão mundial, o brasileiro começou a Olimpíada com o pé direito, já que, no sorteio, caiu direto nas oitavas de final.
Às 11h45, pela categoria meio-pesado (até 81 kg), o capixaba Yamaguchi Falcão enfrenta o chinês Fanlong Meng, depois de ter passado com dificuldades pelo jovem indiano Sumit Sangwan, de 19 anos, pela diferença mínima: 15 pontos a 14.
Se hoje os brasileiros lutam para encurtar o caminho até o pódio, amanhã o país pode faturar sua primeira medalha na competição. A briga, no entanto, vai ser difícil. Isso porque, diante do baiano Robenílson Vieira de Jesus (peso galo, até 56 kg), estará o atual campeão mundial da categoria: Lázaro Alvarez Estrada, de Cuba. Eles entram no ringue às 16h30 por uma vaga nas semifinais. Assim, quem vencer garante pelo menos o bronze, já que no boxe não há disputa pelo terceiro lugar.
É na segunda-feira, no entanto, que entra no ringue Esquiva Falcão, nome nato de boxeador e esperança brasileira de medalhas. Após atropelar Soltan Migitinov, do Azerbaijão (24 a 11), Esquiva irmão de Yamaguchi encara o húngaro Zoltan Harcsa, também pelas quartas de final. Em caso de vitória, ele passará pelas cordas como dono de um bronze, no mínimo.
"Acompanho todos os duelos do torneio e percebi que dificilmente o vencedor do primeiro round não ganha a luta. Agora, falta apenas um passo para a medalha", avaliou Esquiva, ao site do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), após a luta que o levou às quartas.
Baixas
Com um total de dez atletas (sete homens e três mulheres essas ainda estreiam no torneio), o boxe do Brasil enviou sua delegação recorde a Londres. Ontem, contudo, o paraense Julião Neto (peso mosca, até 52 kg) acabou eliminado pelo portorriquenho Jeyvier Cintron (18 a 13).
No Pan de 2007, no Rio, a revelação do Caribe, de apenas 17 anos, já havia tomado a medalha de ouro do brasileiro. "Minha estratégia era bloquear o cruzado dele e pegá-lo com jabs e diretos. Mas, infelizmente, não consegui fazer isso", lamentou Neto ao site do COB. "O Cintron é muito bom pugilista e ainda muito novo."
Antes do paraense, Robson Conceição (peso leve, 60 kg) e Mike Carvalho (meio-médio, 69 kg) já haviam caído na competição. A participação das mulheres no boxe começa somente amanhã.
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