Teresópolis - Luís Fabiano anda bem diferente. Mas é só no visual, no cabelo com tranças que virou motivo de chacota entre os companheiros de seleção. Em Teresópolis, ele continua falando o que pensa, sem se preocupar muito em escolher as palavras. Afirmou, por exemplo, que a febre Ronaldo não o incomoda. Ao contrário, disse se sentir "cada vez mais à vontade na seleção" e estar seguro de que vai à Copa do Mundo de 2010, na África do Sul até como titular.
O jogador do Sevilla tem a confiança de Dunga porque decidiu alguns jogos importantes, como contra o Uruguai, em 2007, no Morumbi, e contra o Chile, em Santiago, no ano passado. No último amistoso de 2008, Luís Fabiano também brilhou, ao fazer três gols nos incríveis 6 a 2 sobre Portugal, no Distrito Federal.
"Sei que só dependo de mim para ir à Copa", comentou ele, que treina para os dois próximos jogos pelas Eliminatórias domingo, contra o Equador, em Quito, e na quarta-feira, diante do Peru, em Porto Alegre. "No ano passado, vivi momentos felizes e marquei gols importantes. Espero que agora as pessoas passem a acreditar mais em mim."
Ao pedir que "acreditem" nele, Luís Fabiano quis se referir à falta de badalação que envolve seu nome. Considera ser subestimado pela mídia. Em 2007, chegou a trocar de assessoria de imprensa por achar que o trabalho de divulgação não vinha sendo bem feito. Não era o caso.
Hoje, apesar das boas atuações, ele aparece bem menos que Adriano, Robinho e, principalmente, Ronaldo. Também joga num clube de menos importância, o espanhol Sevilla. "Não sou de fazer marketing", ressaltou Luís Fabiano. Marketing, sabe o atacante, é o que sobra no caso de Ronaldo especialmente por causa de sua fama.
"Mas eu, quietinho, mesmo sem marketing, vou indo pelas beiradas até realizar meu sonho de ir à Copa do Mundo", avisou Luís Fabiano.
Mas não é só o atacante que precisa superar um certo desprezo em relação a suas condições. A seleção também está sem moral. Onte, o técnico do Equador, Sixto Vizuete, disse que considera o Paraguai um adversário mais duro do que o Brasil.
"Eles [brasileiros] têm medo da altitude", afirmou o treinador, sobre os 2.850 metros acima do mar da cidade de Quito, palco do confronto neste domingo. Segundo Vizuete, o Brasil é um adversário mais vulnerável.
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