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Esquiadores realizam inspeção na pista antes de treinamento do esqui livre em Sochi | Mike Blake/ Reuters
Esquiadores realizam inspeção na pista antes de treinamento do esqui livre em Sochi| Foto: Mike Blake/ Reuters

Grave lesão de Laís concentra as atenções

Um desfalque tem atraído todas as atenções sobre a delegação brasileira: Laís Souza, 25 anos, por causa da grave lesão na coluna sofrida durante um treino há pouco mais de uma semana, quando a atleta ainda aguardava a confirmação de que teria uma vaga para competir no esqui aéreo em Sochi.

A queda aconteceu enquanto treinava em Salt Lake City, nos Estados Unidos. Com a lesão de alta gravidade, a ex-ginasta tem causado comoção a atletas e dirigentes. Tanto que ontem a delegação brasileira, que já está na Rússia, a homenageou com uma foto, postada na rede social da snowboarder Isabel Clark. "Força Laís. Força Brasil!", postou a atleta.

Transferida para um hospital em Utah, Laís passou por três cirurgias (uma para realinhar a coluna cervical, uma traqueostomia e uma gastrotomia). Ela está consciente e tem o movimento apenas dos ombros. Ontem, em entrevista ao SporTV, o técnico canadense da atleta, Ryan Snow, disse que Laís conversou com ele, usando palavras curtas, indicando progresso em seu quadro clínico, que ainda segue delicado.

Sem Laís, a única repre­­sen­­tante brasileira na modalidade que combina esqui e acrobacia aérea é outra ex-ginasta, Josi Santos, que competirá com uma ruptura parcial do ligamento anterior do joelho.

Na Vila

A delegação do Brasil foi recebida ontem na Vila Olímpica de Rosa Khutor, região em que serão realizadas as provas de montanha. Houve o hasteamento da Bandeira brasileira, com o Hino Nacional, quando Jaqueline Mourão foi anunciada como a porta-bandeira do país na cerimônia de abertura, na sexta-feira. Participaram do cerimonial 11 atletas, entre titulares e reservas. Outros integrantes da delegação chegarão a Sochi nos próximos dias. Amanhã, chega Leandro Ribela (cross coun­­try). Na sexta, Isadora Williams (patinação). Maya Har­­risson (esqui alpino) e Jhonatan Longhi (esqui slalom) desembarcam apenas no dia 14.

País emergente, sede da próxima Copa do Mundo e dos próximos Jogos Olímpicos de Verão, o Brasil será coadjuvante nos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam nesta sexta-feira, em Sochi, na Rússia. Apesar de contar com sua maior delegação desde que estreou na maior competição de esportes na neve do mundo, os 13 brasileiros são apenas 0,5 % dos 2,5 mil atletas de 80 países competindo até o dia 23 de fevereiro em 98 provas.

INFOGRÁFICO: 13 atletas brasileiros participarão dos Jogos de Inverno

A meta do Brasil em So­­chi é gelada: um pódio é bem-vindo, claro, mas não será surpresa se não vier. Com um histórico de parti­­cipações ainda recente (a estreia foi em 1992) e um perfil ainda mais próximo ao amadorismo – além de diminuta, a delegação ainda é formada majoritariamente por atletas vindos de outras modalidades, que viram na migração a oportunidade de realizar o sonho da participação em uma Olimpíada – a intenção principal é consolidar a presença do país na competição multiesportiva e criar uma base para as próximas.

O exotismo da participação brasileira na Rússia vai além da óbvia falta de tradição do país em esportes no frio – chega a soar estranho falar em competir em temperaturas abaixo de 0°C justamente quando o país passa por uma das maiores ondas de calor dos últimos anos. Parte da limitada participação ainda é resultado de investimento financeiro proporcional ao clima gelado nas competições.

Nos últimos quatro anos, foram R$ 8,7 milhões repas­­sa­­dos às confederações de Des­­portos de Neve (CBDN) e Desportos no Gelo (CBDG), via Lei Agnelo/Piva, patro­­cínios e convênios com o Mi­­nistério do Esporte.

Com­­parativamente, uma única modalidade de esporte de verão consegue captar mais do que isso em um único ano: em 2013, só em convênios com o Ministério do Esporte, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) recebeu R$ 14 milhões.

Bobsled

A formação da equipe masculina de bobsled é um dos pontos mais marcantes da delegação. Depois de ficar de fora da disputa dos Jogos de Vancouver (2010), o time conseguiu a classificação para este ano com muito sacrifício. Comemora pela primeira vez ter um trenó próprio (nas edições anteriores, o equipamento era alugado de outros países), comprado usado da seleção de Mô­­naco. Competirá com máquinas projetadas pela BMW para a seleção dos Estados Unidos; pela Ferrari, para a Itália e a Audi para os suíços descerem 1.500 m praticamente às cegas a 150 km/h.

O time é formado pelo veterano e ex-decatleta Edson Bindillatti, 34 anos, em sua terceira Olimpíada. Os demais passaram por uma seletiva no início de 2013. Entre os pré-selecionados estava o saltador paranaense Jadel Gregório, que acabou de fora.

O quarteto foi completa­­do com o pedreiro e ex-decatleta Odirlei Pessoni, 30 anos, o personal trainer Fá­­bio Silva, 36, e Edson Mar­­tins, 24, que trocou as provas de 110 metros com barreiras pelos treinos com carrinho de carregar colchões e de supermercado.

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