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Exclusivo! Odriozola: “vamos voar, porque depois do que aconteceu ficamos mais unidos”

Ele é um dos jogadores mais jovens na seleção espanhola. Quando Iniesta fez o gol do título mundial, em 2010, Álvaro Odriozola tinha apenas 14 anos. Mas o que destaca o lateral dos outros jogadores da ‘Roja’ é que, há cerca de um ano, ele estava na terceira divisão de seu país. Em 18 meses, conseguiu se mostrar digno de uma vaga na Copa do Mundo.

Quando se escuta as suas palavras, dá para começar a entender o feito do jovem: “eu ainda não fiz nada no futebol”, afirmou à Goal na concentração da Espanha. Abaixo, confira um bate-papo com o jovem que, mesmo sem muito espaço hoje dentro da seleção, promete dar muitas alegrias à Roja.

A Copa do Mundo está da forma como você imaginava?

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“É um sonho estar aqui e vivenciar de dentro a Copa do Mundo. Há um ano e meio eu estava na terceira divisão, então imagine... está sendo legal. É um ambiente especial. Dá para ver que existe a pressão para lutar pelo título com tão pouco tempo, em um torneio que é disputado apenas a cada quatro anos”.

Qual é a sua primeira lembrança de Copas do Mundo?

“A primeira que me vem à mente foi a do Ronaldo contra a Alemanha (em 2002, no Penta do Brasil). Eu estava tomando café com a minha mãe e meu irmão enquanto assistíamos aos jogos de Copa do Mundo na Coreia”.

Mas em 2002 você tinha apenas sete anos, certo?

“Sim! Mas eu lembro perfeitamente! Depois eu também gravei quando a Itália venceu a final da Copa do Mundo (2006), porque eu estudava com dois italianos, e nós estávamos juntos em casa para ver a final e ficamos doidos porque eles ganharam!”.

É verdade que você chorou quando jogou pela primeira vez na defesa da Real Sociedad?

“Sim! Mas eu não estava na Real Sociedad. Foi na primeira vez que eu treinei em futebol, na minha escola, em Aldapeta, na escola Marianista em San Sebastián. Na escola eu joguei e fazia gols, dava assistências... e aí no primeiro treino me colocaram como defensor. E eu comecei a chorar, sim. Eu queria fazer gols. Agora sou um defensor, acho que foi um final do destino”.

Você vai precisar agradecer aquele treinador...

“Sim! Ele trabalha na Real Sociedad hoje: Iñigo Caminaur. Nós lembramos disto uma vez, e agora eu devo a ele uma parte de estar na Copa do Mundo!”

Como você conseguiu uma ascensão tão meteórica?

“O segredo é ter vontade. Sempre querer mais, evoluir, seguir trabalhando”.

Você sente que as pessoas passaram a lhe tratar diferente?

“Sim, sim. Bastante. As pessoas querem se aproximar. Vamos dizer que eles te amam mais, pro assim dizer. É algo natural do ser-humano também, acho. É como se você quisesse se aproximar do sucesso ou algo parecido, certo? Mas eu  mantenho meu grupo de amigos".

ALVARO ODRIOZOLA (Foto: Getty Images)

"E o futebol te dá a oportunidade de conhecer pessoas interessantes e elas podem trazer coisas boas para a sua vida. Não pode desperdiçar isso, mas sem deixar os amigos de verdade irem embora, aqueles que lhe acompanhavam quando você não era ninguém”.

Você mora no centro de San Sebastián? Sua avó é uma grande torcedora da Real Sociedad...

“Sim. Minha mãe tem um restaurante em San Sebastián. Quando criança, toda a família vinha para ver os jogos da Real. Sem exagerar, juntávamos 20 ou 25 pessoas! E aí ela (avó) sempre ia para Anoeta (estádio da Real Sociedad). Agora ainda mais, quando eu jogo. Teve uma época em que ela ficava muito nervosa quando eu jogava, mas foi muito bom para ela”.

Se a Espanha não chegar nas quartas de finais...

“Será uma pena! Será uma sensação de oportunidade desperdiçada, porque o time é muito bom e acho que podemos fazer algo grande”.

O que mais te impactou nesta Copa?

“Eu gosto muito do Brasil. Não pelo espetáculo, mas porque eles sabem muito bem o que fazer. Não teve nenhum time espetacular ainda, na minha opinião. Mas o Brasil é muito compacto, robusto, não dá muitas chances. E depois, a qualidade que eles têm na frente. Negativamente, acho que a Alemanha. Eles desapontaram todos, um pouco”.

Qual é seu próximo sonho?

“Conquistar a Copa do Mundo! A taça é linda, e poderíamos seguir nesta sequência”.

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