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Futebol Feminino
Brasil estreia com goleada de 4x0 contra o Panamá na Copa do Mundo
Fotos da seleção: Thais Magalhães/CBF
O Brasil estreou com goleada na Copa do Mundo Feminina, nesta segunda-feira (25.07), no estádio Hindmarsh, em Adelaide, Austrália. A seleção fez 4x0 no Panamá e, agora, lidera o Grupo F. Na outra partida da chave, França e Jamaica empataram sem gols. O destaque da equipe brasileira foi a meia Ary Borges, que em seu primeiro jogo em Mundiais anotou três gols e lidera a artilharia da competição. Bia Zaneratto completou o placar.
De uma maneira geral, a Copa do Mundo de Futebol Feminino traz um espírito e um ambiente próprios, de participação da mulher no esporte, na sociedade, de romper barreiras ao entrar definitivamente nesse mundo do futebol, que é muito masculino. Tem sido uma bela experiência para nós do governo"
Ana Moser, ministra do Esporte
A ministra do Esporte, Ana Moser, que acompanhou a surpreendente vitória da Nova Zelândia por 1 x 0 sobre a Noruega, na abertura do torneio, também prestigiou a estreia das brasileiras. “A vitória do Brasil foi muito boa. A equipe foi dominante, com posse de bola, desempenho e criando muitas chances de gol. A gente esperava a vitória brasileira e foi muito boa, atendeu às expectativas de um bom começo da seleção. Vejo que as meninas estão prontas para o próximo jogo, que vai ser bem mais difícil, contra a França”, analisou a titular do MEsp.
Representando o Governo Federal na Copa do Mundo, sediada na Austrália e na Nova Zelândia, Ana Moser se reuniu com representantes da Fifa e de confederações, além de autoridades do esporte local, durante a passagem pela Oceania. O Ministério do Esporte está construindo uma Estratégia Nacional para o Futebol Feminino e é candidato a sediar o próximo Mundial da modalidade em 2027.
"De uma maneira geral, a Copa do Mundo de Futebol Feminino traz um espírito e um ambiente próprios, de participação da mulher no esporte, na sociedade, de romper barreiras ao entrar definitivamente nesse mundo do futebol, que é muito masculino. Tem sido uma bela experiência para nós do governo, entender que a nossa visão iniciada no começo do ano, de desenvolver o futebol feminino e prestigiar o esporte feminino, é um caminho. Esse caminho foi trilhado por outros países e nos mostra que teremos resultados incríveis com essa estratégia”, destacou Ana Moser, que acompanhou o jogo com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, José Luiz Ferrarezi.
O Governo Federal decretou ponto facultativo nos dias de jogos do Brasil no Mundial. O próximo compromisso será contra a França, no sábado (29), às 7h (horário de Brasília).
“Nessa linda estreia da nossa seleção, acompanhei a goleada com ministras do nosso governo. Desejo força para nosso time. Parabéns pela bela vitória”, escreveu o presidente em seu perfil oficial no Twitter, após o duelo.
Das 23 jogadoras da seleção brasileira na disputa pelo inédito título Mundial, 17 recebem o apoio do Governo Federal por meio do Bolsa Atleta. O benefício é voltado para esportistas a partir de 14 anos e é considerado um dos mais completos programas de patrocínio direto do mundo. É dividido em cinco categorias: Base; Estudantil; Nacional; Internacional e; Olímpico/Paralímpico, com repasses mensais que variam de R$ 370 a R$ 3.100.
O investimento anual do Governo Federal nas 17 jogadoras (dez na categoria Internacional e sete na Olímpica do Bolsa Atleta) é de quase meio milhão de reais. Ary Borges e Bia Zaneratto, autoras dos gols da equipe na estreia, estão nesse grupo. Ary na categoria Internacional, Bia na Olímpica.
Levando em conta a modalidade futebol feminino como um todo, o Bolsa Atleta de 2023 contempla 213 atletas de todo o país. São 60 na categoria Internacional, 11 na categoria Olímpica e 142 na categoria Nacional. O investimento anual é de R$ 3,3 milhões.
Levando em conta o histórico do programa desde 2010, são 716 bolsistas, 1.578 bolsas concedidas (a mesma atleta pode ter bolsas em anos diferentes) e um investimento total de R$ 24 milhões.
Estreia
Presente em todas as edições da Copa do Mundo Feminina, o Brasil sempre venceu na rodada de abertura. A maior goleada foi na edição de 1999, quando a seleção fez 7x1 no México, que também é o placar mais elástico aplicado pelas brasileiras na história da competição.
Em uma atuação impecável, nesta segunda-feira, a seleção brasileira teve 59% de posse de bola e 34 finalizações no jogo, sendo 11 no alvo. O destaque foi Ary Borges, que fez um hat-trick (três gols em um mesmo jogo), aos 18 e 38 minutos do primeiro tempo e aos 24 da etapa complementar. "É um sonho. Lembrei da minha família, muito bom representar o país", disse a maranhense em coletiva de imprensa após o jogo.
A atacante Bia Zaneratto completou o placar para o Brasil ao anotar seu primeiro gol em Mundiais, aos três minutos do segundo tempo. Essa é a terceira participação dela em Copas. Com o tento anotado, ela se tornou a quinta maior artilheira da história da seleção.
"Quem a Pia escolher vai estar bem preparada, a gente vem em um ótimo momento e não temos essa vaidade. Quem estiver dentro do campo vai dar o seu melhor. E estou muito feliz pela Ary, minha parceira de muito tempo no Palmeiras. Ela me deu uma assistência de calcanhar, podia ter finalizado, mas escolheu dar o passe, então, fico feliz por ter feito o gol", afirmou Bia, que fez um belo gol em jogada trabalhada pelo ataque.
Para a técnica da seleção brasileira Pia Sundhage, a felicidade é a emoção que fica. "A gente está feliz, o primeiro jogo sempre é o mais complicado e fizemos quatro gols. Ary jogou muito bem e tive que colocá-la no banco", afirmou a treinadora, ao se referir a substituição da meia pela atacante Marta.
Ao entrar em campo, a "Rainha" completou sua sexta participação em Copas, tendo feito gols em todas as outras edições: 3 gols em 2003; 7 gols em 2007; 4 gols em 2011; 1 gol em 2015 e; 2 gols em 2019. Com os 17 tentos, ela é a maior artilheira em Mundiais, tanto no masculino quanto no feminino.
O Jogo
O primeiro tempo foi de alta intensidade e controle de bola das brasileiras. A pressão da seleção deu certo aos 18 minutos, e Ary Borges de cabeça, livre na pequena área, abriu o placar. Da meia, inclusive, saíram os dois gols dos 45 minutos iniciais. No outro, aos 38, Ary Borges recebeu de Tamires e balançou as redes novamente, desta vez pegando o rebote da goleira panamenha, após cabeçada da própria camisa 17 do Brasil.
Diante da fragilidade da seleção do Panamá, aos três minutos do segundo tempo, a dupla Ary e Bia concretizou mais um, o mais bonito da partida. Após bela troca de passes pela esquerda do ataque, a bola foi alçada na área, Ary Borges dominou com perfeição e rolou de costas para Bia Zaneratto. A "Imperatriz" bateu de chapa dentro da área e ampliou: 3x0.
Sem sentir perigo, o Brasil estava confiante, assim como todas as atletas pegavam na bola, todas as jogadoras iam para a área oponente. Vendo a vantagem, Pia Sundhage fez três substituições de uma vez para testar opções. Com Geyse e Gabi Nunes, que se concentraram no lado direito do campo, o ataque brasileiro ficou mais leve e Bruninha entrou no lugar de Antonia.
Ary Borges, com seu excelente desempenho, se tornou a artilheira da Copa ao marcar o quarto gol da partida, também de cabeça Tomando o lugar de Sophia Smith, dos Estados Unidos, Hinata Miyazawa, do Japão, e Alexandra Popp, da Alemanha, que lideravam com dois tentos cada.
A meia saiu, dando lugar a Marta, que vestiu a camisa 10 pela 187ª vez na história da seleção. Embora Duda Sampaio e Marta tenham buscado ampliar a vantagem, a goleira Bailey, do Panamá, realizou defesas importantes.
Assessoria de Comunicação - MEsp