A história de sucesso de José Néstor Pékerman com a seleção colombiana é mais do que lembrada pela opinião pública no país. Após 16 anos de ausências das Copas do Mundo, o técnico argentino voltou a colocar o 'Tricolor' aos olhos do mundo com duas qualificações consecutivas: Brasil 2014, com sua melhor participação na história (quartas de final); e Rússia 2018, avançando para as oitavas de final.
O primeiro ciclo da Copa do Mundo não deu origem a críticas negativas, já que a equipe 'Cafetero' fechou as eliminatórias em segundo lugar com 30 unidades e foi a principal semente da Copa do Mundo. No entanto, no segundo processo, embora tenha sido mais complicado em termos de desempenho, o 'Tricolor' garantiu sua cota em solo russo.
Além de dúvidas sobre o nível da equipe, a Colômbia superou a fase de grupos em primeiro lugar depois de derrotar Polônia e Senegal. Nos oitavos-de-final ela viu rostos com a Inglaterra e acabou eliminada nas coleções do ponto de pênalti (4-3). Mesmo nessa partida, Pékermen foi criticado pela abordagem, já que saiu com três folhetos da marca, ao contrário dos dois que costumava usar.
Setembro marcará quatro anos desde a conferência de imprensa em que o estrategista argentino anunciou sua saída do 'Tricolor'; e, mesmo com o passar do tempo, vários fãs expressaram sua tristeza desde então. Os motivos que levaram Pékerman a deixar o cargo foram mantidos em segredo.
Alguns dirigentes da Federação Colombiana de Futebol (FCF), que estavam no tempo de Pékerman e que ainda estão lá, falaram ao jornal El Tiempo sobre a verdadeira causa por trás de sua demissão: Pascual Lezcano, empresário Pékerman.
“A verdade é que [Ramón] Jesurún e [Álvaro] González Alzate levaram Pékerman para fora, e eles o levaram para Pascual Lezcano”, disse uma das fontes. Aparentemente, Jesurún, presidente da FCF, e González, vice-presidente da mesma entidade e responsável pelo ramo amador (Difutbol), não teriam visto com bons olhos que Lezcano se apropriou de várias questões logísticas do 'Tricolor'.
“Jesurún e González não suportaram que Pascual foi quem impôs as diretrizes para logística, concentração, viagens, hotéis e acesso ao camarim e a abordagem aos jogadores”, disse o líder.
Segundo as fontes consultadas pelo jornal, já na Copa do Mundo da Rússia, os líderes da Federação decidiram demitir Pékerman do cargo: “Lezcano tornou esse grupo muito fechado e isso causou grande desconforto aos gerentes, especialmente Jesurún e González, que, seja o que for, porque eles eram os chefes. Eles não entendiam como um júnior decidiu logística, comícios, viagens e deu ordens a eles. Isso os deixou muito chateados.”
Finalmente, o líder deixou um ponto claro: “A eliminação da Copa do Mundo foi decisiva: eles encontraram a desculpa para justificar a saída de Pékerman”.
Em fevereiro de 2021, Pékerman entregou uma entrevista à mídia argentina TNT Sports, na qual foi perguntado por que ele deixou a direção da Colômbia. Uma das versões também apontou 'uma gaveta' por alguns membros dentro da FCF: “Não tenho provas disso (que eles teriam feito a cama dela). Há momentos em que há crises e é como se ninguém quisesse pegar nada. Mas há momentos em que as coisas estão boas, você pode ver que há potencial, outros desejos começam a aparecer, outras situações”.
Nesta terça-feira, uma nova história será escrita novamente entre a seleção colombiana e José Néstor Pékerman, que agora lidera a seleção venezuelana. O 'Tricolor' chega à última data das eliminatórias com a necessidade de conquistar uma vitória que lhe permitirá sonhar em se classificar para a Copa do Mundo de 2022, no Qatar. No entanto, o mesmo treinador que levou o 'Tricolor' para provavelmente o seu palco mais glorioso, também poderia deixá-lo de mãos vazias.
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