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SELEÇÃO BRASILEIRA

Danilo é mais uma baixa do Brasil durante Copas; relembre outros seis episódios

Lista de baixas tem Pelé e Neymar, craques de suas respectivas gerações

postado em 05/07/2018 21:00 / atualizado em 06/07/2018 10:00

AFP PHOTO
Uma lesão no ligamento do tornozelo esquerdo encerrou a participação do lateral-direito Danilo, da Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 2018. O corintiano Fagner permanecerá como titular da equipe do técnico Tite diante da Bélgica, nesta sexta-feira, às 15h (de Brasília), na Arena Kazan, pelas quartas de final da competição. Não é a primeira vez que o Brasil tem baixa durante a disputa de um Mundial. Em edições anteriores, os treinadores precisaram lidar com perdas de craques, como Pelé, em 1962, e Neymar, em 2014. Relembre, abaixo, outros seis episódios:

1958 – De Sordi

Grande parte dos brasileiros reconhece Djalma Santos como titular da lateral direita do Brasil campeão mundial de 1958, mas o que poucos sabem é que Nilton De Sordi, então jogador do São Paulo, era o dono da posição da equipe comandada por Vicente Feola. O camisa 14 machucou o joelho na vitória por 5 a 2 sobre a França, em 24 de junho, pela semifinal. Antes da decisão contra a anfitriã Suécia, De Sordi fez um teste para saber se suportaria os possíveis desgastes, mas preferiu não arriscar. Então, Djalma Santos entrou em ação na final. Ele jogou tão bem no triunfo por 5 a 2, em Estocolmo, que foi escolhido pela Fifa para integrar a seleção dos destaques da competição.

Não bastasse o fato de ficar fora da decisão, De Sordi precisou lidar por muito tempo com algumas acusações de que teria sentido o ‘peso da decisão’. Muita gente duvidava da lesão do lateral-direito, mas o próprio atleta, em entrevista à Revista Placar na década de 1970, rechaça o rótulo. “Quem me conhece sabe que não sou assim. Nunca tremi. Estava acostumado aos jogos decisivos. Fiquei em paz com minha consciência”. De Sordi morreu aos 82 anos em agosto de 2013, vítima de falência múltipla dos órgãos. O ex-são-paulino sofria do Mal de Parkinson.

Arquivo O Cruzeiro/EM

1962 – Pelé

Destaque do time campeão mundial em 1958, Pelé era um ‘experiente’ de apenas 21 anos na Copa de 1962, no Chile. Na estreia da Seleção Brasileira, em Viña Del Mar, o camisa 10 marcou um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o México – o outro foi de Zagallo. No jogo seguinte, diante da Tchecoslováquia (empate por 0 a 0), Pelé sofreu um estiramento muscular na virilha ao tentar finalizar com o pé esquerdo e não teve mais condições de jogo. O substituto escolhido pelo treinador Aymoré Moreira foi Amarildo, atacante do Botafogo, também de 21 anos. Na terceira rodada, o Brasil bateu a Espanha de virada, por 2 a 1, e se classificou em primeiro lugar no Grupo 3. O responsável pelos gols? Amarildo. Ele viria a marcar pela terceira vez na competição já na final, contra a Tchecoslováquia, em 17 de junho (vitória por 3 a 1, no Estádio Nacional de Chile, em Santiago).

George Torok/O Cruzeiro/EM

1974 – Leivinha

Camisa 8 da equipe comandada por Zagallo, Leivinha se machucou na vitória por 3 a 0 sobre o Zaire, pela terceira rodada do Grupo 2 da Copa de 1974, na Alemanha. Por causa de uma lesão muscular, o então meia-direita do Palmeiras deu lugar a Valdomiro, ponta-direita do Internacional. Na segunda fase, o Brasil ficou em segundo do Grupo A, qualificando-se para a disputa do terceiro lugar, em que foi derrotado pela Polônia por 1 a 0. A anfitriã Alemanha se sagrou campeã mundial, tendo a Holanda como vice.

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1994 – Ricardo Rocha

Ricardo Rocha sofreu lesão muscular aos 30min do segundo tempo da estreia contra a Rússia, vencida pelo Brasil por 2 a 0. Aldair entrou em seu lugar. Mesmo machucado, permaneceu no grupo até o fim da competição. Antes da decisão contra a Itália, foi aventada a possibilidade de Rocha entrar em campo. Isso porque Aldair havia se queixado de dores. “O Parreira, dois dias antes, chegou no meu quarto, conversou comigo e perguntou: ‘como você está? Posso contar com você?’ Fiquei surpreendido, estava todo mundo bem, e ele falou: ‘O Aldair está sentindo uma moléstia na perna, posso contar com você?’. Eu disse: ‘pode’. Não estava bem fisicamente, estava há quase um mês parado. É claro que iria sentir um pouco, mas era decisão de Copa do Mundo, você tem que tirar um pouco”, disse o ex-zagueiro em 2015, quando trabalhava como comentarista do canal SporTV.

Sem que na prática Carlos Alberto Parreira precisasse recorrer a Ricardo Rocha, o Brasil foi campeão do Mundo em 1994 ao vencer a Itália por 3 a 2, nos pênaltis, depois de empate por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação. A dupla de zaga brasileira era formada por Aldair, da Roma-ITA, e Márcio Santos, do Bordeaux-FRA. O outro reserva era Ronaldão, que tinha trocado o São Paulo pelo Shimizu, do Japão.

CBF/Arquivo

2010 – Elano

Na estreia do Mundial, o meio-campista Elano marcou o segundo gol do Brasil na vitória por 2 a 1 sobre a Coreia do Norte. Na rodada seguinte, balançou as redes da Costa do Marfim, em mais um triunfo, por 3 a 1. Porém, foi justamente nesse jogo que o camisa 7 levou uma pancada na canela direita, sofrendo um trauma no osso denominado talus. O selecionador Dunga escolheu o lateral-direito Daniel Alves como substituto. O Brasil chegou às quartas de final e perdeu para a Holanda por 2 a 1.

Responsável por machucar Elano, o volante marfinense Cheick Tiotê, que à época da Copa de 2010 defendia o Newcastle da Inglaterra, morreu aos 30 anos em 5 de junho de 2017, vítima de parada cardíaca durante treinamento no Beijing Enterprises, da China. Por sua vez, o brasileiro parou de jogar profissionalmente no fim de 2016, pelo Santos, clube que o revelou. Hoje, aos 37 anos, ele se dedica à profissão de assistente técnico.

AFP PHOTO / ROBERTO SCHMIDT

2014 – Neymar

Com quatro gols no Grupo A da Copa, do qual o Brasil foi líder com sete pontos, Neymar passou em branco no mata-mata. Nas oitavas de final, a seleção orientada por Luiz Felipe Scolari eliminou o Chile nos pênaltis, depois de empate por 1 a 1 no tempo normal. Nas quartas, bateu a Colômbia por 2 a 1, com gols de David Luiz e Thiago Silva. Nessa partida, Neymar foi atingido nas costas por uma joelhada do lateral-direito Zúñiga e precisou ser substituído pelo zagueiro Henrique. Um exame de imagem diagnosticou fratura na terceira vértebra lombar e tirou o jogador do Mundial. Sem seu camisa 10, o Brasil foi goleado pela Alemanha na semifinal por 7 a 1, no Mineirão, e perdeu também a disputa do terceiro lugar, para a Holanda, por 3 a 0.

AFP PHOTO / ODD ANDERSEN


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