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HIPISMO

Brasileiros Doda e Rodrigo Pessoa trocam farpas após competição por equipes no hipismo

Doda declarou que Pessoa, fora da prova, foi 'poupado' de derrubar obstáculos

postado em 18/08/2016 08:27 / atualizado em 18/08/2016 08:39

AFP

Rio de Janeiro –
A equipe brasileira de hipismo bateu na trave. Dezesseis anos depois da última medalha – bronze nos Jogos de Sydney –, o time, mesmo com um desfalque (Stephan Barcha, eliminado por ter ferido sua montaria, Landpeter do Feroleto), terminou na quinta colocação, atrás de França, ouro; EUA, prata; Canadá, bronze; e Alemanha. A participação brasileira, no entanto, acabou ficando em segundo plano por causa da troca de farpas, nos bastidores, entre Rodrigo Pessoa e Álvaro Afonso de Miranda Neto, o Doda.

A polêmica girou em torno da ausência de Rodrigo Pessoa na equipe olímpica brasileira. Sua principal montaria, Jordan II, teve uma contusão há três meses e não reuniu condições para competir. O cavaleiro, ouro em Atenas’2004 e bronze por equipe em Sydney’2000, tinha duas outras opções, as montarias Status e Ferro Chin VH Lindenhof, que acabaram descartadas pelo técnico George Morris.

Ontem, Doda disse que o resultado não seria diferente se Pessoa estivesse na equipe. “Foi até bom para ele, pois, se tivesse participado, sua montaria teria derrubado vários obstáculos. Assim, ele foi preservado.” A declaração não agradou a Rodrigo: “Acho que ele estava de cabeça quente. Não vou entrar nessa polêmica, pois sou mais que isso”.

Ele fez duras críticas, a começar pelo treinador. Pessoa garantiu que enquanto Morris estiver no comando não participará da equipe brasileira. “Ele entrou como lenda e saíra como lendia. O treinador fez uma opção e não quis correr o risco que tinha de correr.”

Sobrou também para o cavaleiro Stephan Barcha: “A gente sabe que a pressão para competir é muito grande, ainda mais em casa. O que aconteceu com ele, se fosse comigo não aconteceria. Ele feriu o cavalo com uma esporada. Feriu, cortou. A Federação Internacional não aceita isso. Está na regra e eles são rigorosos. Até aqui, na Olimpíada, são quatro eliminações pelo mesmo motivo. Feriu a montaria está fora. Digo que comigo não aconteceria porque não uso espora”.

Apesar das críticas e das diferenças, Rodrigo conta que torceu muito pelo Brasil: “Queria muito que eles ganhassem. O que ocorreu não foi problema do Stephan. O Brasil jogou com um a menos. Mesmo assim, empatou com os melhores do mundo, Canadá e Alemanha. Só que cada um cometeu uma falta e, assim, ficamos fora da disputa do bronze. Não tínhamos descarte. Mas temos chances ainda no individual”. Doda, Pedro Vernis e Eduardo Menezes se classificaram para a final individual, amanhã.

PASSADO No geral, a equipe brasileira comemora o resultado, que de certa forma apaga alguns vexames em edições anteriores. Em Sydney’2000, Rodrigo Pessoa e Baloubet do Rouet lideravam a competição e seriam o último conjunto a passar na pista. Precisavam apenas completar o percurso e poderiam cometer uma falta. No entanto, num obstáculo que tinha o desenho de um canguru gigante o animal se assustou e refugou. Rodrigo e sua montaria foram desclassificados. Em Londres’2012, a equipe brasileira brigava pelo bronze, no entanto, José Roberto Reynoso e o cavalo Maestro Saint Louis derrubaram vários obstáculos, e o Brasil acabou eliminado.

Mineiros em ação


Cinco mineiros já disputaram os Jogos Olímpicos. O primeiro foi Vítor Alves Teixeira, presente em três edições – Los Angeles’1984, Seul’1988 e Barcelona’1992, tendo chegado a uma final. Bernardo Resende Alves esteve em Atenas’2004 e se classificou para Pequim’2008, mas sua montaria, o cavalo Chupa-Chupa, foi flagrado num doping e suspenso. Sérgio Marins foi outro representante do estado em Atenas’2004. No Concurso Completo em Equitação (CCE), o primeiro foi Vicente de Araújo Neto, em Sydney’2000, e o segundo, Fabrício dos Reis Salgado, reserva em Atenas’2004.

Paixão cruzeirense
Ivan Drummond/EM


Arquibancada lotada, 10 mil lugares ocupados, e uma bandeira do Cruzeiro chamando a atenção. Era do veterinário e professor da cadeira na Uni-BH Alessandro Moreira Procópio, de 49 anos. Apaixonado por cavalos, ele conta que não perde uma prova em Belo Horizonte e que nos Jogos Olímpicos teve a chance de assistir a alguns dos melhores do mundo, além de torcer pelo Brasil. “É uma prova de alto nível. As chances de ver um torneio assim, no Brasil, são poucas. Vim ao Rio só para assistir às provas de hipismo. Tenho paixão por cavalos. Acompanhei o adestramento e, agora, os saltos. Pena que não pude ver o CCE, por compromissos profissionais. Estarei aqui no último dia de competição. Quem sabe não teremos melhor sorte e um dos nossos não estará no pódio?”, comentou.

Tags: doda hipismo rodrigo pessoa

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