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Daiane dos Santos comenta críticas ao corpo após se aposentar: "Cabeça boa para enfrentar"

Publicado 22 Jun 2021 – 01:30 PM EDT | Atualizado 29 Jul 2021 – 02:42 PM EDT
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Daiane dos Santos é uma das maiores ginastas do Brasil. Ela foi a primeira atleta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro em uma edição do Campeonato Mundial de Ginástica Artística.

Hoje, aos 38 anos, ela está aposentada do esporte, mas participa das Olimpíadas deste ano como parte do time de comentaristas da Globo.

Por esse motivo, a ex-atleta voltou a aparecer na mídia após bastante tempo afastada e, durante um papo com Fátima Bernardes no programa "Encontro", falou que foi criticada pelo novo corpo.

Daiane dos Santos fala sobre críticas ao corpo

Daiane dos Santos começou a competir em 1997, com apenas 14 anos. Em 1999, aos 16, ela conquistou suas primeiras medalhas, na categoria sênior, ao competir no Pan-Americano de Winnipeg: prata no salto e bronze por equipes.

Nos Jogos Olímpicos, a ginasta fez história. Em 2004, em Atenas, ela desenvolveu dois movimentos inéditos: o duplo twist carpado e sua variação esticada, mundialmente conhecidos como “Dos Santos” e “Dos Santos 2”.

Em 2013, aos 30 anos, ela se aposentou e, consequentemente, sua rotina e corpo mudaram bastante. Por conta disso, a ginasta enfrentou e ainda enfrenta muitas críticas ao físico atual.

Ao participar do programa "Encontro", Daiane falou sobre o assunto com Fátima Bernardes. Ela ressaltou que quando estava ligada à ginástica diariamente, tinha um perfil corporal a ser seguido por uma questão de segurança:

"Na ginástica, a gente tem ali, acho que mais voltado para a questão da segurança, é sempre importante a gente lembrar esse cuidado desse perfil, sempre buscando a segurança da ginasta e a integridade, mas óbvio que as pessoas associam essas questões com questões de beleza. E a beleza, que muitas pessoas entendem como belo e eu não concordo, é a pessoa magra, a pessoa forte. Cada esporte tem o seu perfil e todos nós somos belos como somos".

Entretanto, quando se aposentou, a rotina mudou e, consequentemente, seu corpo passou por uma transição por causa da idade e mudança de hábitos, o que era completamente esperado.

"No caso da ginástica, eu precisava ter um cuidado, uma dieta muito diferente da vida de uma pessoa normal, até mesmo pela quantidade de horas de treinamento, de 8h a 9h por dia, então tudo isso colaborava para eu ter um formato de corpo, que era ideal para o esporte naquela época", explicou.

Hoje, Daiane considera seu corpo normal mas, mesmo assim, as pessoas fazem comparativos com o antigo porte físico de atleta. "Com a idade que eu tenho, tenho o corpo de uma pessoa normal e realmente, as pessoas fazem esses comparativos, de 'por que você engorda?', 'por que quando era atleta tinha um corpo e hoje tem outro corpo?'".

Embora tenha uma boa relação com o corpo, a ginasta ainda é julgada, assim como várias outras atletas que se desvencilham da rotina diária do treinamento, e considera que é preciso trabalhar a mente e a segurança de si para lidar com os comentários negativos.

"Eu acho que a gente tem que estar muito bem preparado para essa transição. Muitas ginastas passam por essa transição e acontece essa mudança do corpo, que vem com a idade, que vem com essa despedida do cenário esportivo diretamente, da competição. É difícil e eu acho que a gente tem que estar com a cabeça muito boa para conseguir enfrentar".

Segundo a ginasta, as redes sociais contribuem bastante para o julgamento e cobrança de padrões estéticos, principalmente em relação às mulheres, que precisam estar "perfeitas".

"A rede social tem colaborado para essa pressão, principalmente em cima das mulheres, que é diferente para os homens. Quanto à questão estética da mulher, ter que ser perfeita. Tem que estar maquiada, magra, tem que ser forte, tem que estar magra e sem celulite, sem estrias".

Mas, para Daiane, a beleza está em todos, principalmente naqueles que se aceitam e transbordam alegria: "Todas as pessoas são bonitas e eu acho que o mais bonito é a pessoa que se aceita, aquela pessoa que se curte, que gosta de si mesmo e principalmente que é feliz e transborda essa felicidade para os outros", finalizou.

Críticas ao corpo feminino

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