ARENA PERNAMBUCO

O fim do carnaval da Copa em Pernambuco

Copa do Mundo se despede hoje da Arena PE com o jogo Costa Rica x Grécia

postado em 29/06/2014 11:08 / atualizado em 29/06/2014 11:51

Teresa Maia/DP/D.A Press
Adeus perucas coloridas, rostos pintados, trajes chamativos (os minúsculos e os mais espalhafatosos), isopores de cerveja (quente, muitas vezes), batucada no busão do BRT e “marchinhas” patrióticas entoadas a plenos pulmões. Como no carnaval, o quinto dia de festa na Arena Pernambuco tem gosto de despedida. É domingo, mas, por lá, mais parece quarta-feira de cinzas. É o quinto e último jogo da Copa no estado.

No início da noite, quando os torcedores deixarem a Arena e se encaminharem para casa ou para outras cidades-sede, será selado o fim. A duas semanas do término do Mundial, o Recife recolherá as últimas latinhas de cerveja e dará tchau ao posto de polo da folia do futebol internacional. Para a sorte de quem está curtindo acompanhar a Copa, no entanto, o jogo só acaba quando termina. O Mundial, a partir desta noite, sai do estádio, seu palco por excelência, mas continua nas residências, nos bares e na Fifa Fan Fest.

A partida da última quinta-feira entre Estados Unidos e Alemanha foi a prova de que jogo de Copa do Mundo não é “só” mais um jogo de futebol. Mesmo debaixo de um temporal, torcedores alemães, norte-americanos, brasileiros, colombianos, irlandeses, húngaros, indianos e de tantas outras nacionalidades chegaram ao estádio com o mesmo clima de festa das partidas anteriores.

Como no carnaval, não faltaram fantasias. Tinha Tio Sam, Elvis Presley, tirolês, capitão América, bandeiras humanas e homens de sunga e corpo pintado. Também não faltou cerveja, xaveco e brincadeiras. Fora do campo, norte-americanos e germânicos duelaram cantando, em clima amistoso e divertido. E as capas de chuva, no final das contas, serviram para colorir ainda mais o ambiente.

 

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Barrados no Baile, espremidos na grade

Ao contrário de Croácia x México, em Estados Unidos x Alemanha muitos torcedores enfrentaram chuva forte para tentar a sorte na frente do estádio, mas não conseguiram comprar ingressos. Com dedos levantados, os “sem-tickets” indicavam quantas entradas pretendiam comprar. Antes da bola rolar, havia quem oferecesse um bilhete por R$ 700 ou até por US$ 500 (mais de R$ 1 mil).

Muitos que não tinham (ou não queriam gastar) tanto deram um jeitinho para não ficar de fora. Mesmo sem entrada, era possível passar pela primeira barreira antes de chegar ao estádio, a do raio x, e chegar mais perto de onde a bola estava rolando. Não demorou para que um paredão de “barrados na Copa” se formasse atrás das grades que dão acesso às arquibancadas. Nas entradas de alguns setores do estádio, dava para ver, no telão, o que rolava no campo. Em outros, só havia vista para a torcida e o jeito era ler, pelas expressões e gritos dos torcedores pagantes, o que acontecia no gramado. A farra acabou junto com o primeiro tempo, quando quem não tinha ingresso foi impedido pelos seguranças de ficar por ali. Mas deu para ter um gostinho.

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Olinda em São Lourenço

Para quem observa de fora do estádio, dia de jogo pela Copa do Mundo na Arena tem semelhanças, guardadas as devidas proporções, com o início do carnaval em Olinda. Grupos e mais grupos de amigos que chegam ao local da festa a pé, cantando, sorrindo, com roupas, maquiagens e cabelos coloridos. Param para comprar uma cerveja, zoar (com bom humor) torcedores do país adversário, fazem brincadeiras com um aqui e outro ali, aproveitam para paquerar. “É muito melhor estar aqui do que em casa”, sentenciou uma comerciante credenciada para vender cerveja, refrigerante e água nas imediações da Arena que, minutos antes, havia reclamado do horário extenso de trabalho e, principalmente, do baixo percentual apurado no fim do dia - ela se queixava de só colocar no bolso R$ 0,50 dos R$ 4 cobrados por uma latinha de cerveja.

Ela, que inicialmente parecia chateada por estar ali, trabalhando muito e ganhando pouco, explicou porque gostava tanto dos dias de Copa. Mesmo sem ingresso para ver os jogos, ela se divertia com os torcedores na frente do estádio - admirava a beleza dos norte-americanos, dos alemães e dos italianos e ria das piadas e das cantadas dos mexicanos, os melhores de copo, diga-se. A comerciante não viu um gol sequer, é verdade. Mas não se sentiu fora da festa.