Simão Sabrosa: "Gostava de saber qual é a competição em que não sou dúvida..."

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Simão festeja com Liedson e Bosingwa Foto: Jose Manuel Ribeiro/Reuters

Ao primeiro dia de estágio, Simão foi à sala de imprensa. Só quer pensar em passar a primeira fase e depois colocar a final nos objectivos. A rivalidade com Nani é para o seleccionador, diz o jogador do Atlético de Madrid.

Quais são as perspectivas para este Mundial?

Temos muita ambição, e muita alegria por estar aqui. É uma competição importante para todos, até para o país.

O que vai pesar: o estatuto da selecção?

É uma oportunidade importante para o nosso trabalho, daquilo que em campo formos fazer. O objectivo será passar a fase de grupos, só a partir daí começar a sonhar e a pensar noutros voos... Estamos super ambiciosos e vamos tentar que o sonho se torne realidade.

Está cansado, depois da época desgastante no Atlético de Madrid?

Neste momento sinto-me orgulhoso de estar aqui. Sou dos jogadores que tem mais minutos nas pernas, toda a gente sabe disso e o professor [Queiroz] também sabe disso. Tenho 25 dias para recuperar a minha forma e energias, tive jogos à quarta e ao domingo, quarta e domingo... Foi uma época desgastante em todos os aspectos. No Atlético começámos mal mas terminámos bem.

Considera-se um jogador decisivo?

É preciso um nível exibicional muito elevado para ajudar a equipa. Quero dar assistências, é assim o meu jogo. Espero que possa ser importante como fui no Mundial da Alemanha.

Prefere jogar na posição 10 e no esquema 4-4-2?

Tudo depende do sistema do seleccionador. Fui muito feliz no sistema a jogar a 10, no Benfica na minha ultima época – com o Fernando Santos em que me deu total liberdade para jogar e pôr em campo o meu melhor futebol. Nessa posição sinto-me bastante confortável.

Esta época o Quique Flores também optou pelo 4-4-2, mas aí os extremos tinham a preocupação de fechar o meio-campo e poucas oportunidades de aparecer na frente. Era um trabalho defensivo, complicado, mas conseguimos êxitos. Cresci e evolui nessa posição. Vou esperar pelo professor Queiroz.

O desejo agora é repetir o Mundial de 2006?

Foi inesquecível para todos, pelo que conseguimos e pelo futebol que praticámos. Fomos eliminados pela França, nas meias-finais. Temos um grupo de qualidade também agora. A experiencia é importante – mas também temos jovens que dão outra dinâmica ao futebol e à nossa forma de jogar. Queremos dar alegrias a todos os portugueses.

É o jogador mais antigo da selecção. Este é o 11.º ano de selecção, chega com 71 jogos e pode sair com 81...

O objectivo é fazer o maior número de jogos no Mundial. Chegar aos 81 jogos seria fantástico, queria dizer que tínhamos chegado à final. E jogar uma final do Mundial seria um sonho.

Temos jogadores jovens, mas estão habituados a jogos grandes. No Mundial os jogos são completamente diferentes, mas têm a ajuda de todos. Vão chegar ao primeiro jogo super tranquilos.

Portugal é 3.º no ranking FIFA, mas não é favorito

Foi assim que conseguimos chegar longe nas últimas competições. Nunca fomos a principal aposta para muita gente, mas confiamos nas nossas qualidades. Só assim conseguimos chegar longe. Vamos ter muita pressão para chegarmos longe. Os adeptos são exigentes, mas nós também.

O terceiro lugar é importante, mas o mais importante é chegar aos oitavos-de-final e depois a partir daí, será jogo a jogo. Vamos concerteza chegar longe.

Num sistema 4-3-3, será uma luta entre Simão e Nani, que está em grande forma.

Gostava de saber qual é o campeonato ou competição em que o Simão não está em dúvida. Mas o Simão está sempre em dúvida... O Nani é um jogador fantástico e espero que possa jogar ao seu melhor nível.

Sem o Cristiano conseguimos bons resultados...
A selecção apresentou-se em baixa de forma na fase de qualificação. Concorda?

O nosso objectivo era estar no Mundial. Foi com grau de dificuldade mais elevado, mas conseguimos estar presente. Os portugueses querem sempre mais, é normal. Mas jogámos com selecções mais fortes, mais maduras com jogadores que jogam em campeonatos importantes, apesar de nome serem menores que Portugal. Só por estar aqui temos de estar contentes, é um feito importante. Vamos ter sempre responsabilidades e sob grande pressão


Sem Cristiano, a selecção conseguiu bons resultados.

O Cristiano sabe a importância que tem para nós e nós sabemos a que ele tem para o grupo. Houve jogos sem ele em que conseguimos boas exibições, somos mais fortes com ele na equipa, mas temos de ser fortes com e sem ele. Só todos juntos chegamos longe.


Esteve fora, só chegou hoje. Tem acompanhado a selecção?

Estive sempre atento desde a convocatória, mesmo quando estava a preparar a final da UEFA. Vi pela RTP-Internacional. É normal acompanhar, ler notícias e jornais através da Internet. Comecei a ter vontade de estar aqui.


O calor atrapalha? Na África vai estar Inverno...

As mudanças climáticas têm sido impressionantes. Está muito calor aqui na Covilhã. Limita-nos um pouco, a respiração e a hidratação, mas acho que não nos vai atrapalhar. Muito de nós jogamos em Espanha e em Inglaterra com temperaturas diferentes


O jogador de futebol adapta-se a tudo.


Como vê ida de Mourinho para Espanha?

Estou concentrado na selecção e não quero falar muito dos clubes.


Se o Mourinho for para o Real Madrid será difícil para todos porque é um grande treinador.


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