Copa das Confederações

Espanha 71%, Uruguai 29%

Sul-americanos praticamente não veem a bola nos mais de 90 minutos. Único chute certo a gol foi a falta batida por Suárez aos 43 do segundo tempo

Iván Franco/EFE

Iniesta errou apenas dois passes dos 90 que tentou durante o passeio espanhol na Arena Pernambuco

Números em futebol não costumam representar muita coisa, mas, no caso da Espanha, os mais de 80% de posse de bola nos primeiros 5 minutos mostravam que o Uruguai continuaria sem conhecer a Arena Pernambuco ou pelo menos não seria apresentado à bola oficial tão cedo. Parecia a disputa de um time profissional contra os peladeiros do bairro. Para ter ideia, o primeiro ataque do Uruguai só aconteceu aos 16 minutos, e sem perigo nenhum.

Enquanto isso a Espanha já chutara bola na trave, furara em cruzamento com o jogador cara a cara com o goleiro adversário… Até chegar ao gol perto dos 20 minutos numa pancada de Pedro de fora da área, que desvia em Lugano e engana o goleiro Muslera. E, depois, a partida continua sem o Uruguai conseguir trocar mais de três passes ou passar do meio de campo. Até que aos 32 minutos Fábregas dá assistência para Soldado sem marcação dentro da área, que fuzila o goleiro.

E o primeiro tempo continua como se a Espanha fizesse uma roda de bobinho, com seis, sete jogadores tocando na bola, sem o Uruguai conseguir fazer nada. Destaque para Iniesta, que comandou o time e durante toda a partida errou apenas dois passes, nos quase 90 que deu.

No segundo tempo a história parecia se repetir, embora a Espanha ficasse mais no meio de campo, sem tantas jogadas agudas. Continuava com a bola mais de 70% do tempo, tocava até aparecer alguém livre e cruzar para a área. O Uruguai tentava o contra-ataque, mas seus jogadores não tinham para quem passar e eram marcados por dois ou três. Aliás, às vezes parecia que a Espanha jogava com número maior de jogadores.

As entradas de Lodeiro e Fórlan não ajudaram muito, mesmo com o atacante do Inter tendo substituído um volante. O enredo só mudou alguma coisa aos 43 do segundo tempo quando Suárez fez gol de falta no único chute perigoso do time sul-americano nos mais de 90 minutos. A partir daí tentou um pequeno sufoco, mas nada conseguiu.

Ao final o técnico espanhol falou da queda no segundo tempo, que ocorreu por conta do cansaço e da alta temperatura de Recife. Já os jogadores do Uruguai reconheceram a superioridade do time europeu, considerado por Lugano o melhor do mundo. Ah, no final a posse de bola caiu um pouco, a Espanha ficou com a pelota “apenas” 71% do tempo.

Destaques e perebas

Na Espanha Iniesta e Fábregas formam uma das melhores duplas de meio campo que já se viu jogar. Mas o time todo toca a bola e é habilidoso. O único destaque negativo é o zagueiro Sérgio Ramos, que abusa das faltas. No Uruguai destaque apenas para Luis Suárez pela cobrança perfeita de falta e para o goleiro Muslera, sem ele seria pior. O pereba-mor foi Lugano, perdido na marcação e ainda pôs o pé que desviou a bola no primeiro gol espanhol, mas ninguém jogou realmente bem.

Espanha 2 x 1 Uruguai

Uruguai

Muslera, Maxi Pereira, Lugano, Godín e Cáceres; Pérez (Fórlan), Gargano (Lodeiro), Gastón Ramírez (Álvaro Gonzáles) e Cristian Rodríguez; Suárez e Cavani.

Espanha

Casillas, Arbeloa, Piqué, Sérgio Ramos, Jordi Alba, Xavi, Busquets, Iniesta (Javi Martínes), Fábregas (Cazorla), Pedro (Mata), Soldado.

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