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Brasil/Copa

Portugal mantém esperança e descarta "acordo" entre Alemanha e EUA

Em situação "extremamente difícil" no grupo F, a seleção portuguesa treinou no início da tarde desta quarta-feira (25) no estádio Mané Garrincha, onde irá enfrentar Gana pela última rodada da fase de grupos. Além de ter de vencer a equipe africana por uma grande diferença de gols, a seleção comandada por Paulo Bento depende de uma vitória da Alemanha contra os Estados Unidos. Os portugueses não acreditam haver qualquer tipo de acordo entre as duas líderes da chave para se classificarem.

Cristiano Ronaldo (à frente) e Nani participam de treino no Mané Garrincha, em Brasília.
Cristiano Ronaldo (à frente) e Nani participam de treino no Mané Garrincha, em Brasília. Reuters
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Elcio Ramalho, enviado especial à Brasília

Na mesma situação, com um ponto cada uma, as seleções de Portugal e Gana alimentam esperanças remotas de passar à próxima fase da competição. "Para a gente é possível. É difícil, mas temos que lutar. É nosso lema, lutar, e isso vamos fazer até o final, com as dificuldades que temos, mas vamos tentar", afirmou o zagueiro Pepe durante a entrevista coletiva antes da equipe entrar no gramado para o treino.

Suspendido por um jogo pela Fifa, após a expulsão contra a Alemanha no jogo de abertura, quando Portugal foi goleado por 4 a 0, o zagueiro poderá voltar à equipe contra Gana, mas sua escalação ainda é incerta. "Não sou eu quem me escala, é o ‘mister’ quem decide", disse Pepe, ao lado do treinador Paulo Bento.

Questionado sobre um eventual "acordo" entre Alemanha e Estados Unidos, já que um empate classifica as duas seleções e elimina automaticamente Portugal e Gana, o zagueiro respondeu: "Acho que nós somos todos profissionais de futebol.Temos de respeitar essa magia que é o futebol. E nem sequer passa pela nossa cabeça que isso possa acontecer".

O treinador também refutou a possibilidade de que alemães e americanos tenham feito qualquer tipo de compromisso. "Não acredito. No futebol não deve haver. O que deve haver é respeito, dignidade, trabalho”, afirmou.

“A Alemanha e os Estados Unidos têm outro jogo a fazer. E nós temos que jogar e vencer o nosso. É isso que vamos tentar”, disse. E acrescentou: “O que me habituei a fazer ao longo de 25 anos de futebol e nos 45 anos que tenho de vida foi respeitar os outros, para que os outros me respeitassem. Oxalá todos pensassem assim, e o mundo e o futebol seriam muito melhores".

Técnico descarta demissão

Sem dar indicações da equipe que pretende colocar em campo contra Gana, o treinador português apenas garantiu que estuda a melhor estratégica para enfrentar uma equipe que também vem motivada para vencer. Paulo Bento recusou-se a comentar os problemas envolvendo os jogadores ganeses, que chegaram a ameaçar fazer greve e não treinaram ontem para exigir receber os prêmios previstos pela participação deles no Mundial.

"A equipe também tem o objetivo de se classificar e essa é sua maior motivação", disse o treinador. "Nós devemos acreditar nas poucas possibilidades que temos e ter um pensamento: escolher a melhor estratégia para ganhar o jogo de amanhã contra uma equipe que é tecnicamente evoluída", afirmou Bento. Ele ainda elogiou a condição física e a agressividade "extremamente elevadas" de Gana e considera a equipe perigosa, principalmente nos contra-ataques.

O treinador de Portugal, Paulo Bento.
O treinador de Portugal, Paulo Bento. Foto: Reuters

Apesar da tarefa "complicada", como ele mesmo definiu, Paulo Bento chegou a bater boca e se irritou com jornalistas portugueses que questionaram seu futuro à frente da seleção. "A confiança que tenho da pessoas, do staff da federação e de seu presidente não é de agora. Vem de muito tempo", explicou.

Ele lembrou ter feito, em abril, um acordo com a federação portuguesa de futebol para um trabalho de longo prazo, com vistas também à Eurocopa de 2016, a ser disputada na França. "Aconteça o que acontecer no jogo de amanhã, eu não me demito do cargo de treinador da seleção nacional", garantiu.

O técnico também chamou para si a responsabilidade pelo desempenho de Portugal na Copa. "O único responsável sobre o que está a passar na seleção nacional e os resultados sou eu", afirmou.

Pepe está preparado para fim de carreia

O zagueiro Pepe, brasileiro naturalizado português, evitou falar de seu futuro com a seleção de Portugal após a Copa do Mundo. Aos 31 anos, ele foi questionado se estaria disputando seu último Mundial. "Sobre a minha decisão de deixar a seleção, não vou mandar cartas, como alguns já o fizeram. Quando o presidente decidir que não tenho mais condições de dar um contributo para a seleção, quando isso acontecer, vou estar preparado para deixar a seleção e a carreira", avisou.

Nascido em Alagoas, Pepe se esquivou da pergunta se vai torcer pelo Brasil caso a seleção portuguesa seja eliminada. E voltou a falar de seu orgulho em defender sua segunda pátria.

"Tem um grupo que me apoia, muitos portugueses me apoiam e isso me faz ter força para superar as dificuldades que encontro no meu caminho. Vou tentar jogar com meu coração para ajudar o meu país. Eu me sinto um português, é bem claro na minha cabeça", insistiu. “Para mim, cada jogo com a seleção portuguesa é especial. Foi isso que me fez chegar à seleção. Vou ser grato pelo resto da vida. Sinto-me feliz por estar em Portugal. Devo muito a esse país”, resumiu.

 

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