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Gênios, Messi e CR7 são 'comuns' em Copas

Craques argentino e português não colecionam bons números em Mundiais da Fifa

postado em 28/05/2014 08:00 / atualizado em 12/10/2014 14:21

Thiago Madureira /Superesportes , Arthur Sala Minoves /Superesportes

SORAIA PIVA

A Copa no Brasil será um desafio para os dois melhores jogadores do mundo. Tanto Cristiano Ronaldo quanto Messi foram ofuscados nos dois Mundiais que participaram - na Alemanha, em 2006, e na África do Sul, em 2010. Juntos, os craques de Portugal e Argentina marcaram apenas três gols em 18 jogos nas duas edições do torneio. De quebra, viram suas seleções naufragarem.

Para escrever uma história distinta neste ano, ambos precisam ser mais efetivos. Donos de estatísticas recordes em Real Madrid e Barcelona, CR7 e La Pulga, por outro lado, apresentaram números discretos no torneio organizado pela Fifa.

REUTERS/Paul Hanna
O craque português participou de 10 jogos (atuou por 844 minutos), com quatro vitórias, três empates e três derrotas. Ele balançou as redes duas vezes e foi autor de uma assistência. Na Copa de 2006, foi titular da equipe comandada por Felipão, que alcançou o quarto lugar. Quatro anos depois, na África do Sul, a queda veio nas oitavas de final, para a Espanha.

As críticas pelas eliminações caíram, sobretudo, na conta do fraco ataque português. CR7, claro, foi um dos mais questionados. Em 2006, os europeus marcaram cinco gols em sete jogos (1 x 0 Angola, 2 x 0 Irã, 1 x 0 Holanda, 0 x 0 Inglaterra, 0 x 1 França e 1 x 3 Alemanha). O desempenho ofensivo foi pior em 2010: das quatro partidas disputadas, em apenas uma - contra a fraquíssima Coreia do Norte - as bolas entraram (0 x 0 Costa do Marfim, 7 x 0 Coreia do Norte, 0 x 0 Brasil, 0 x 1 Espanha).

Agora, o momento do craque do Real Madrid inspira mais confiança. Isso porque além de ser decisivo no clube merengue - acabou de conquistar a Liga dos Campeões e se tornou o maior artilheiro em uma única edição do torneio, com 17 gols -, Ronaldo também mostrou a mesma performance com a camisa vermelha.

Na dramática classificação na repescagem das Eliminatórias Europeias, depois de ficar em segundo do Grupo F, a equipe do técnico Paulo Bento, com muitas dificuldades, venceu os dois jogos contra a Suécia: 1 a 0, em Lisboa, e 3 a 2, em Estocolmo. Todos os gols portugueses foram marcados pelo camisa 7. Somadas as duas fases classificatórias, o atacante assinalou 8 tentos, ficando atrás de Van Persie, com 11 e Edin Dzeko, com 10, no ranking de artilheiros.

Em comparação, Messi jogou por menos tempo, mas foi tão pouco preponderante quanto CR7. O craque de Rosário entrou em campo em oito jogos de Copas do Mundo (571 minutos). Foram seis vitórias, um empate e uma derrota. De lembrança, um único gol, contra Sérvia e Montenegro, em 2006, na goleada argentina, por 6 a 0.

REUTERS/Ina Fassbender
Em 2006, o então garoto de 18 anos não foi titular do técnico José Pekerman, atual comandante da Colômbia. Entrou no segundo tempo, contra Sérvia e Montenegro e México. Apenas contra a Holanda começou entre os 11. Contudo, nas quartas de final, diante da Alemanha, quando os hermanos foram eliminados, Messi nem sequer entrou em campo.

Na África do Sul, La Pulga foi titular absoluto da seleção dirigida por Maradona. Embora tenha feito boas apresentações, não marcou nenhum gol, mas foi autor de três assistências – contra México, Grécia e Coreia do Sul.

Em uma seleção menos heterogênea e com parceiros à altura no ataque (Di Maria, Aguero e Higuaín), Messi tem mais possibilidades de brilhar no Brasil. Para isso, terá que superar o momento de baixa que viveu no Barcelona. O camisa 10 sofreu com lesões e não foi tão decisivo como de constume.

Por fim, vale ressaltar que Messi e Cristiano Ronaldo, embora 'comuns' em Copas, conseguiram estender a boa fase também para suas respectivas seleções. O camisa 10 do Barcelona já possui, inclusive, mais gols que Diego Maradona pela Argentina. Com 37 tentos anotados na equipe principal, La Pulga é o segundo maior artilheiro da história da Albiceleste, atrás apenas de Gabriel Batistuta, com 56. Já Ronaldo se tornou o jogador que mais balançou as redes pela Seleção Portuguesa, superando Eusébio e Pauleta. O atacante do Real Madrid já anotou 49 tentos.

 

Prêmios e recordes nos clubes

Nos clubes, Messi e Cristiano Ronaldo são soberanos. Os dois foram os principais vencedores das últimas seis edições da Bola de Ouro. Atual detentor do prêmio, o português também recebeu a honraria em 2008, mas foi testemunha da hegemonia do argentino nos anos seguintes. Com quatro conquistas seguidas, La Pulga é o maior vencedor da história da premiação.

A dupla também monopolizou o prêmio da Chuteira de Ouro, dedicado ao jogador que mais gols anotou nos campeonatos nacionais da UEFA. Ambos possuem três honrarias, que foi dividida por Cristiano Ronaldo e Luis Suárez nesta temporada – os dois marcaram 31 tentos nos Campeonatos Espanhol e Inglês, respectivamente. Entretanto, vale ressaltar que, desde quando foi criado, na temporada 1967/1968, ninguém recebeu o prêmio ao balançar as redes mais vezes que Messi em 2011/2012; foram 50 gols assinalados.

Na temporada, o rendimento de Ronaldo diante da meta adversária é superior ao de Messi. O português fez 51 gols em 47 partidas, contra 41 tentos em 46 jogos do argentino. Vítima de uma série de lesões em 2013, o camisa 10 leva vantagem diante do atacante do Real em 2014. No ano, o argentino entrou em campo 30 vezes e balançou as redes em 27 oportunidades; já o português comemorou 24 gols em 26 partidas.

Na Liga dos Campeões, Messi viu um de seus recordes ser demolido por Cristiano Ronaldo. Na final contra o Atlético de Madrid, o atacante do Real anotou seu 17º gol na competição durante a temporada. Assim, o português ampliou o recorde de maior número de gols marcados em uma única edição do torneio. Feito que pertencia ao argentino, que balançou as redes 14 vezes em 2011/2012.

Além disso, Ronaldo encostou em Messi na disputa para se tornar o maior artilheiro da história da Liga. Com 67 tentos, ambos estão atrás apenas de Raul, ex-Real Madrid, com 71 gols marcados. Entretanto, vale ressaltar que o argentino jogou menos partidas que o português; 86 contra 102 e que, apesar dos avanços do Gajo em relação a La Pulga, Messi ainda detém os recordes: de maior número de artilharias (4 vezes; seguidas, inclusive) e mais gols marcados em apenas um jogo da Liga dos Campeões (cinco diante do Bayer Leverkusen); além da maior quantidade de tentos em um ano: 91 em 2012.

Reprodução-REUTERS/Mario Valdez-AFP PHOTO/ PETER MUHLY

 

 

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