Polêmicas dentro e fora de campo marcam Copa de 2014; veja
Conhecida como “Copa das Copas”, a edição de 2014 do Mundial deu o que falar. Foram muitos gols, recordes quebrados, defesas espetaculares, zebras, comemorações e decepções nesse mês em que o evento foi realizado no Brasil. Apesar da nova tecnologia na linha do gol, outros lances e jogadas duvidosas surgiram durante os 64 jogos do torneio. E não só dentro de campo. A Copa do Mundo também teve muita polêmica fora das quatro linhas. O Terra listou para você as mais marcantes da competição.
Confira as polêmicas da Copa do Mundo de 2014:
Fora de campo:
Um dos momentos mais esperados da abertura da Copa do Mundo era o pontapé inicial de um jovem paraplégico que estava em um aparelho criado por um projeto científico do brasileiro Miguel Nicolelis. O gesto não estava citado no programa prévio da cerimônia divulgado pela Fifa à imprensa, e houve críticas no Twitter por parte de torcedores à Globo por terem perdido o chute na bola. Outra questão contestada nas redes sociais é que o jovem fez o chute na parte lateral do campo.
Além disso, o show não agradou à imprensa internacional. As principais reclamações foram sobre o tempo de duração e boa parte das arquibancadas vazias. Alguns classificaram a cerimônia como "clandestina" e que o espetáculo teria sido feito pensando apenas na transmissão da televisão. Os espanhóis ainda ressaltaram que o evento teve apenas 25 minutos e que "felizmente, a festa acabou rápido e as arquibancadas começaram encher". Leia Mais.
Onde está Fuleco?
Mascote da Copa no Brasil, o tatu-bola Fuleco não deu as caras na abertura do evento e muito menos nas partidas da competição. Sem uma explicação oficial, versões foram criadas para explicar a ausência da mascote. Segundo teorias criadas, a mais forte é de que a Fifa prometeu ajudar a proteger o animal que está em extinção. Porém, após um ano e meio, a entidade máxima do futebol não conseguiu entrar em acordo com a Associação Caatinga, organização não-governamental que propôs o tatu-bola como mascote da Copa, e acabou deixando o animal de lado. Por conta das inúmeras críticas recebidas durante a competição, a mascote acabou aparecendo apenas na cerimônia de encerramento. Leia Mais.
O técnico Luiz Felipe Scolari foi um dos mais criticados após a eliminação do Brasil para a Alemanha na derrota por 7 a 1 no Mineirão, sendo que quatro gols foram feitos em apenas 10 minutos.
Felipão usou os termos "pane" e “apagão" para explicar o vexame na semifinal. A desculpa, no entanto, não foi comprada pelos brasileiros. Ainda mais após a derrota por 3 a 0 para a Holanda na disputa de terceiro lugar.
Um dos grandes críticos dessa "desculpa" foi Galvão Bueno. O narrador pegou no pé principalmente das declarações de Luiz Felipe Scolari ao longo da semana, que insistiu no "apagão de seis minutos" contra os alemães. "Que não entre para a história que a Copa de 2014 teve apenas um apagão de seis minutos", falou o narrador.
"Essa exibição de hoje (contra Holanda), mesmo povoando o meio-campo, deixa claro que não foi um apagão de seis minutos. O problema vem de um todo, de um time que não funcionou, um trabalho que não vingou. Então, a tese dos seis minutos do apagão não pode explicar a participação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo”, criticou. Leia Mais.
A campanha de Gana no Mundial ficou manchada por uma disputa sobre o pagamento, o que prejudicou os preparativos para a última partida da seleção pelo Grupo G e levou os meias Kevin-Prince Boateng e Sulley Muntari a serem suspensos devido a conflitos internos.
O governo do país enviou um avião com mais de 3 milhões de dólares (R$ 6,6 milhões) em dinheiro para cumprir a exigência dos jogadores da seleção nacional, na véspera da partida contra Portugal, em que uma vitória os classificaria para as oitavas de final.
A atitude gerou um mal estar com a Fifa, que disse que o fato não deve nunca mais se repetir. "O que temos que fazer em futuras Copas do Mundo é garantir um acordo entre os jogadores e as associações nacionais para o pagamento de bônus antes do torneio. É triste que tenham terminado assim, falando em greve ao invés de jogar. Também é triste que o valor tenha vindo em dinheiro", disse Valcke. Leia Mais.
Operação “Jules Rimet”
A Polícia Civil desarticulou um dos maiores esquemas envolvendo uma Copa do Mundo. A operação "Jules Rimet" enquadrou a quadrilha que praticava o desvio e cambismo de ingressos do Mundial de 2014. O esquema poderia chegar ao faturamento estimado de R$ 200 milhões somente nesta edição do torneio.
A central da quadrilha funcionava num apartamento alugado, na Barra da Tijuca, junto ao ex-jogador da Seleção Brasileira Júnior Baiano. Foi lá que acabou preso o argelino Mohamoud Lamine Fofana, tido como um dos chefes do bando.
Raymond Whelan, CEO da Match, empresa associada à Fifa e que trabalha com venda de pacotes e até reserva de hotéis para a entidade no Brasil, também foi preso. Ele foi detido no luxuoso hotel Copacabana Palace. De acordo com investigações da polícia, Raymond Whelan será indiciado como fornecedor de ingressos para o argelino Lamine Fofana. Desde 20 de junho, houve cerca de 900 ligações de Whelan a Fofana. Nas gravações, ingressos para a final eram negociados por US$ 14 mil. Leia Mais.
A atriz Danielle Winits provocou polêmica entre os fotógrafos no Estádio do Mineirão, antes do duelo entre Alemanha e Brasil, pelas semifinais da Copa do Mundo de 2014. A presença da global irritou parte dos profissionais pela sensação de "qualquer um poder entrar".
A Fifa afirmou que não se tratava de um ato de desrespeito aos fotógrafos por se tratar de uma ação promocional de um seus patrocinadores que teve a duração de apenas 15 minutos.
“É um programa de ativação realizado por um dos nossos patrocinadores. Ela esteve apenas no aquecimento por 15 minutos. Depois disso, apenas fotógrafos credenciados puderam seguir”, disse Delia Fischer, diretora de comunicação da Fifa. Leia Mais.
A imagem de uma torcedora de pé diante de sua cadeira de rodas assistindo à partida do Brasil contra o México no Castelão, em Fortaleza, gerou nas redes sociais uma indignação que ficou conhecida como “milagre da Copa”: pessoas estariam se aproveitando dos ingressos para deficientes para poder acompanhar o Mundial.
De acordo com o COL, as fotos foram tiradas em jogos do Campeonato Brasileiro. No entanto, na foto que liderou a polêmica as pessoas vestem as cores do Brasil. O estádio em que a cena se passa condiz com o Castelão.
Há muitas variáveis a serem consideradas no caso. Entre elas, por exemplo, o fato de que o que determina o grau de deficiência é a severidade da lesão nas pernas ou na coluna. A Fifa exige provas da deficiência para vender os ingressos especiais.
De acordo com a entidade, é necessário mostrar documentos que comprovem a deficiência no ato da retirada do ingresso e na entrada nas arenas da Copa do Mundo. Serve como comprovante um certificado médico assinado, incluindo o CRM (registro do Conselho Regional de Medicina), o “Passe Livre” que dá direito a deficientes a usar o sistema de transporte público de graça ou o comprovante de pensão e aposentadoria por invalidez. Leia Mais.
Muita polêmica se criou após o colombiano Zuñiga acertar uma joelhada nas costas de Neymar e tirar o brasileiro da Copa do Mundo. No momento do lance, o árbitro espanhol não assinalou falta (deu vantagem para o Brasil) e sequer mostrou cartão amarelo ao lateral-direito, o que gerou revolta de Felipão.
"Todo mundo sabe que o Neymar vai ser caçado em campo. Estou alertando sobre isso há três jogos e ninguém toma providências. Hoje, Thiago Silva foi advertido por passar na frente do goleiro e na jogada em que Neymar foi atingido nem cartão teve", reclamou.
Brasileiros irritados com a jogada, perseguiram o lateral colombiano nas redes sociais. A mãe do jogador, a filha e até o cachorro dele foram xingados nos comentários de fotos.
Hulk marca, mas juiz anula o gol e alega toque no braço
Aos 9min do segundo tempo do duelo entre Brasil e Chile, pelas oitavas de final, Hulk dominou no peito e fuzilou de pé esquerdo no cantinho no goleiro Bravo. O árbitro Howard Webb, entretanto, virou protagonista. Alegou que o camisa 7 usou o braço para ajeitar a bola e anulou o gol brasileiro. Ainda por cima, deu cartão amarelo para Hulk. O atacante esticou o braço direito, mas pareceu ter tocado a bola com o ombro. Mesmo após diversos ângulos de repetição, porém, é quase impossível que haja o consenso se houve ou não falta. Webb optou por assinalá-la.
Aos 14min do segundo tempo da partida entre Itália e Uruguai, pela última rodada da fase de grupos, Marchisio levantou o pé direito e foi para a dividida com a sola muito alta em cima de Arévalo Rios. Deixou as travas de sua chuteira perto do joelho do uruguaio, que rolou praticamente aos pés da arbitragem. Muito perto do lance, o mexicano Marco Rodriguez não titubeou. Colocou a mão no bolso do calção, sacou o cartão vermelho e expulsou Marchisio da partida. Os italianos se revoltaram. Achando a pena desproporcional, cercaram o árbitro e reclamaram com força. A Itália acabou perdendo a partida e foi eliminada da Copa do Mundo. A comissão técnica dos italianos não perdoou o árbitro e o apontou como o grande vilão da eliminação.
Dzeko tem gol mal anulado e Bósnia deixa Copa
O árbitro Peter O Leary, da Nova Zelândia, auxiliado por Mark Rule, cometeu grave erro logo no primeiro tempo da partida entre Bósnia e Nigéira, em Cuiabá. Aos 21min, ainda com o 0 a 0 no placar, Misimovic acertou linda enfiada de bola para Dzeko que só tocou para o fundo das redes. O gol foi anulado pelo bandeirinha, que, atrasado, ergueu o seu instrumento de trabalho. O atacante bósnio, porém, estava pelo menos meio metro atrás do nigeriano Ruben Gabriel, último homem da linha de defesa africana. A partida acabou 1 a 0 para Nigéria e o resultado eliminou precocemente a Bósnia da Copa do Mundo.
Depois de levantamento na área, Suárez e Chiellini se enroscaram, e o uruguaio não titubeou: saltou na direção do rival e acertou-lhe uma mordida no ombro esquerdo. O defensor italiano urrou de dores e, ao cair no chão, largou o cotovelo no rosto atacante. O árbitro Marco Rodriguez, conhecido como Drácula por causa de seu penteado, não viu e nem apitou nada. Novamente, foi rodeado por italianos, que agora apontavam para a marca da dentada do atacante no ombro do zagueiro. Suárez não foi expulso.
Após a partida, o atacante uruguaio foi severamente criticado na imprensa mundial e acabou punido com uma suspensão de nove jogos pela seleção, o que o tirou do Mundial, e proibido de participar de qualquer atividade do futebol por quatro meses.
Pênalti não marcado para Irã contra Argentina
Após lindo lançamento do meio de campo, Dejagah aproveitou desatenção de Pablo Zabaleta, antecipou-se ao defensor argentino dentro da área e colocou a bola na frente para finalizar. Só não conseguiu porque o lateral, atrasado na jogada, acertou-lhe um pontapé constrangedor. A inegável penalidade não foi marcada por Milorad Mazic, que mandou o jogo seguir e quase foi agredido pelos revoltados iranianos dentro de campo. No fim, a Argentina venceu por 1 a 0 com gol de Messi no último minuto.
Aos 23min do segundo tempo da partida entre Croácia e Brasil, momento em que o duelo caminhava para um domínio croata, Fred recebeu cruzamento rasteiro de Oscar dentro da área. De costas para o gol, o atacante dominou e, sem chances de finalização, esperou o mínimo contato do zagueiro Dejan Lovren – que apenas tocou o seu ombro com o braço esquerdo - para despencar no chão e pedir a penalidade. Que foi confirmada pelo árbitro asiático Yuichi Nishimura. Neymar converteu a cobrança, e o Brasil saiu do sufoco, dentro de casa, antes de ainda buscar o terceiro gol com Oscar no último minuto. O lance teve repercussão mundial e fez a CBF gravar um vídeo com Fred explicando o lance e tentando provar a existência da infração cometida.
O goleiro Cillessen foi titular nos cinco jogos da Holanda e havia feito uma grande defesa nos minutos finais da prorrogação contra a Costa Rica, pelas quartas de final, mas foi surpreendentemente substituído na hora dos pênaltis. Cillessen saiu contrariado, mas viu o reserva Krul entrar e defender duas cobranças, botando a Holanda na semi. O mais curioso da história é que Krul sabia há tempos que entraria em uma eventual decisão por penalidades, mas Cillessen não – Van Gaal proibiu o reserva de contar ao titular. Segundo o técnico, o goleiro titular podia se desconcentrar caso soubesse da decisão antes dela acontecer.
Mexicano tem dois gols mal anulados em uma só partida
Aos 10min do primeiro tempo, quando o placar apontava igualdade sem gols entre México e Camarões, na primeira rodada da Copa, Herrera cruzou para o atacante Giovani dos Santos. Livre dentro da área, ele chutou de pé canhoto, mandou para o fundo das redes do goleiro Itandje e saiu para comemorar. A celebração, porém, foi interrompida pela bandeira do auxiliar colombiano Humberto Clavijo, que foi erguida para assinalar impedimento. O mexicano, entretanto, estava na mesma linha do zagueiro camaronês Chedjou.
Após 19 minutos, o camisa 10 voltou a celebrar precocemente. Miguel Layún cobrou escanteio, a bola sofreu leve desvio na primeira trave e encontrou a cabeça do atacante, que novamente cutucou para o fundo do gol. Giovani abriu os braços para enfim comemorar, mas eles imediatamente foram à cabeça em sinal de lamentação. Humberto Clavijo erguera a bandeira mais uma vez, anulando o tento mexicano. Após o desvio, o atacante não estava à frente da zaga africana. Mesmo se estivesse, o toque camaronês na primeira trave impossibilitaria a marcação do impedimento.
