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Pool da Copa: 'Adnan Januzaj, coringa canhoto da seleção belga'

Guillaume Gautier, jornalista da Revista Sport/Foot da Bélgica, analisa a posição do meia Januzaj no time de Roberto Martinez e como o jogador pode fazer a diferença na Copa

17 jun 2018 - 09h26
(atualizado em 21/6/2018 às 11h41)
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Esta é a história de um canhoto maravilhoso, nascido em um país sem tradição no assunto. De uma raridade que abre as portas para um segundo Mundial consecutivo depois de anos vagando. Talento excepcional chamado Adnan Januzaj.

Divulgação
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Foto: Lance!

'Sempre fui driblador ", confessou Januzaj na imprensa espanhola ao fazer uma primeira avaliação de sua estreia pela Real Sociedade. Nas estatísicas belgas da temporada, o bruxelense termina empatado com Mousa Dembélé em número de dribles, 2,4 por jogo. Muito atrás de Eden Hazard e seus números estratosféricos (4.9), mas com uma vantagem razoável sobre o resto da competição.

Na Liga Europa, Januzaj finalizou com a melhor média da competição e seus 5,3 dribles por partida o colocam bem à frente de Nabil Fekir, Naby Keita ou Gelson Martins, e tal facilidade com a bola obviamente não deixa ninguém indiferente.

É como se o prodígio de Neerpede, que saiu muito cedo do país para decolar no Manchester United pós-Alex Ferguson, finalmente tenha encontrado o prazer de jogar. Nos Red Devils, ele acabou perdendo seu futebol em meio às ordens inflexíveis de Louis van Gaal.

- Um meia-atacante precisa de confiança, de um técnico que lhe diga para ir e driblar. Com ele, sempre foi um jogo de lentidão. Para um jogador, pensando demais em campo, nunca é bom. Você precisa de instinto em seu jogo - afirmou na época ao Daily Mail.

"Meu trabalho é fazer com que as coisas aconteçam", esboça Januzaj na auto-avaliação de um homem perfeitamente consciente de sua missão e das qualidades que acumulou durante seus anos em Bruxelas. O sucesso do Anderlecht apresenta uma série de talentos que o tornam um jogador formidável no futebol do século 21: um controle de bola fora do comum, que coloca a bola no pé esquerdo, facilidade para combinar em espaços pequenos e um gancho curto devastador, capaz de enviar um defensor do Barça para o chão. Tudo de cabeça erguida, postura quase lógica para um jogador que não esconde sua admiração por Roger Federer. Adnan fala do suíço como um jogador de tênis com "classe, técnico, que sempre sabe qual é a melhor maneira de bater a bola." Januzaj joga sem uma raquete, mas sua habilidade é digno da grama de Wimbledon.

Frequentemente associado a Álvaro Odriozola, o promissor lateral-direito espanhol, Januzaj aterroriza as defesas da Liga nas últimas partidas da temporada. Ao se tornar regular e decisivo, o belga apaga as principais falhas do seu futebol, muitas vezes mais impressionantes para os olhos do que o placar. Não é preciso muito mais para que Roberto Martinez lhe ofereça a segunda Copa do Mundo de sua carreira, mesmo sem jogar nem um minuto nas Eliminatórias para a Copa do Mundo.

Perto do gol, Januzaj pode mostrar seu futebol digno de brasileiro. Roberto Martinez testou o jogo do belga e descobriu que nas cinco principais ligas europeias, são onze para tentar mais de dois dribles por jogo. O técnico multiplica os dribladores em torno da área adversária, sabendo muito bem que uma disputa de jogo quase sempre acabará se transformando em vantagem.

Dessa forma, Januzaj tem a aparência do coringa perfeito. Com seu controle fora do comum para ganhar espaço ao receber a bola entre as linhas, seu impulso e seu visual, o ponta da Real Sociedad está pronto para sair do banco e virar de ponta cabeça qualquer defesa adversária.

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