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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Destaque na Copa, meia marroquino é rebaixado para time B na volta ao clube

Selim Amallah participou de todos os 7 jogos de Marrocos na Copa do Mundo - Getty Images
Selim Amallah participou de todos os 7 jogos de Marrocos na Copa do Mundo Imagem: Getty Images

31/12/2022 04h00

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Integrante da seleção de Marrocos que fez história na Copa do Mundo do Qatar-2022, o meia Selim Amallah imaginou que seria recebido com toda pompa no retorno ao Standard de Liège, clube belga que defende há duas temporadas e meia.

Mas, no retorno do descanso de dez dias recebido para se recuperar do Mundial e voltar com toda carga para a disputa da segunda metade das competições de 2022/23, o jogador de 26 anos foi surpreendido com uma notícia nada agradável.

Amallah foi proibido de treinar junto com seus companheiros de time. O motivo: a diretoria do Standard resolveu rebaixá-lo para a equipe B do clube.

A decisão não foi técnica, mas sim uma escolha feita pela alta cúpula belga pensando nos interesses econômicos da agremiação.

A ideia do Standard com o rebaixamento do marroquino (e de outros dois integrantes do elenco que não estiveram no Mundial) é obrigá-lo a assinar um novo contrato com o time ou aceitar ser negociado já na janela de transferências de janeiro.

O vínculo de Amallah com a equipe belga termina no fim de junho. Ou seja, a partir da virada do mês, ele estará apto a assinar um pré-contrato com outro time para a próxima temporada. Caso essa opção seja exercida, a saída do jogador não renderá sequer um centavo para os seus atuais empregadores.

"Não vamos fazer o trabalho para as outras equipes. Não vamos contribuir para aumentar o valor de mercado de jogadores que, depois, vão sair de graça", explicou o CEO do Standard, Pierre Locht, em entrevista ao jornal holandês "Het Laatste Niews".

De acordo com o "The Athletic", há pelo menos quatro clubes de centros importantes da Europa interessados na contratação de Amallah: dois da Inglaterra (Burnley e Nottingham Forest) e dois da Espanha (Almería e Valencia).

Por causa do pouco tempo restante de contrato, os belgas estariam dispostos a liberar o marroquino mediante o pagamento de pelo menos 4,5 milhões de euros (R$ 25 milhões), valor inferior ao seu preço estimado pelo site "Transfermarkt", especializado na cobertura do Mercado da Bola, que é de 6,5 milhões de euros (R$ 36 milhões).

Antes da Copa e do rebaixamento para o time B, Amallah era titular absoluto do Standard e um dos principais jogadores do time: mesmo sendo meio-campista, marcou quatro gols nas primeiras dez rodadas do Campeonato Belga.

No Mundial, ele esteve em campo em todas as sete partidas de Marrocos. Na maioria delas (cinco), começou jogando. Apenas no último jogo da fase de grupos (contra o Canadá) e na disputa do terceiro lugar (frente a Croácia), ele ficou como opção para o segundo tempo.

A quarta colocação da equipe comandada por Walid Regragui no Qatar-2022 foi a melhor campanha da história das seleções africanas em Mundiais. Antes do feito marroquino, nenhum time do continente havia conseguido ir além das quartas de final.

A Copa-2026, organizada em parceria por Estados Unidos, Canadá e México, será a maior da história das competições da Fifa e contará com a presença de 48 seleções (16 a mais que no formato encerrado no Qatar-2022).

A África será uma das maiores beneficiadas pela mudança e verá seu número de representantes saltar de cinco para nove equipes (com possibilidade de uma décima classificada, dependendo dos resultados da repescagem mundial).