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Eliminada, Polônia sofre castigo após jeitinho para ser cabeça de chave

Lewandowski [9], principal jogador da Polônia, lamenta derrota para a Colômbia - Sergio Perez/Reuters
Lewandowski [9], principal jogador da Polônia, lamenta derrota para a Colômbia
Imagem: Sergio Perez/Reuters

Do UOL, em São Paulo

24/06/2018 17h15

Do fim da Eurocopa, em julho de 2016, até o encerramento das Eliminatórias, em outubro de 2017, a Polônia disputou apenas um amistoso, 1 a 1 contra a Eslovênia. No mesmo período, a Inglaterra, por exemplo, jogou cinco vezes. A estratégia polonesa tinha um objetivo: usar os critérios do ranking da Fifa para ser cabeça de chave da Copa. Avaliavam os dirigentes que, como uma das oito equipes do pote 1, teriam adversários mais fracos pela frente e maior facilidade para avançar às oitavas de final.

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O "jeitinho" polonês deu certo. O Grupo H realmente é um dos mais fracos da Copa, o único a não ter uma seleção campeã mundial. Para completar o plano, porém, a Polônia teria de enfrentar mais um obstáculo: o seu próprio futebol. Depois de duas partidas disputadas, a equipe liderada pelo atacante Robert Lewandowski é a única que não tem mais chance de classificação na chave, após derrotas para o Senegal (2 a 1) e para a Colômbia (3 a 0).

O plano polonês usou como base um estudo de Eduard Ranghiuc. Foi o estatístico romeno quem notou que o valor dos amistosos para o coeficiente calculado pela Fifa era irrisório ou até negativo para as seleções, mesmo em casos de vitórias. Mesmo que a Inglaterra tivesse vencido a Alemanha duas vezes, Espanha, França e Brasil, ainda assim não teria conseguido superar a Polônia no ranking.

Segundo a Fifa, a "lógica básica por trás dos cálculos é simples: qualquer time que for bem no futebol mundial vai ganhar pontos que permitam que ele suba no ranking". A pontuação é determinada pela média de pontos ganhos em partidas durante os últimos 12 meses e a média ganha em jogos há mais de 12 meses, somando resultados dos quatro anos anteriores.

Cada partida recebe uma pontuação depois de uma conta de multiplicação que leva em conta o resultado (3 pontos para vitória, 1 para empate, 0 para derrota; disputa de pênaltis dá 2 ao vencedor e 1 para o perdedor), a importância da partida (amistoso é igual a um, enquanto jogo de eliminatórias é 2,5), a força do adversário (entre 50 e 200, dependendo da posição no ranking da Fifa mais recente) e a força da confederação.

Segundo este cálculo, a Polônia chegou a outubro, mês em que garantiu a classificação à Copa do Mundo, na sexta posição do ranking. Por esse motivo, entrou como cabeça de chave no Mundial - os sete primeiros e mais a Rússia, país-sede, ficaram no pote 1.

No período em que evitou amistosos, os poloneses fizeram mais pontos ao vencer o Cazaquistão (705,38) pelas Eliminatórias do que o Brasil por derrotar a Argentina em um amistoso (597).

A polêmica provocada pelo ranking e a consequente definição dos cabeças de chave levaram a Fifa a anunciar, no último dia 10, que mudará o sistema de pontuação do ranking. Segundo Gianni  Infantino, presidente da entidade,  foram dois anos de estudos e consultas a todas as confederações antes de aprovar o novo sistema, que entra em vigor já na primeira listagem que será divulgada depois da Copa do Mundo.

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