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Copa 2018

Neuer caiu. Mas nenhum goleiro ainda apareceu para tirá-lo do trono

Manuel Neuer na partida contra a Coreia do Sul, que resultou na eliminação alemã na Copa - AFP PHOTO / Jewel SAMAD
Manuel Neuer na partida contra a Coreia do Sul, que resultou na eliminação alemã na Copa Imagem: AFP PHOTO / Jewel SAMAD

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo (SP)

29/06/2018 04h00

O título da Alemanha na Copa do Mundo de 2014 consagrou Manuel Neuer como o grande goleiro do planeta. Seu estilo e sua leitura de jogo se tornaram referência e foram incorporados por outros atletas, times e seleções. No Mundial da Rússia, porém, a lenda alemã chegou sem ritmo, após ficar uma temporada sem atuar devido a problemas físicos. E os atuais campeões se despediram de forma vexatória ainda na fase de grupos. Apesar disso, o trono de melhor goleiro da atualidade não parece estar ameaçado.

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Essa aura criada sobre Neuer só foi dividida nos últimos anos com Gianluigi Buffon. A Itália, entretanto, não se classificou para a Copa de 2018 e deixou a concorrência na posição ainda mais esvaziada. Entre as seleções que chegaram a Rússia, quem mais se aproximou da dupla em temporadas recentes foi Thibaut Courtois, da Bélgica, que ganhou fama por participar de times quase impenetráveis na defesa no Atlético de Madri e também no Chelsea. Mas a campanha belga na primeira fase não exigiu quase nada do arqueiro.

Outro que atua na Inglaterra e que chegou com certo prestígio foi David De Gea. O problema é que o início turbulento da Espanha foi marcado também por lances de insegurança do goleiro do Manchester United. Apenas cinco chutes foram em direção seu gol em três jogos e todos terminaram em comemoração dos adversários. Incluindo um frango em finalização de Cristiano Ronaldo na estreia.

Na primeira fase, o uruguaio Fernando Muslera foi o único a não ser vazado em três partidas. Mas também não precisou fazer muitas defesas. O sistema defensivo da Celeste o protege com eficiência. Quem também foi beneficiado pela solidez defensiva de sua seleção foi Danijel Subasic, da Croácia. Ele foi titular nos dois primeiros jogos dos croatas e não sofreu gols. Por fim, o dinamarquês Kasper Schmeichel foi um dos principais responsáveis pela classificação de seu país, colecionando defesas importantes e comparações indesejadas com seu pai Peter.

A Coreia do Sul ajudou a tirar Neuer e Alemanha da Copa de forma precoce e contou com o improvável sucesso do goleiro Cho Hyun-woo. Ele atua pelo lanterna do campeonato local, time que também carrega o peso de ter a pior defesa da competição. Ainda assim, fez defesas impressionantes na primeira fase. Sua seleção, porém, também foi eliminada. Os asiáticos ainda podem se orgulhar de uma das intervenções mais bonitas dos arqueiros neste Mundial: Eiji Kawashima, do Japão, na derrota por 1 a 0 para a Polônia.

Entre os latinos, o México novamente pôde contar com as defesas "bissextas" de Guillermo Ochoa. O goleiro, que pouco aparece na carreira de clubes, tem repetido as atuações decisivas da Copa de 2014. Contra a Alemanha, na estreia, salvou nove chutes. O Brasil, apesar de alguns questionamentos à saída pelo alto contra a Suíça, encontrou segurança em Alisson. A Colômbia passou pelo mesmo com David Ospina. A Argentina, por outro lado, precisou perder quatro pontos na conta do contestado Willy Caballero para que Franco Armani, enfim, fosse escalado.

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