Russos aprendem a torcer e ajudam país da Copa a eliminar campeão mundial

Luiza Oliveira
Xinhua/Wu Zhuang

O jogo foi chato, deu sono e todo mundo reclamou. Mas virou um drama russo com a disputa nos pênaltis sob chuva e um estádio Luzhniki lotado. A Rússia, o anfitrião patinho feio que não passaria nem da primeira rodada, bateu a Espanha campeã do mundo e levou a sua torcida à loucura.

- Veja os gols da partida entre Rússia e Espanha

O estádio em Moscou parecia não acreditar no resultado. Jogadores choram no gramado. Nas arquibancadas cada um reagia de um jeito. Tinha gente parada, incrédula e sem reação. Outros gritavam e dançam. E todos, sem exceção, gritavam “Rússia, Rússia”.

Era, também, hora de balançar as bandeiras e saudar os heróis que voltaram ao centro do gramado para agradecer a torcida e carregar uma bandeira como forma de agradecimento. No centro, os jogadores se reuniam, pulavam e acompanhavam o ritmo das arquibancadas.

Todos celebrando as voltas que o mundo dá em pouco mais de 120 minutos. No início do jogo, a esperança era pequena e quase tudo estava contra a Rússia. Uma campeã do mudo estava do outro lado e, logo no início do jogo, um gol contra de Ignashevich colocava os anfitriões em desvantagem. Parecia o fim. Honroso, mas o fim.

Mas a Rússia foi valente e suportou o total domínio do adversário – mais ou menos com a famosa resistência de seus antepassados na Segunda Guerra. Viu a Espanha ter 70% de posse de bola e trocar mais de mil passes, como já é característico. O time da casa foi paciente e contou com o gigante Dzyuba, de 1,94m, para marcar de pênalti e fazer o seu terceiro gol no Mundial.

Como a situação estava difícil, jogadores e o técnico Stanislav Cherchesov pediram uma ajudinha para a torcida. “Vamos lá, gritem, nos ajudem”. Eles fizeram a sua parte. Mesmo não tendo muita intimidade com futebol, deram apoio ao time. Ainda no primeiro tempo, mesmo após o balde de água que Sergio Ramos, o público empurrou com o seu “Rússia, Rússia”.

A bela jogada de Golovin, aos 35 minutos, colocou os russos de volta ao jogo. Ele driblou, tocou, recebeu de novo e bateu colocado.  A torcida sentia que o lance havia sido um ponto chave. Pouco depois, Piqué colocou a mão na área e fez pênalti. O gol levantou a torcida. Fim do primeiro tempo. Torcedores se levantam no estádio e aplaudem a atuação do time.

No segundo tempo, a torcida acabou contagiada pelo desânimo da partida, mas deu força nos minutos finais e até arranjou um jeito de torcer diferente. Se não teve criatividade, mostrou bom humor: imitou a torcida da Islândia com seu tradicional thunderclap.

Quando chegou a prorrogação, e o gostinho da classificação ficava mais forte, ela explodiu. Desde o início, gritaram ‘Rússia’. Nos minutos finais, esqueceram a personalidade fria e botaram a emoção para fora. Cada defesa do goleiro parecia um gol. E assim foi até os pênaltis e o final feliz para o país da Copa.

Espanha e Russia se enfrentam neste domingo (1)

Torcedora agita bandeira russa no estádio em Lujniki antes de jogo contra a EspanhaFrancisco Leong/AFP
Torcedoras com uniforme da Rússia chegam ao estádio para duelo contra a EspanhaMarcus Mesquita/UOL
Torcedores russos chegam ao estádio para duelo contra a EspanhaMarcus Mesquita/UOL
Torcedores espanhóis chegam ao estádio antes do duelo contra a RússiaMarcus Mesquita/UOL
Torcedor espanhol no estádio em Lujniki antes do duelo contra a RússiaAFP PHOTO / YURI CORTEZ
O goleiro De Gea, da Espanha, aquece antes do jogo contra a RússiaABEDIN TAHERKENAREH/EFE
Jogadores da Rússia aquecem antes de partida contra a EspanhaAP Photo/Vincent Michel
Alexander Samedov, da Rússia, e Jordi Alba, da Espanha, disputam a bola no meio de campoLavandeira Jr./EFE
Sergio Ramos, capitão da Espanha, tenta ganhar a bola do meia Aleksandr Golovin, da RússiaLavandeira Jr./EFE
Sergio Ramos, Diego Costa e Sergio comemoram o primeiro gol da Espanha contra a RússiaLavandeira Jr./EFE
Sergey Ignashevich, da Rússia, faz gol contra para a Espanha e abre o placarOleg Nikishin/Getty Images
Os russos Golovin e Kuzyayev fazem a marcação em Koke, da EspanhaKai Pfaffenbach/Reuters
David Silva, da Espanha, divide no meio de campo com Roman Zobnin, da RússiaMladen Antonov/AFP
A bola bate na mão de Piqué, e o juiz marca pênalti para a RússiaLavandeira Jr./EFE
Artem Dzyuba comemora o gol de empate da Rússia, de pênalti, contra a EspanhaAlberto Estévez/EFE
O atacante Artem Dzyuba faz de pênalti o gol de empate da Rússia contra a EspanhaKai Pfaffenbach/Reuters
Diego Costa tenta cabeceio marcado por Sergey Ignashevich no jogo entre Espanha e RússiaKirill Kudryavtsev/AFP
Jogadores de Espanha e Rússia disputam bola no ar no duelo entre as duas seleçõesAntonio Calanni/AP Photo
O russo Roman Zobnin faz marcação no espanhol David SilvaGrigory Dukor/Reuters
Diego Costa é substituído por Iago Aspas no jogo entre Espanha e RússiaJavier Etxezarreta/EFE
Isco tenta carrinho em Zobnin no jogo entre Espanha e RússiaClive Rose/Getty Images
O técnico da Espanha, Fernando Hierro, gesticula em jogo das oitavas contra a RússiaVictor R. Caivano/AP Photo
O treinador da Rússia, Stanislav Cherchesov, ergue o braço no jogo contra a EspanhaMaxim Shemetov/Reuters
Elenco da Espanha se reúne na beira do gramado antes de prorrogação contra a RússiaJavier Etxezarreta/EFE
Golovin, da Rússia, acena ao lado de Iniesta, da Espanha, caído no chãoLavandeira Jr./EFE
O zagueiro Fyodor Kudryashov, da Rússia, sente cãibras na prorrogação contra a EspanhaMladen Antonov/AFP
Jogadores da Rússia se reúnem antes de pênaltis, após empate persistir na prorrogaçãoSERGEI CHIRIKOV/EFE
Igor Akinfeev, da Rússia, e De Gea, da Espanha, se cumprimentam antes de pênaltisKIRILL KUDRYAVTSEV/AFP
Koke lamenta cobrança perdida nos pênaltis contra a RússiaJavier Etxezarreta/EFE
O goleiro da Rússia Igor Akinfeev defende o pênalti do espanhol KokeLavandeira Jr./EFE
Maxim Shemetov/Reuters
Espanhóis lamentam desclassificação e russos comemoram vaga nas quartas obtida nos pênaltisLavandeira Jr./EFE