| 05/05/2004 - 18h57 Gabriel Mangabeira obtém índice olímpico nos 100 m borboleta Vicente Toledo Jr. Enviado especial do UOL No Rio de Janeiro
Mais um atleta brasileiro garantiu vaga para as provas de natação das Olimpíadas de Atenas. Gabriel Mangabeira, do clube Águas Abertas, de Campos-RJ, obteve, no início da noite desta quarta-feira, índice para os 100 m borboleta.
Mangabeira venceu a terceira eliminatória do Troféu Brasil, que está sendo disputado no Rio de Janeiro, com o tempo de 52s76. O índice para se obter classificação na prova era de 53s49.
| | Com recorde, Gabriel Mangabeira ficou com sexto melhor tempo do mundo no ano | A final será na manhã desta quinta-feira. Além de Mangabeira, estão na disputa pelo título Leandro Okuda (55s97), o argentino José Meolans (55s39), Kaio Marcio de Almeida (54s58), Marco Antonio Sapucaia (54s11), Fernando da Silva (55s22), Renan Rossin (55s73) e Leandro Oliva (56s45).
O tempo estabelecido por Mangabeira é o novo recorde brasileiro e sul-americano. Ele superou a melhor marca de Kaio Márcio, que é de 52s44, obtida nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, e a do argentino Jose Meolans, de 52s93, no Troféu Brasil de 2003.
Este é também o sexto melhor tempo do ano nessa prova, o que deixa o nadador brasileiro com boas chances de alcançar uma final olímpica em Atenas. O melhor do mundo é o norte-americano Michael Phelps, recordista mundial, com 51s84.
Mangabeira será o segundo brasileiro nos 100 m borboleta em Atenas, pois Kaio Márcio já havia garantido classificação com 53s44. Márcio também está com vaga na prova dos 200 m borboleta.
"Não tenho nem o que falar. Não sei como expressar isso, é bom demais", afirmou Mangabeira, assim que acabou a prova. O nadador também agradeceu a seu treinador, Anthony Nasty, do Suriname.
Nasty ganhou medalha de ouro nessa prova nas Olimpíadas de Seul, em 1988, quebrando o recorde da competição, com 53s00, e tornando-se o primeiro campeão olímpico de seu país. Na final, ele superou a sensação norte-americana Matt Biondi
Nesty foi imbatível durante três anos em sua carreira e também se sagrou campeão mundial em 1991, em Perth, na Austrália. Nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, ele encerrou sua carreira com uma medalha de bronze.
Mudança de hábitos Para melhorar seu desempenho, Mangabeira passou por um processo que alterou seu ritmo de vida. Ele não havia se classificado para as Olimpíadas de Sydney por causa de 14 centésimos de segundo.
Com isso, foi morar nos Estados Unidos, onde passou a treinar na cidade de Gainsville, na Flórida. "Foi uma mudança radical. Demorei para me adaptar, mas o resultado veio. Essa mudança foi essencial", explicou. "Ainda preciso assimilar a idéia de que estou indo para as olimpíadas."
O treinador de Mangabeira deu todo o mérito da conquista para seu pupilo. "Não fiz nada, só tentei guiá-lo da melhor maneira possível. Ele foi lá e conseguiu", observou Nesty. "Agora, ele ainda precisará de muito trabalho e dedicação para alcançar um bom resultado nas Olimpíadas."
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